Domingo

No horizonte recortado com os galhos meios nús, mostrava-se o sol de meia luz que chama o inverno.
O dia sossegado que passava ao fim da tarde: Domingo!
Fora o milho cortado do campo agora castanho de terra, e as pombas, as pêgas, os melros dançavam num frenesim.
Por entre muros de pedra antiga, esconchavados e irregulares, a rua em paralelo estreita, curvada num sentido e noutro.
Nem sopro nem brisa, o dia seguia para poente e eu parada o contemplava.
Ele vai e eu fico, ele o dia, e eu que o passo.
Passo a passo, num movimento de olhos, sigo por entre muros de pedra antiga, pela rua em paralelo estreita.
Vou na contemplação, na direcção de poente e sem sopro nem brisa, sigo o dia sossegado.
E assim foi Domingo.