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O mundo não é meu
Mar de gente. Ondulação humana. São rochas marinhas. São espuma. O mar revolto e sem sentido, sem mexer, sem nada. Ondula porque sim.
Velhas sentadas no lancil e eu no topo de um monte de pedras soltas da calçada, por calcetar, a ver do alto.
São capas negras, bordadas de vida, às cores. Remendos.
São cegos na multidão que nem sabem quando aclamar. Não sabem quando parar. Sabem apenas porque sim. Cegos que se atropelam e arrastam e se escalam para ver o que não vêem. E não vêem. Todos olham mas ninguém vê.
Chuva de Maio. Primavera invisível. Um verão gelado, vento de leste e a chuva que lá está sem cair.
Vestem meias roupas: calções e camisinhas; saias curtas e decotes; alças e carne; e a tez pálida. E depois tapam-se. Tapam-se por cima das meias roupas, com pele defunta e cobertores da moda e falsos risos e sorrisos e hipocrisias. No fim choram os crocodilos na passerelle de vaidades.
Criticam o oxigénio, como se não respirassem. Aceleram de fumo preto; escape e borracha queimada. Gritam e assobiam ao mar è espera de resposta. Coitados… nem o eco lhes responde.
E pisam o jardim ao subir. Enterram os saltos altos na erva e sobem aos tropeços. E quando chegam ao cimo, ajeitam as calças, que são demais apertadas, 2 números abaixo mas fica bem. Não respira, mas fica bem. Dizem.
Depois descem a coxear. Mancos e a doer os pés. Fica bem.
Todos sabem tudo. Mais que os outros, sabem tudo. Todos sabem tudo enquanto os outros não sabem nada. E passeiam as saias curtas de longas pernas arrepiadas. Vão subindo, mas descem a coxear, todos.
Eles sabem tudo e os outros não sabem nada. É um mar de gente na rebentação. E eu a espuma que a saltar no rochedo. É um mar de gente seca. E é no mar seco que ando molhado. Um dos outros que nada sabem.
Sei do beijo. Sei que ignoram a voz que ecoa nas paredes de pedra que me rodeia. Não grito mas também não respiro. Estou apenas. Sou. Sorrio.
O mundo não é meu.
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