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Chegamos ao deserto
Chegamos ao deserto
as palavras nos lábios são água.
Agora o amor sobre um imaginário tronco de árvore. Esse tronco de braços entrelaçados aprisionando e deixando fluir memórias em cada gota de suor que escorre sobre a pele. A noite não te disse que era tarde o amor,contudo sentias profundamente que as sensações se perdiam, que a força dos homens e das raízes seguiam outro momento,outro fôlego para a declaração original daquele poema materializado nos sentidos.
Chegámos ao deserto,o sol queimou-nos a língua, a língua das palavras e dos desejos.
Adormecer é morrer para o mundo,acordar é habitar o murmúrio de todos os corpos. Dentro dos corpos escutamos o mar, não o conhecemos e esta forma é a mais pessoal, esta maneira de acordar com o céu debruçado nos olhos. Chegámos ao deserto...
lobo
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