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Mell e Criss.

Sejam todos bem vindos à tragédia de minha vida.

Meu nome é Anellisa mas todos me chamam de Mell, neste manuscrito expresso a toda dor de meu viver, eu fora vindoura de uma família sem posses de Juiz de Fora no interior mineiro, uma família que nunca pode a mim ostentar luxos, quando pequena nunca fui de ter muitos amigos, quase sempre isolada, me perdi em um mundo de sonhos inreais e de amigos imaginários que tornavam a minha existência humana mais suportável. Fui crescendo deste modo, eu era pobre, sempre mal vestida um tanto rechonchuda, realmente não tinha uma boa aparência.

Com isso era alvo de chacota dos meus colegas e dos filhos dos meus vizinhos, pouco a pouco fui ao meu coração enegrecendo, me tornando vil, ressentida, mesquinha.

Os anos passaram, nada mudou, ate que conheci a Cristina a minha Criss, um anjo posto na terra a me alentar em meu torpe existir, Crisss era como eu, pobre, rejeitada, excluída da chamada sociedade, tivemos uma empatia impar logo de cara.

Nos tornamos as melhores amigas que alguém podera a ter, com o tempo nossa relação foi mudando, algo normal a convivência cada vez éramos mais unidas, mas algo estava diferente, me lembro bem quando naquele laguinho nos fundos da escola a Criss me beijou pela primeira vês, não sei dizer bem o que senti, foi um misto de surpresa, alegria, excitação e preocupação, sabia das conseqüências de nosso relacionamento, fiquei muito temerária. O que vão pensar? Como vou dizer aos meus pais?

Duvidas, duvidas era só o que tinha, mas sabia apenas que a amava, amava da forma mais pura e angelical que se possa amar.

Como previsto quando nossos pais souberam, nos separaram, hoje ainda é um choque na época seria um escândalo.

Lembro meu pai gritando a me esbofetear escada abaixo:

- Uma filha promiscua e Sapatão eu não irei agüentar. Se quiser morar sob este teto nunca mais volte a ver a Cristina.

Do outro lado foi ate pior os pais da Criss bateram tanto nela que ela passou duas semanas no hospital, se fosse hoje... Mas na época ninguém se atreveria a fazer nada.

Chorei por semanas, eu e meus pais nos mudamos pra São Paulo. Nunca mais vi a Criss.

Envelheci me tornei mulher, independente, me formei em Psicologia agora o patinho feio tinha virado Cisne, mas nunca esquecera Cristina.

Em uma tarde de outono ao chegar do almoço ao meu consultório, qual minha surpresa. A mãe de Cristina estava por esperar-me. Após tantos anos ainda sentia um tanto de ódio dela mas fui educada ao conversar com ela.

Ela quase que chorando me contou dos últimos vinte anos dela e da Cristina.

Cristina havia deixado os estudos, viveu em depressão, nunca me esquecera. A família entrou em colapso. O pai da Criss morreu em um terrível acidente, atropelado em um cruzamento Férreo.

Enfim a dona Luiza mãe da Criss foi ate mim arrependida sabedora que eu nunca havia casado, no intuído de talvez nos reconciliarmos.

Luiza:

- Não aprovo, como nunca vou aprovar o relacionamento de vocês, mas amo minha filha e sei que você a ama, a muitos anos vejo a Cristina sofrer, definhando, já a sobra da morte pois não mais tem vida, a anos não sai de casa e nem tem amigos, namorado ou qualquer outra coisa, nunca vou aprovar mas por amor a minha filha aceito o relacionamento de vocês se você ainda a ama, este é o endereço... Para encontra-la.

Eu fiquei triste por saber do sofrimento de Cristina, mas muito feliz por saber que ela ainda me amava tanto quanto eu a amava.

Cheguei cedo a Juiz de Fora no outro dia, fui direto a casa de Cristina, lá chegando avistei a porta entre aberta, adentrei a casa, ouvi um barulho no quarto dos fundos corri ate lá, era só um gato, voltei a cozinha, vi uma carta sobre a mesa, era da Criss para a mãe dela.

Dizia a carta:

- Sem mais ter sonhos a sonhar, sem mais ter motivos a viver, sem mais ter nenhum alento nesta minha torpe e enevoada vida de amargura.

Parto lúgubre funéria, ao meu desfalecer. Entregando minh’alma augusta ao anjo da morte, que ele me carregue para junto de seu reino. Já que da vida nada tive que a morte me traga alento.

Senti uma dor no peito, sai a rua enlouquecida, algo me atraiu ao rio, na avenida Beira Rio avistei inúmeros transeuntes aglomerados, ao pé da ponte, corri ate lá.

Era Cristina que houvera se atirado da ponte. Estava estraçalhada mas ainda respirava, a peguei em meus braços. Ela por um instante abriu os olhos e dei-lhe um último beijo, a senti minha e sei que ela me sentiu sua uma última vês antes de morrer.

Ali morrera meu sonho, e o amor de minha vida, mas uma vês quando estive perto de obter a felicidade a vida vem e me leva tudo.

Que fizera eu a merecer este destino.

Felix Ribas

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sábado, março 6, 2010 - 15:23

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