CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Misteriosa linguagem (II)
Conversa com a tília da minha infância. Um monólogo…
Como te sentes aí, bela e amada tília, na tua serenidade e sabedoria vívida?
Eu sei que tu sentes, mas a tua natureza e forma é mais generosa que a nossa errante armadura humana.
Sentes a água e a húmida terra que te sustem.
Percebes a linguagem que o vento te trás e as vozes varridas dos quatro cantos do mundo: o choro e a dor da miséria, o riso contagiante das crianças transbordantes de vida, a arrogância e o egoísmo dos poderosos e a generosidade e o amor de quem sabe conservar e partilhar o que realmente importa…
Compreendes tudo isso.
Conheces a história das moléculas. A água que agora é tua, já foi minha, já pertenceu aos meus pais, aos meus avós e às estrelas. Um dia fará parte do meu filho e do filho dele…
Bela e amada tília, um dia também tu irás mudar. Deixarás de ser tília e passarás a ser outra coisa.
Por agora, acompanhas as estações e também te transformas harmoniosamente com elas.
[A tília de que falo, já não existe, a não ser na minha memória. Um tempestuoso dia, estaria eu na minha primeira década de vida, caiu com a força do vento, jazendo de raízes expostas na relva do jardim do Morro. Mesmo depois de vencida, serviu de palco durante mais de uma semana às brincadeiras de amigos: as crianças da rua, tal como eu, naquela altura. Em trupe, empoleirávamos nos ramos e escondíamo-nos por entre as folhas, saltávamos, gritávamos, riamos. Depois, tiraram-na de lá. Tenho a certeza de que a lenha que providenciou, era da mais nobre que se pode obter. Estou certo de que aqueceu muitos corpos arrefecidos pelo rigor do tempo.]
A.R.Reserved
Ricardo RodeiA
- Trabalho realizado no âmbito do Curso de Arte-terapia: Práticas artíísticas (Abril 2012)
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2926 leituras
other contents of RICARDORODEIA
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Fotos/Paisagens | sombra na falésia | 0 | 1.450 | 08/26/2011 - 15:23 | Português | |
Fotos/Paisagens | Sou céu que me rompo. | 0 | 933 | 05/12/2011 - 16:52 | Português | |
Fotos/Gentes e Locais | TAL CÃO, TAL DONO... | 4 | 941 | 04/08/2012 - 00:08 | Português | |
Pintura/Figurativo | Tapete Alado de fogo sexual | 0 | 3.149 | 08/10/2011 - 15:14 | Português | |
Fotos/Gentes e Locais | tempo suspenso | 0 | 1.203 | 04/11/2012 - 23:00 | Português | |
Poesia/Aforismo | Terra de nabos | 0 | 1.113 | 07/06/2011 - 17:53 | Português | |
Poesia/Geral | Terra elementar - in apontamentos de vida VII | 4 | 724 | 01/05/2012 - 15:33 | Português | |
Fotos/Arte Digital | UM OURIÇO ESPECIAL | 1 | 1.794 | 02/13/2012 - 22:19 | Português | |
Fotos/Natureza | Vento sobre dunas | 0 | 1.092 | 05/15/2011 - 16:13 | Português | |
Fotos/Outros | vento sobre dunas II | 0 | 1.548 | 07/30/2011 - 19:04 | Português | |
Fotos/Natureza | verde e amarelo | 0 | 596 | 06/02/2011 - 15:18 | Português | |
Poesia/Meditação | Vestígios da Memória | 0 | 846 | 11/18/2010 - 16:42 | Português | |
Poesia/Meditação | «Corro» - Ensaio sobre a ansiedade. | 6 | 1.368 | 06/28/2011 - 04:00 | Português | |
Poesia/Meditação | «orvalho efémero» | 0 | 769 | 05/16/2011 - 17:03 | Português | |
Poesia/Arquivo de textos | “ a carência carece de tudo” | 2 | 880 | 10/24/2011 - 15:44 | Português | |
Fotos/Outros | “A janela, a criança, o rio e a cidade” | 0 | 964 | 05/17/2011 - 18:07 | Português |
Add comment