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SAINT-SIMONISMO - Filosofia sem Mistério - Dicionário Sintéticoio

SAINT-SIMONISMO – o Conde Saint Simon (1760/1825, França) teve uma vida atribulada, oscilando entre a fortuna e a miséria, o pacifismo e a rebelião armada e as dúvidas filosóficas que permeavam a sua época. Cedo ingressou na Carreira Militar e como soldado francês combateu nos EUA contra os colonizadores ingleses. Ao retornar à França, já como Coronel, abandonou as Armas e dedicou-se às especulações Imobiliárias, negócio que lhe trouxe grande fortuna e lhe permitiu dedicar-se com exclusividade à Filosofia. Com o auxilio de seu secretário, Auguste Comte (que viria posteriormente a criar o Positivismo*), produziu vários textos e livros, os quais, ao contrário dos negócios, nada lhe renderam e sua morte aconteceu em estado de dura miséria, a qual, diga-se, foi agravada por seu generoso perdularismo. O centro de seu Pensamento gira ao redor da “Organização da Indústria” que, então, iniciava-se vigorosamente na França, até então, como a maioria dos países, agrícola, mercantilista e colonialista. Em seus estudos, criou vários neologismos dentre os quais se sobressai o termo “Industrial”, que ainda hoje rotula o Capitalista dono de uma Indústria, ou tudo que se refira ao processo de industrialização. Mas seus estudos sobre essa “novidade” renderam bem mais que um punhado de neologismos. Renderam uma soma considerável de Conhecimentos sobre o tema, sobretudo no tocante ao Homem diante dessa essa nova realidade. Para Saint Simon esta nova forma de trabalho e de riqueza invalidava as Teorias anteriores e a partir dessa constatação concebeu a noção de que a Política se tornara uma “Ciência da Produção” e da “Organização do Trabalho”. Passou, então, a defender a tese que propunha um “Colegiado de Sábios” para governar o País e assegurar o funcionamento do Estado, o único Ente capaz de suportar essa nova realidade. Claro que com a devida extinção da Monarquia. Sonhava o Conde que esta organização do trabalho e da produção acabasse com a miséria e, conseqüentemente, com a necessidade de Filantropias, as quais degradam quem recebe e dão a quem oferece “poderes” ilegítimos e imorais, disso resultando uma série de prevaricações e transtornos. Logo, a função principal do Estado seria promover e assegurar a “Justiça Social” que tornaria obsoleta e inútil aquela indecente troca de favores. A chamada “Ciência da Sociedade (atual Sociologia)” passou a ser “Positiva”; ou seja, baseada em dados racionais, válidos, verdadeiros e afirmativos (posteriormente seu secretário, Comte, retomou esse título e conceito e lhes acrescentou o enaltecimento dos “Estudos e Resultados Científicos”) e Saint Simon, junto com Augustien Thierry (seu ex secretário, antecessor de Comte e futuro historiador renomado) colaborou com estes novos estudos ao escrever a obra intitulada “Da Reorganização da Sociedade Européia” onde esboça um Governo Mundial, como a ONU deveria ser; e como os Socialistas tentaram criar. A sua imaginada “Sociedade das Nações” teria um Parlamento supra-nacionalidades e atuaria aproximadamente como o atual Parlamento da Comunidade Européia. Embora seja visto com certa simpatia (indulgência?), Saint Simon é taxado com freqüência de “ingênuo”, por crer na possibilidade de existir uma Sociedade como a que imaginou. Um ingênuo sonhador que pensou que o Homem seria capaz de abrir mão de seus interesses particulares em beneficio dos interesses comuns da Coletividade. Adeptos da “Esquerda Política” chegaram a rotular essa disposição de refazer o modelo da Sociedade mediante renúncias pessoais, de “Socialismo Utópico”, em oposição ao “Socialismo Cientifico” que enxergava a “verdadeira natureza humana”, a qual, antes de tudo é egoísta e ultra apegada aos seus interesses pessoais; logo, para repartir suas posses não bastariam acordos bem intencionados, seria necessário o uso da “violência Revolucionária” para implantar-se a “Justiça Social”. O Saint-Simonismo é, pois, a Doutrina baseada na defesa da igualdade entre os Homens (a Sociedade sem Classes) e no desejo de organizar essa Sociedade de acordo com o seguinte lema: “A cada um segundo sua capacidade (com a extinção de privilégios herdados ou fruto de outro tipo de fraude, que mesmo legal, é imoral); a cada Capacidade segundo suas obras”. Essa Tese assumiu o formato de um “Socialismo Religioso” em que se condenava a Propriedade Privada por promover a exploração do Homem pelo Homem. Exploração que seria extinta tão logo fosse possível, por ser um dos principais objetivos dessa Reforma no Sistema Político. Não se pode dizer que o Ideal Socialista começou com Saint Simon, pois essa idéia já habitava o pensamento de Platão (427/347 a.C., Atenas) e de outros Pensadores, mas também não se pode negar a contribuição que o filósofo ofertou à Causa Socialista que viria a ser testada nos séculos seguintes.

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sábado, maio 29, 2010 - 00:30

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