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Eu sei que foi você - capítulo 3
Marcelo e Narciso jogavam no mesmo time de futebol, o primeiro como zagueiro e o segundo, como meia. As meninas costumavam assistir aos treinos e Narciso sempre aproveitava para se exibir, jogando beijos ou ficando sem camisa. Michele era a mais empolgada e se comentava que Narciso e ela estariam juntos.
As meninas realmente tinham uma queda por Narciso, por ser alto, de cabelos escuros e olhos azuis. Ele vivia sorrindo para elas e adorava se gabar de suas conquistas aos colegas, relatando como fazia:
-Ah, a Marília é um estouro. Eu a peguei no cinema e, juro a vocês, nunca vi menina com tanto fogo!
Os rapazes tinham inveja do sucesso de Narciso. Marcelo ouvia enfastiado, mas sem reclamar.
Não demorou a notarem que Cassandra era a única na sala que não prestava atenção em Narciso e isso não passou despercebido ao rapaz, que tentava lhe chamar a atenção dando sorrisos e lançando olhares à moça, que o olhava por um tempo, mas logo baixava a cabeça, desinteressada.
Além de Cassandra, havia outra menina que não olhava para Narciso: Virgínia, que estudava em uma outra turma. Talvez por isso ele a assediava com força, mas ela o repelia:
-Cai fora, idiota!
Os colegas riam e Narciso, para esconder a raiva, falava:
-A gatinha gosta de ser difícil.
Naquele dia, após o treino, Marcelo foi ao bebedouro, morto de sede. Viu Cassandra debruçada, tomando água. Como ela estava de costas, ficou a olhá-la em silêncio. Quando ela terminou e se virou, olhou um pouco para ele, que disse, desconcertado:
-O-oi, Cassandra.
-Oi, Marcelo.
-Você não quer ver o treino de futebol?
-Não, obrigada. É barulhento demais.
-Mas você se acostuma com o barulho. E pode achar divertido. De certa forma, é bom fazer uma coisa diferente. Viver na biblioteca deve ser meio...meio...
-Meio chato demais, não é?
Marcelo encarou Cassandra, um tanto surpreso. Ele pensara exatamente naquelas palavras e não sabia se divia dizer para não ser grosso, mas ela falara sem o menor sinal de chateação.
-Eu não queria dizer isso, Cassandra. Eu...
-Tudo bem, Marcelo. Temos o direito de pensar o que queremos. De qualquer forma, obrigada por me convidar.saiu.
Após tomar água, Marcelo pensou: "Cassandra, qual o seu segredo?"
-Eu não acredito nisso, Marcelo!
Dando um pulo, Marcelo viu quem falara: Michele.
-Ei, Michele! Quer me matar de susto?
-Você está apaixonado pela esquisitona da Cassandar, Marcelo?
-Não é isso, Michele. Eu...
-Por favor, Marcelo, não negue! Todo mundo vê que você não tira o olho dela! Por que será? Por ela ser magrela como uma tábua, de cabelo liso demais e ter olhos de cores diferentes?
-Não, Michele, você não está entendendo!
-A Cassandra é muito feia, Marcelo! Feia e desenxabida!
Michele foi a um canto do pátio retocar a maquiagem, sentando num banco. Ouviu alguém se aproximar e sentar ao seu lado e tirou os olhos do espelhinho. Gelou de medo. Era Cassandra, fitando-a como se estivesse vendo através dos seus olhos.
-Ca-Cassandra, que surpresa!
-Uma surpresa nada agradável para você, Michele.
-Ora, eu...
-Vamos, Michele. Não é agradável sentar ao lado de alguém como eu, não? Eu sou feia e desenxabida, não sou?
A moça deixou o batom cair no chão. Teria Cassandra ouvido o que ela dissera?
Imperturbável, Cassandra se levantou, andou um pouco e olhou para trás, encarando Michele:
-A gente ouve principalmente o que não quer, Michele.
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