CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O crítico sensato.
Ele entrou no bar, e viu, já ébrio, o jovem poeta, tonto, ainda sobre o efeito da meia-garrafa de ego que havia bebido. O crítico então prestou atenção em suas mãos trêmulas e compulsivas, escrevendo quase que sofrendo, as confusas emoções que vinham de sua alma. O crítico, curioso com o frenezi do jovem poeta, pegou um texto que havia caído no chão, e, com a pretensão de ajudar-lhe, juntou o mesmo do chão, e devolveu-lhe. Não sem antes dar uma rápida lida (apenas para afagar a curiosidade).
Nos poucos versos que leu viu: figuras de linguagem, disgreções criativas, pensamentos originais, transcendência, estética, musicalidade e conteúdo. Porém, tudo em anárquica dança. Alguns escritos entrópicos cheios de energia e desorganização, com idéias, porém debatendo-se entre si a meio as observações pessoais tidas como originais e próprias. Reconhecia postulados já dissecados por antigos pensadores, colocados como pessoais pelo poeta diletante inculto que, ignorantemente, as achava próprias por desconhecer as letras dos grandes pensadores.
O crítico pensou: "Eis um criativo, pena que ébrio de seu ego". Devolveu a página ao jovem compulsivo poeta ignorante, subiu as escadas até seu quarto, e trouxe uma garrafa.
Sentou-se ao lado do jovem poeta:
-Permita-me dividir este nectar com o amigo?
Creio que te agradará, é antigo, amadurecido ao sabor do tempo, mas mesmo por isso eterno e revolucionário. Prove deste Baudelaire. Me digas o que achas?
O jovem poeta meio perplexo, estava já habituado com a embriaguez e ressaca do próprio ego, cedeu, até um pouco por pena e educação.
-Pois não senhor, afinal o que me custa?
Levou o cálice cheio de poesia ultrapassada do século retrazado à boca. Sentiu descer-lhe pela garganta o néctar do mais puro simbolismo.
O jovem poeta não disse nada, parou de escrever por um minuto enquanto seu olhos brilhavam com a nova experiência literária inebriante.
Então o crítico pensou: "Fiz meu trabalho, por hora... devo ter em algum local outra garrafa de Rimbauld ou Camilo Peçanha..."
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1129 leituras
Add comment
other contents of analyra
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Drama | E não é que ele a perdeu? Enquanto ela perdia a vida... | 0 | 2.668 | 06/27/2010 - 19:37 | Português | |
Poesia/Amor | Jóia rara | 5 | 844 | 06/27/2010 - 07:08 | Português | |
Poesia/Meditação | Não me tirem o que não podem me dar. | 7 | 1.093 | 06/26/2010 - 21:52 | Português | |
Poesia/Aforismo | Sentido da vida | 2 | 2.020 | 06/26/2010 - 16:44 | Português | |
Poesia/Intervenção | Simbolismo | 3 | 1.751 | 06/25/2010 - 19:04 | Português | |
Poesia/Amor | Romantismo | 6 | 1.321 | 06/25/2010 - 00:58 | Português | |
Poesia/Geral | Versos livres | 7 | 1.250 | 06/24/2010 - 21:57 | Português | |
Poesia/Amor | Oração pelos que não sabem amar. | 2 | 1.287 | 06/24/2010 - 21:15 | Português | |
Poesia/Meditação | No intuito de sermos o que não somos. | 5 | 689 | 06/23/2010 - 20:37 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Paraíso de mim | 1 | 1.588 | 06/23/2010 - 17:49 | Português | |
Poesia/Amor | Conclusão | 4 | 988 | 06/23/2010 - 14:45 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Vida moderna | 0 | 1.856 | 06/22/2010 - 02:24 | Português | |
Poesia/Geral | Aliteração | 7 | 2.345 | 06/21/2010 - 21:29 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Um minuto e nada mais... | 3 | 1.044 | 06/19/2010 - 16:08 | Português | |
Poesia/Intervenção | A luz da vela ao pavio do amor. | 6 | 907 | 06/19/2010 - 16:06 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Presente do indicativo, futuro subjuntivo | 2 | 1.478 | 06/19/2010 - 16:02 | Português | |
Poesia/Meditação | O melhor remédio. | 6 | 1.229 | 06/18/2010 - 07:29 | Português | |
Poesia/Fantasia | Paralelo universo no mundo do verso | 4 | 1.244 | 06/17/2010 - 00:38 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Conselho a uma gralha triste | 4 | 1.847 | 06/16/2010 - 20:48 | Português | |
Poesia/Tristeza | Ilha de mim | 3 | 1.298 | 06/15/2010 - 13:48 | Português | |
Poesia/Tristeza | Caminhada infeliz | 6 | 1.459 | 06/15/2010 - 01:47 | Português | |
Prosas/Pensamentos | O melhor da infância o pior para os adultos. | 1 | 1.834 | 06/13/2010 - 21:12 | Português | |
Poesia/Amor | Amor? | 1 | 1.046 | 06/13/2010 - 14:25 | Português | |
Poesia/Meditação | Somos? | 4 | 1.083 | 06/13/2010 - 03:18 | Português | |
Poesia/Tristeza | Noite no campo de ti. | 3 | 1.263 | 06/12/2010 - 20:31 | Português |
Comentários
Re: O crítico sensato.
*Braço no ar*
Bebedo: Presente!