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Eskizofrénico - Capitulo 4 - Parte 3

Quando o pesado homem de cabelos brancos ia fechar a porta, Marco avançou rápidamente pela escadaria e colocando a ponta do sapato na base da porta, interrompeu:
-Precisamos de tomar previdências. Eles levaram-na!
-Mas quem é voce?
-Por favor, comecemos por perguntas simples e rápidas, está bem?
-Ouça lá, meu doido, eu não estou com disposição. Pira-te!
-Pare. Não adiante empurrar-me. Não faça escandalos ou eles aparecem.
-Eles?
-Vá, vamos entrando!
Cerqueira era um homem vivido e experimentado da vida. Um homem que já vira muito, enquanto militar e um sujeito que dificilmente acreditava no género humano. Ele havia presenciado o que o Homem era capaz de fazer ao seu semelhante.
Mas esta criatura que lhe entrava porta dentro, transmitia-lhe um "ar" diferente, um misto de decisão e ajuda e quase sem se dar conta, deu com ele sentyado no seu sofá, alisando as calças e olhando demoradamente a pon ta dos sapatos.
-Desculpe, não me disse o seu nome?
-Não disse, nem vou dizer. Isso não importa.
-Perdão?
-Que raio de pai é você? Acabam de lhe raptar a filha e pergunta-me o nome?
-Raptada? deve haver um equivoco, foi a policia... - As lágrimas surgiram nervosas sob os seus olhos azuis.
-A policia? Acorde homem, você é mais inteligente que isso!
Suspirando profundamente, Cerqueira levou as costas da mão direita aos olhos e afastando as lágrimas,avisou:
-Não estou a gostar do caminho desta conversa. Não sei quem é, nem, o que faz aqui. Aliás, nem sei como o deixei entrar.
-Algum deles lhe mostrou alguma identificação?
-Não. Nem precisavam, afinal estavam fardados.
Marco sacudiu a cabeça negativamente e num om despreocupado, inquiriu:
-Claro que estavam, eles não fazem nada á toa. Mas agora diga-me tem carro?
-Carro?
-Ainda vamos a tempo. Sei para onde se dirigem e podiamos apanhá-los.
-Ouça, de uma vez por todas, ou diz algo coerente ou juro que o ponho lá fora ao pontapé!
-Essa violência é bonita e necessária, mas para usar neles. Não em mim!
-Chega.
-Ah pois chega, mas para isso tem de me ouvir.
-Cale-se..
-Não posso, eles já têm a Rita.
-Sabe o nome dela?
-Claro.Somos amigos!
-Logo vi. Com estas companhias...
De subito Marco levanta-se e grita:
-Isso. Deixe a pobre coitada sofrer. Você é igual a eles. Pobre coitada!
Explodindo numa furia incontrolada, Cerqueira cerrou o punho, estalando-o contra o rosto magro de Marco, que devido ao impacto , atravessou o sofá, caindo de costas sobre a mesa pequena.
-Não sei de que manicónio saiu, mas asseguro-lhe que invasão de propriedade alheia dá cadeia. Para seu bem, comece a fugir.
Como se tivesse sido atingido por um tronco de árvore, a custo Marco levantou-se, permitindo num esgar silencioso que um ténue fio de sangue escorre-se pelo lábio rebentado.
Numa tentativa hérculeana de se manter em pé, encarou o rosto furioso e ameaçador de Cerqueira e sem prestar qualquer declaração, dirigiu-a á porta, abrindo-a:
-Espere. Desculpe, mas ando com os nervos arruinados.
-Antes os nervos que os lábios.
Cerqueira deu dois passos, numa tentativa de se aproximar do enervante sujeito, quando reparou na visita que acabava de chegar:
-Carina? Ainda bem que chegou.
A jovem aproximou-se de Marco, estudando-o em silêncio e num tom de voz fraco, exclamou:
-És tu o amigo da Rita?
-Ah, esta pelo menos sabe quem sou. - Sentenciou Marco num tom de gozação.
-Conheces este sujeito, Carina?
-Com certeza Sr. Cerqueira. Isto é, não pessoalmente, mas já ouvi falar dele.
O olhar de espanto pousou inquiridor no rosto da jovem:
-Mas eu não a conheço.
-É normal.
-Este jovem diz que Rita foi raptada!
Carina olhou assustada para o progenitor da amiga e sem perder tempo, empurrou-os de volta para dentro de casa e após fechar a porta, avisou:
-Ela de facto foi raptada. Ela ligou-me e ouvi parte da conversa. não eram policias.
-Meu Deus, o que eu fiz!
-Ah, até que enfim que alguem tem miolos neste Mundo. Mas agora vamos...
-Onde? - Inquiiriu a jovem.
-Ter com a rita. irra que voc~es só fazem perguntas.
Perfeitamente confuso e sem conseguir raciocinar, Cerqueira pegou nas chaves do Jipe e encolhendo os ombros, desabafou:
-Mas porque Deus não me deu uma filha normal?

-------Fim parte 3

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segunda-feira, setembro 6, 2010 - 11:25

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Re: Eskizofrénico - Capitulo 4 - Parte 3

Rogério,

Tu devias escrever para um grupo de teatro. És fantástico

Gostava de saber quando saem esses livros. Quero-os todos

Beijos

Dolores Marques

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