Noite

Outrora uma noite nublada. Agora com uma lua brilhante e bonita como nunca. Um céu estrelado que ilumina as trevas do meu ser. Noite triste e solitária… para sempre a minha preferida. Só com ela eu desabafo, só a lua sabe a minha dor. As estrelas? Gostaria de poder alcançá-las… consigo distinguir o teu rosto entre elas, olhando e sorrindo para mim. Uma visão? Pura verdade? Apenas penso que mera ilusão…
Ouço o vento que, ao passar suavemente por entre as árvores, parece entoar uma melodia agradável. O seu assobio, doce e meigo, canta para mim. Comovo-me ao ouvi-lo. Uma lágrima de saudade rola pelo meu rosto. Ao cair no chão desenha piedosamente o meu coração que diz amar tudo, talvez porque, no fundo, não ama nada.
Começo a proferir palavras de dor, de sofrimento… talvez de amor, um fraco sentimento. Palavras que ninguém ouve. O teu nome? Não ouso dizê-lo. Porém, o vento chama-te… mas tu não respondes ao seu chamado.
Fecho os olhos… recordo momentos de doces prazeres apenas por causa de simples olhares. Fecho-os à espera de um beijo teu, mas só o vento me beija a face.
Dou então com a minha alma a vaguear por lugares incertos, levada pelo vento, à tua procura… não te consigo encontrar. Olho de novo para a lua e apenas posso sonhar. Todos os dias penso em ti e todos eles me pergunto: “- Porque nunca fui feliz?”.
Apenas o silêncio me responde. Já de madrugada despeço-me da minha querida e adorada noite… mas uma despedida é sempre difícil se nunca houve um encontro. Eu gostava de me poder despedir antes de partir para o próximo sonho…