CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
CETICISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético
CETICISMO – do grego SKEPTIKÓS = aquele que investiga. É a corrente filosófica que prega ser o Conhecimento do Real (ou da Realidade Verdadeira) impossível de ser apreendido, ou captado e entendido, pelo Homem. A Razão (ou capacidade de raciocinar) Humana, segundo essa doutrina, é incapaz de compreender a Essência da Realidade, chegando, quando muito, na maior Verdade possível sobre o Fenômeno (ou aparência ou o que pode ser percebido pelos Sentidos) da Coisa estudada. Por isso, o Homem deve renunciar a qualquer Sentimento de que “tem certeza” sobre qualquer coisa, principalmente quando essa coisa não é material, concreta, física. Quando, consequentemente, o estudo e a pesquisa têm como alvo o que é Metafísico (ou Sobrenatural), como, por exemplo, a Alma, Deus etc. Deve o Homem abster-se de emitir qualquer julgamento (ou Juízo) sobre as Coisas que estão além de sua capacidade de entendimento (o que, na verdade, é tudo se se considerar que em tudo há uma Essência). Deve submeter toda afirmação ou negação a uma dúvida constante. O Ceticismo teve inicio na Filosofia Clássica com PIRRO de HÉLIDA, mas é uma Tendência que se divide em varias sub-tendências, cada qual com seu primeiro pregador. O filósofo SEXTO EMPÍRICO foi seu principal Sistematizador adotando o ponto de vista da chamada “Nova Academia” e que preconizava o seguinte: se a Certeza é impossível (de ser Conhecida) deve-se fazer como fizeram os Céticos PIRRÔNICOS (de PIRRO, acima citado) que mesmo reconhecendo a impossibilidade de se chegar à Verdade das Coisas, não abandonavam as pesquisas e os estudos relativos. O motivo dessa continuidade estaria muito mais ligado à esperança de que exercitando a inteligência lograriam aumentá-la, do que chegar ao Verdadeiro Conhecimento. Normalmente o Ceticismo é dividido em três etapas: 1. EPOCHÉ – a suspensão do Juízo (a retirada de qualquer julgamento), ou a recusa em afirmar ou negar qualquer definição sobre o objeto, conceito, doutrina, comportamento, método etc. estudado. Recusa oriunda de se saber impossível atingir-se à Verdade ou a Essência. 2. ZÉTESIS – a busca incessante da Certeza, da Verdade, da Essência, mesmo admitindo-a inalcançável. 3. ATARAXIA – a imperturbabilidade ou tranqüilidade resultante da resignação de se aceitar que a Verdade, a Certeza, a Essência é inacessível ao Homem. Também é a paz decorrente da postura de se colocar acima das medíocres (porque só atingem os Fenômenos) disputas humanas. O Ceticismo ao reconhecer a impossibilidade Humana de atingir patamares mais elevados reduziu a especulação ou o Pensar Filosófico ao rés do chão da vida cotidiana, da vida prática, física, concreta. Já no Pensamento Moderno, principalmente com os Humanistas do Renascimento, dentre os quais MONTAIGNE, o Ceticismo foi usado para atacar os Dogmas da Filosofia Escolástica e por extensão natural os Dogmas Religiosos, Sociais e Morais. Ao combater “as certezas/Verdades” pregadas pela Igreja e Instituições Civis e Governamentais e os “Ensinamentos Sagrados” doados por Deus para uso dos Homens, o pensamento Cético prega um tipo de Ateísmo*, na medida em que dúvida da existência do próprio Deus religioso. Porém, paradoxalmente, também floresce nessa Época a Corrente Filosófica chamada de CETICISMO FIDEÍSTA cuja argumentação principal era a de que se a Certeza ou a Verdade não pode ser conhecida racionalmente, ou através da Razão; que, então, fosse aceita por intermédio da Fé que seria o instrumento para se chegar