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Filosofia sem Mistério - Dicionário Sintético

TOMISMO e SÃO TOMÁS DE AQUINO – Tomismo é o titulo dado ao Sistema Filosófico de Tomás de Aquino (1227/1274, Itália). Nascido em uma família nobre, Tomás entrou logo cedo para a Ordem dos Padres Dominicanos e, dentre outros, teve como Professor o célebre São Alberto Magno, a quem deve grande parte do ideário que construiu ao longo da vida.
São Tomás escreveu uma vasta obra que teve renome, principalmente, pelas famosas “SUMAS TEOLÓGICAS”, onde discorreu sobre a Bíblia e sobre temas filosóficos, particularmente os de autoria de Aristóteles (384/322, Macedônia).
O Pensamento do religioso foi enormemente influenciado pelo aristotelismo e teve como foco central a tentativa de promover a harmonização entre a Fé e a Racionalidade, lançando mão das teses do Macedônio, de quem se diz que foi “cristianizado” por São Tomás. Exageros a parte, o fato é que ao adaptar (?) a “Lógica Aristotélica” às ditas “Verdades Bíblicas”, o religioso tentou dar ao Cristianismo a Racionalidade que “comprovaria” não haver conflito entre a Crença e o Raciocínio, ou Razão.
Se, a rigor, não conseguiu – pois as próprias teses de Aristóteles já eram contestadas, como ainda são – ao menos teve sucesso em dar certa “confiabilidade” ao ato de acreditar, que, até então, baseava-se unicamente na superstição medieval. E foi graças a essa “confiabilidade” que a Igreja Católica passou a ser mais bem reconhecida e, conseqüentemente, mais poderosa.
Mudando o campo de estudos, observa-se que no terreno do “Conhecimento” Tomás de Aquino afirmou que o “Conhecimento Verdadeiro” seria uma adequação da inteligência à Coisa estudada. Tese que encontra boa acolhida entre os eruditos de antes e de agora, pois é fato que ao se adequar ao que estuda, o Intelecto adentra em suas características passando a entendê-lo com a maior exatidão possível.
No campo da Física e da Metafísica adotou integralmente o pensamento peripatético e reafirmou que a existência de Deus pode ser comprovada racionalmente (sic), quando se observa que tal “Efeito” proveio de uma determinada “Causa”; ou seja, se o Universo material existe, algo ou alguém o Criou e a esse demiurgo dá-se o nome de Deus. Porém, vale rememorar que a “Lei da Causalidade (de Causa e Efeito)” não é aceita por todos; e alguns eruditos, como Hume (1711/1776, Escócia) a negam peremptoriamente. Afirmam que tal “Lei” não existe. O que existe de fato é apenas “o hábito” de se deduzir que um evento ocasione outro, mas nada comprova que essa operação aconteça indefinidamente, ou se ocorre apenas durante o tempo de vida física de quem o observa.
Ainda no terreno da Metafísica, Tomás de Aquino afirmava que Deus não age diretamente, mas através das “Leis da Natureza (como a Lei da Gravidade, da Inércia etc.)” que governam as coisas do Mundo. Sobre a Natureza, afirmava que ela pode ser totalmente compreendida pelo Homem, que ao decifrá-la consegue “enxergar Deus” na Sua obra (sic). Deus esse, conforme os preceitos de Aristóteles, que é “primeiro motor”; isto é, aquilo ou aquele que inicia a série de movimentos que fazem as coisas acontecerem no correr do tempo.
Em relação à Moral, Aquino seguiu a corrente nascida no hinduísmo e repassada ao Ocidente pelo “Estoicismo* grego”. Dessa sorte, afirmava que a verdadeira felicidade não estaria nos bens materiais, mas no seu inverso; ou seja, na vida simples e talvez até ascética.
São Tomás foi um Pensador vinculado à Religião, contudo deixou clara sua aprovação à idéia desejável e benéfica de haver total separação entre Igreja e Estado, o Direito e a Moral Cristã e, óbvio, entre a Teologia e a Filosofia. Embora tenha afirmado a inteiração entre o “Teísmo Cristão” e o “Rigoroso Naturalismo de Aristóteles”, pregava a desvinculação entre as questões espirituais e as materiais.
Enquanto Sistema Filosófico, o Tomismo – tanto através do próprio São Tomás, quanto de seus seguidores – foi uma das mais importantes Correntes de Pensamento, adotada pela Escolástica1 principalmente, é claro, por sua tentativa de conciliar Razão e Fé. Embora tivesse sido condenado no inicio (c.1277) por questionar o Dogma da “Graça Divina (isto é, a “Salvação” é uma dádiva divina que não se relaciona com méritos ou deméritos de quem a recebeu)”, o Tomismo angariou muitos adeptos e foi de importância capital no combate ao Protestantismo quando ocorreu, no século XVI, a chamada Contra-Reforma Católica.

1 - Escolástica - Corrente Filosófica que surgiu a partir da Patrística, a filosofia dos Padres da primitiva Igreja Católica. Seu principal objetivo era conciliar os dogmas da Fé com o Raciocínio ou Razão.

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quinta-feira, junho 17, 2010 - 01:32

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