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Dias

 

A pressa e preocupação beliscaram a minha pele, que se dirigiu ao seu compromisso com aquele apertão e com fé, de cada vez que baixava a cabeça lembrava do seu nome e proclamava simplesmente para mim por ela. Tudo iria ficar bem, e mais tarde iria vê-la como já planeava. A cada passo e som o apertão mantinha a sua posição e não tinha recaído no esquecimento.

A voz do lado do telefone deixou-me apagada, sem resposta mas com audição, soltei duas ou três palavras. Enchi um copo de água fria e bebi-a rapidamente enquanto ele tremelicava muito. Saí, o sol ofuscava-me debrucei-me sobre mim própria para apertar a dor que se ía espalhando e liguei para ti, precisava da tua voz precisava expelir aquele sentimento e sabia que ias ficar sem reacção, tal como ficaria.

Enchi o peito de ar e contei com as palavras mais suaves e mais estranhas à menina que se agarrou a mim a lacrimejar, sosseguei-a o que mais poderia alcançar.

O teu abraço estava perto de chegar até mim, ouço agora a tua voz a encorajar-me.

 

Ia-me sentindo mais preparada mas quando cheguei perto das quatro paredes passou um frio em todo o meu corpo. A minha entrada tinha um objectivo muito firme: tê-la por momentos perto de mim, nem cumprimentei ninguém dignamente, ela é mais importante. E o primeiro impacto é de choque. Tal como foi há uns anos. O espaço tem a mesma estrutura, os sons os mesmos. Vejo pessoas que não conheço emocionarem-se e darem-lhe carinho, que tanto ela merecia. Encosto a minha cabeça à parede e mantenho a apatia que a minha alma enverga.

O meu olhar vai lá longe, ninguém sabe o que penso, nem eu. Ansio a tua presença, e vou contando o tempo para que chegues, ao contrário não quero que avance porque não quero que ela vá.

Não imaginava emocionar-me com a chegada dele, que não via há muito, que voltou ao seu território, de modo diferente e cruel, admirei a compaixão mas não era só agora que ela era necessária.

O tempo passou e tenho-te perto de mim, esforço-me para não demonstrar a minha necessidade de expelir tudo cá para fora, para não te fragilizar. O tempo não pára e a angustia sobe de nível. Foi sufocante a última visão, o último olhar, os rostos sofredores de quem mais gosto. As proclamações emergiam em mim umas com mais força outras com menos, não entendi aquele sofrimento no momento em que ia receber algo em troca da fé.

O caminho foi calmo e silencioso, com um ou outro sorriso em que me entusiasmaste.

O pior aproximava-se a cada passo, não evitei e fugi um pouco dos teus braços, que me aconhegaram em cada pequeno momento, e corri para os dele que não segurava o sofrimento da despedida. Senti-me mais solta.
Venero o incansável carinho que nutris-te por mim, foi parte de mim que ficou ali, mas era outra que crescia.

A cada noite a nostalgia regressa e traz com ela imagens de sorrisos, de recordações passadas, de sofrimento, de imaginação do olhar que tens sobre mim, do orgulho que nutrias por todos nós, fica a saudade.

  até sempre,

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terça-feira, junho 28, 2011 - 13:52

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