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LENINISMO-MARXISMO, LENIN - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

LENINISMO-MARXISMO, LENIN – doutrina Filosófica e Política para alguns. Mera adaptação das teorias de Marx para outros. O Leninismo, contudo, sobrevive como um dos mais importantes Sistemas de Pensamento Governamental. Pela primeira vez, malgrado todas as imperfeições, foi através do Leninismo que o Poder passou a ser do Povo, ou do proletariado. Ressalva-se, é claro, que sempre se esteve muito distante desse ideal; mas, pelo menos em tese, essa transferência se consumou. Finda a Monarquia, governaria o Povo. Essa foi a “Causa” que levou Lênin a lutar junto com outros mais. Leninismo foi o nome dado à Forma de Governo implantada na Rússia pela revolução Bolchevique de Outubro de 1917, da qual Lênin foi o líder supremo. Por “Leninismo” pode-se entender as idéias políticas do mesmo e as adaptações que fez à Teoria de Marx e Engels para uso em sua terra. Dentre as quais, entre outras, pode-se citar: 1- Como é sabido, Marx defendia a Revolução do Proletariado contra a Monarquia e contra a Burguesia; a tomada do Poder e a construção de uma Sociedade Socialista ou Comunista. Mas, segundo ele, para que isso fosse alcançado seria necessário que o País já tivesse um Parque Industrial avançado, o qual, é claro, teria que ser operado por funcionários capacitados. Ora, para que fossem capazes, seria indispensável que tivessem Cultura e Saber suficientes para lhes dar, inclusive, uma “Mentalidade Revolucionária”. Tudo que a Rússia não tinha. Aqui aparece, então, a primeira adaptação do Marxismo, feita por Lênin: a Rússia era um País atrasadíssimo, basicamente agrícola e não muito distante de um regime feudal. Esse conjunto, segundo a teoria de Marx, não produziria uma “Mentalidade Revolucionária”. Contudo, Lênin apostou que a união entre os Camponeses (os chamados “Mujiques”) e os Operários citadinos resultaria numa “Massa Revolucionaria” que seria organizada e direcionada pelo Partido Comunista (ou Bolchevique = da maioria), a vanguarda do Movimento. E ganhou a aposta. 2 - Outra adaptação, foi a que se tornou a principal característica do Marxismo-Leninismo: a ênfase dada ao papel do Individuo enquanto agente da Revolução e da Transformação Social. Posição de Lênin em claro antagonismo ao “DETERMINISMO HISTÓRICO (a tese de que algo irá acontecer inexoravelmente em razão da conjuntura que a História compor)” que algumas Correntes pregavam por conta do “MATERIALISMO DIALÉTICO (neste contexto, a tese de Marx de que a luta entre Proletariado x Burguesia, redundando em uma Sociedade sem Classes, aconteceria naturalmente por força da tendência histórica)”. Por conta dessa importância dada ao Individuo, Lênin tinha como preocupação central a questão sobre o relacionamento entre a Teoria e a Prática durante o desenrolar da Revolução e da tomada do Poder pelo Proletariado. Tornou-se célebre o seu discurso em que afirmava que “não há revolução sem teoria do processo revolucionário”. Temia que a falta de uma diretriz, de um plano estratégico de longo alcance e abrangência, ou de uma sólida ideologia, transformasse a Insurreição em um movimento Anárquico (no sentido pejorativo do termo), do qual não resultaria a pretendida implantação do Comunismo. Por isso, logo após a vitória e à chegada ao Poder, a Teoria Marxista tornou-se a “Doutrina Oficial do Partido Comunista”, fato que silenciou qualquer forma de divergência – ideológica ou cultural - enquanto oferecia uma base teórica para dirigir os rumos e as decisões. Em sua principal obra sobre essa questão “O Estado e a Revolução”, de 1917, fez um severa reprimenda contra a falta de rumo político definido em processos revolucionários. Em outro livro, “Materialismo e Empiriocriticismo”, de 1909 (que para muitos, é sua melhor obra filosófica), Lênin critica com acidez alguns de seus partidários, principalmente, BOGDANOV (adepto do Positivismo*) e ERNST MATCH. Considerava o Empiriocriticismo* reacionário (inimigo da revolução) e Fideista (quem nutre fé irracional. Ver Fideismo*), além de associado ao ideário burguês. Além das obras citadas, Lênin escreveu vários outros textos filosóficos que foram reunidos em um volume intitulado de “Cadernos Filosóficos”, publicado após sua morte. 