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Era uma vez - Conto (Autor: Carlúcio Bicudo - registro 16682 - livro 3 A
“Era uma vez...”
Hoje, o meu filho, de sete anos, me pediu para que contasse uma história. Mas foi categórico.
− Pai, quero que o senhor, crie uma história só para me contar!
Olhei para ele, que estava sentadinho na beira da cama e disse:
− Ok! Vamos ver o que posso fazer:
E assim comecei...
Era uma vez...
Há muitos anos atrás, havia uma princesa muito bonita, mas solitária e tristonha.
Seu grande problema era que não conseguia encontrar um príncipe para que pudesse desposá-la.
Todos os dias a princesa Grace, ficava horas passeando pelos jardins ao redor do palácio, onde morava com seus pais e irmãos.
A tristeza da princesa era porque todas as suas outras irmãs, já haviam casado, mas ela, ainda não encontrava um pretendente a sua altura.
Era muito sonhadora... Só pensava em casar-se com um belo príncipe que pudesse aparecer do nada.
Mas príncipe belo, rico e ainda aparecendo do nada!!! Estava em falta no mercado. Estavam todos casados com suas irmãs e primas. Eles se tornaram maridos de Rapunzel, Cinderela, Branca de neve e etc.
Nas redondezas, não havia sobrado nenhum.
Certo dia, quando a princesa estava sentada na beira da lagoa do jardim do castelo, ouviu um coaxar diferente de um sapo que estava sobre a vegetação na sua frente.
− Psiu! − Fazia o sapo para a princesa.
A princesa intrigada começou a achar que alguém estivesse escondido, atrás de alguma das árvores ao redor.
− Quem estiver aí, por favor, apareça?
Novamente o sapo fez:
− Psiu! Princesa olhe aqui para baixo.
Grace arregalou os olhos, ao perceber que se tratava de um sapo asqueroso.
−Ué!! Como você fala?
− Na realidade, já fui um príncipe. E por causa da magia de uma bruxa, fui transformado nesta forma que possuo hoje.
A princesa, levantando uma de suas sobrancelhas, ficou intrigada.
− Você era um príncipe?
− Sim. E para que eu volte à forma normal, preciso que uma princesa me beije. Beije-me princesa!
− Tá louco? Jamais beijaria um sapo feio como você. Além do mais, não acho que seja bonito na forma normal. Possui olhos grandes, uma bocarra, barriga grande e pernas finas. Esses, não são atributos de em um belo príncipe.
− Mas princesa, está e a condição para que eu volte ao normal.
− Não posso fazer nada por você... Além disso, muito feio e fedorento.
− Juro que sou um belo príncipe!
− Quem me garante que ao beijá-lo, não serei transformada em sapa, como você?
− O encanto da bruxa, foi para mim, e não para você. Por isso, só dependo de você, que ainda está solteira. As outras princesas já estão todas casadas.
− Hum!! Não sei... Não tenho coragem!
− Por favor, princesa! Tenha coragem, me pegue e beije-me! Eu te imploro!
− Ai... Ai... Ai... Não faça assim. Não tenho coragem de beijar você... Está todo gosmento.
− Assim, que me beijar, verá que sou lindo e formoso.
− Será? Ou aparecerá: barrigudo, feioso, bigodudo e fedorento?
O sapo já perdendo as esperançe chateado diz:
− Princesa, o que você tem a perder? Vive aí, triste e chorosa, pelos cantos. Até hoje, nenhum outro príncipe, veio te buscar. Veja que por aqui, passaram muitos... Mas todos trataram de deixá-la de lado e levaram as suas irmãs e primas. Por que será?
− Ora, sei lá! Deve ser porque eles se encantaram com as outras.
− É, você sempre sobrando... Nunca pensou que pode ser porque te achavam feia?
− Eu, feia? Faça-me o favor!
− Por acaso, no seu castelo tem espelho?
− Lógico que sim! Você quer dizer que sou feia?
− Longe de mim, dizer isso princesa... Só estou dizendo que existe gosto para todos.
− Posso-lhe parecer feio agora. Mas, assim que eu voltar a ser príncipe, verá o que perdeu.
A princesa virou de costa e foi embora... Deixando o sapinho triste e desolado.
Alguns meses depois...
A princesa Grace, foi convidada para a cerimônia de casamento de uma prima distante.
Ficou toda empolgada, afinal, seria mais uma oportunidade de conhecer um jovem príncipe.
No dia do casamento, sua prima, trouxe o noivo para a princesa Grace conhecer.
Grace, encantada com a formosura do rapaz, exclamou.
− Como você é bonito!
O príncipe então respondeu:
− É, e alguns meses atrás, você me ignorou, por me achar feio, barrigudo e fedorento. Mas a sua prima, não.
Fim
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