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Cavalgada
Queria dizer pra Drummond de seu gauche. Canhestro, sabe-se-lá-que-diabos-seja, não é. O que nos sobra é nossa identificação. Num quintal meio limpo, meio sujo; num jardim meio cor, meio cinza.
Não quero o comedimento gaúche. A adoração da falta que faz parecer que nunca faltou. Não quero, mesmo, parar de olhar os Anjos, e nem que sejam tortos; e nem que estejam mortos! Tragicômico. Circo. Comédia comedir!
Quis dizer pra Drummond, que era um nome, e ainda é.
Que é pronome possessivo das mãos que sentem, das frustrações que se mentem em versos; que é tudo que escreveu não ser.
Não quero identificações, comparações, poder poder, sentir-me dentro e imaginar-me fora. Não quero tantos devaneios de outrora, que mais parecem trilhos partidos que descarrilam a comitiva do devir.
"- Vá, Osvaldo... ser gaúche na vida..."
Que tanto queres-me morto, naquele vácuo do entremeio que se engendra do ostracismo à aproximação?
Já sei, Osvaldo, Anjo Torto. Cala tua boca! Pois é de um sentir amouco - é dum amor louco - que cavalgamos no corcel da vida.
Não me conte mais nada, Sr. Gaúche! Não lhe quero mais alaridos! Não me rutile os ouvidos, saber-me assim canhestro sentindo-me em, o quê? Pégasus?
Não há cavalos alados.
Não há asas reais senão as dos meus doces ais a cairem dos corcéis ordinários! E ainda são de cera!
Alada sim é a certeza que se irá sentir as Mãos de Ouro o levantar! Estas mãos já são o próprio voo!
"- Vá Osvaldo... apenas vá." - De mim pra mim!
Gaúche ou não, veja Drummond: com nome, pronome.. e, provavelmente, mãos.
------------------------
Osvaldo Fernandes
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Comentários
Re: Cavalgada
Pós pós-contemporaneidade?
De qualquer forma, identidade.
Gostei. Parabéns.
Re: Cavalgada
Lice!
Ah! Que gostoso comentário!
Sim sim!
Este diabos gaúche da vida que tanto me identifico!
Drummond ao menos foi alguém!
Obrigado pelo carinho! E comentário!
Um beijo grande e Feliz Natal!