à Verdade das Coisas, dos Fatos, dos Sentimentos etc. Mas essa tendência não prosperou, pois por menos inteligente que alguém fosse poderia ver facilmente que o que aceitasse seria apenas a Verdade de quem a pregou e nunca a Realidade Verdadeira. Prevaleceu, destarte, a primeira versão e é possível observar a sua importância quando se vê que foi essa Tendência que ensejou, por exemplo, a Filosofia de Kant que em sua “Critica da Razão Pura” investiga o potencial da Razão concluindo que ela é insuficiente para se atingir Conceitos Metafísicos, ou as Essências. Também Descartes bebeu nessa fonte para compor seu Sistema, o qual tem por base precisamente o ato de Duvidar, embora em sentido diferente do Cético, como apoio para se confirmar a Existência. E essa mesma persistente pesquisa, a EPOCHÉ, foi resgatada hodiernamente pelos estudiosos da Fenomenologia (vide item). Atualmente a atitude critica e questionadora do Ceticismo é utilizada nas questões da “Relatividade do Conhecimento (o saber será sempre relativo porque não atinge a essência do objeto estudado)” e nas pesquisas sobre os limites da Razão e os da Ciência.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 3080 leituras
Add comment
other contents of fabiovillela
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Ghost | 3 | 756 | 08/12/2010 - 17:42 | Português | |
Poesia/Tristeza | Que fosse | 2 | 799 | 08/06/2010 - 15:57 | Português | |
Poesia/Tristeza | Insone | 1 | 1.346 | 08/05/2010 - 21:37 | Português | |
Poesia/Tristeza | Alvo-Branco-Alvo | 1 | 1.643 | 07/31/2010 - 20:45 | Português | |
Poesia/Amor | Lábios | 5 | 1.027 | 07/31/2010 - 01:00 | Português | |
Poesia/Geral | Prometeu Acorrentado | 2 | 761 | 07/30/2010 - 01:58 | Português | |
Poesia/Tristeza | Nóia Parada | 2 | 1.386 | 07/27/2010 - 19:06 | Português | |
Poesia/Tristeza | Inocência | 2 | 502 | 07/24/2010 - 18:50 | Português | |
Poesia/Dedicado | À mulher que vende sonho | 1 | 1.743 | 07/23/2010 - 21:07 | Português | |
Poesia/Tristeza | Cenários | 0 | 1.647 | 07/23/2010 - 15:23 | Português | |
Poesia/Tristeza | Agosto | 2 | 2.326 | 07/21/2010 - 06:35 | Português | |
Poesia/Soneto | Brisa | 2 | 1.187 | 07/14/2010 - 01:45 | Português | |
Prosas/Outros | NIETZSCHE, o Niilismo e a Vontade de Potência | 1 | 1.675 | 07/11/2010 - 01:31 | Português | |
Poesia/Soneto | Neuro | 0 | 1.397 | 07/08/2010 - 22:52 | Português | |
Poesia/Tristeza | Mago | 2 | 2.069 | 07/06/2010 - 21:49 | Português | |
Poesia/Tristeza | Matéria | 2 | 1.896 | 07/02/2010 - 15:02 | Português | |
Prosas/Outros | VITALISMO, VITAL - BERGSON - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético | 2 | 1.657 | 06/23/2010 - 20:46 | Português | |
Prosas/Outros | TOTEM, TOTEMISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético | 1 | 3.550 | 06/17/2010 - 21:42 | Português | |
Prosas/Outros | SOCIOLOGISMO - Filosofia sem Mistério - Dicionário Sintéticoio | 1 | 2.119 | 06/13/2010 - 22:26 | Português | |
Poesia/Amor | Russa Mulher Tatyana | 1 | 1.401 | 06/11/2010 - 21:22 | Português | |
Poesia/Amor | A Mulher Russa | 2 | 2.613 | 06/08/2010 - 00:50 | Português | |
Prosas/Outros | LOGICISMO, LÓGICA E LOGOS - Filosofia sem Mistério - Dicionário Sintéticoio | 1 | 1.151 | 06/06/2010 - 21:01 | Português | |
Poesia/Fantasia | Vinte doze | 1 | 2.250 | 06/02/2010 - 17:42 | Português | |
Poesia/Fantasia | Estranheza | 0 | 2.355 | 05/29/2010 - 13:38 | Português | |
Poesia/Soneto | Entrudo enfim | 1 | 1.670 | 05/28/2010 - 19:09 | Português |
Comentários
Re: Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético
Parabéns pelo belo texto.
Um abraço,
REF