3 – outra adaptação do Marxismo deveu-se novamente ao atraso russo. Lênin julgava correto à implantação de um Regime tipicamente Proletário, radicalmente revolucionário, pois pensava que um Governo Forte e Centralizado atenderia melhor aos costumes do povo. A chamada “Ditadura do Proletariado”. Apenas depois da Revolução de Outubro de 1917, em sua obra “Teses de Abril” é que ele considerou válida e necessária a implantação de um Governo de cunho Socialista, composto por outras classes e entidades sociais, nos moldes daquele definido por Trotsky (ver Trotsky, no apêndice ao final desse Dicionário) e concorde com a Ideologia ortodoxa do Marxismo. Recorte - Nesse capitulo não entraremos em detalhes sobre as medidas preconizadas pelo Marxismo. Aos interessados o autor recomenda a leitura dos apêndices no final desse Dicionário. Além dos apêndices sobre o Karl Marx e o Marxismo, sobre Stalinismo, sobre o Trotskismo e sobre o Maoísmo, lá estarão abordagens mais extensas sobre “A Mais Valia”, a “Coletivização”, a “Sociedade sem Classes” e outros temas pertinentes. VLADIMIR ILITCH ULIANOV (1870/1924, Rússia), Lênin, foi um dos principais (para muitos, o principal) líderes da Revolução de 1917 que extinguiu a Monarquia (inclusive fisicamente, com o fuzilamento do Czar Nicolau III e de sua família) substituindo-a pelo Regime Comunista. Governou até 1924 quando morreu vitima de problemas circulatórios. Como já se disse, para muitos eruditos, Lênin não criou um Sistema Filosófico Político, apenas adaptou o Marxismo às condições de seu País na época em que estavam. E o próprio Estadista concordava com essa observação, pois acreditava que o Marxismo era, de fato, uma obra inacabada. E a sua importância estaria justamente aí: como continuador das Idéias de Marx. Lênin disse em certa ocasião: “não consideramos a Teoria de Marx como um Todo acabado” e, efetivamente, ele pode comprovar essa sua afirmativa quando trouxe a Teoria para o terreno da realidade concreta. O Marxismo só se completaria quando fosse implantado e melhorasse sensivelmente as condições de vida do Proletariado. Fato que infelizmente ainda não ocorreu, embora alguns Países tenham lucrado com sua implantação, como é o caso da China que se afigura a passos de gigante como nova potência dominante. Por fim, independentemente do julgamento que se faça acerca de suas idéias e práticas, é inegável a importância histórica de Lênin, que com sua inteligência, bravura e generosidade contribuiu decisivamente para que a maior parte do Mundo se libertasse das amarras da Monarquia, da Igreja e da miséria produzida pelo mau Capitalismo*.

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quinta-feira, março 18, 2010 - 01:12

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fabiovillela

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Comentários

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Re: Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

Considero muito "suas" apreciações sobre Marxismo, muito embora me sinta completamente em desacordo com a sua veia trotskista, que prespassa dos seus escritos em detrimento daquele que foi concerteza o maior obreiro do marxismo-leninismo,Stalin!
Contudo acho que a sua produção a nivel pedagógico seja salutar.
Quanto ao texto, arrisco-me dizer que Marx sem Lenine, não passaria de um mero "compêndio" filosófico destinado á catedra.
Em Marx há teoria revolucionária...com Lénine nasce a acção revolucionária que é o catalizador não só didático como tambem efectivo na assumpção da consciência de classe.
A organização do "partido de vanguarda", e a relação de produção colectiva é diametralmente oposta á mesquinhez revisa e intelectualista de trotsky, contudo, este não deixa de ter a sua cota parte na edificação do socialismo.

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Re: Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

Apreciei deveras teu comentário.

Grato,

Fabio

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