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ONDAS DO MAR

Ondas do mar que se erguem para o céu, levando consigo  a espuma branca da paz, derramando toneladas de esperança e felicidade sobre a Terra; esta agradece recebendo - as de braços abertos, acalmando - as, fazendo - as espraiar de mansinho como se fossem cordeiros, que correm em catadupa, formando rebanhos imensos empurrados pelo vento que as ajuda a chegar à praia do salvamento.

As ondas do mar dão lições de vida aos homens que apenas se preocupam com as ondas da guerra, do poder e do dinheiro, que os afogam no sangue que é seu mas, não aprendem as lições de vida dadas pelas ondas do mar que correm para a praia eternamente, para em seguida construírem a paz e a esperança que dão vida à sua vida, mas não aprendem as suas lições.

As ondas não desistem e continuam eternamente a erguer - se para o céu de alvas mãos de espuma que abraçam as nuvens brancas ou pretas que, ecoam as suas preces para as almas do amor, levando mensagens azuis que se confundem com o céu do mundo que as ignoram e os homens continuam a fazer guerra pelo poder e pelo dinheiro.

Mas elas não desistem  de levar as mensagens para que entrem algum dia na mente conspurcada dos homens  que só pensam no poder na guerra e no dinheiro, como se fossem eternos e donos de todas as vidas.

O homem tem olhos e inteligência mas, continua cego e não pensa que nunca será eterno; a sua vida é apenas uma curta passagem pela vida do mundo que não vale a pena fazer guerra porque um dia ela acaba para eles. Eles apenas pensam que, as suas sementes já impregnadas do mal, continuam a sua tarefa de contrariar as ondas do mar que se erguem para o céu oferecendo - lhes a paz mas, preferem a guerra das vidas que batalham para a morte, destruindo as flores das Primaveras, até que um dia as Primaveras  deixem de dar flores; nessa altura já os homens arrependidos, deitam as mãos à cabeça mas, já não a encontram e não podem ver as ondas do mar erguer - se para o céu porque também elas já desistiram e o seu azul, já não é azul, é preto triste da cor do nada e o homem enquanto vida não aprendeu as lições de amor das ondas do mar que se ergueram sempre para o céu para lhe dar a paz.

Outros homens vieram para o mundo mas, já não existe mundo para viver; partem desiludidos porque os seus pais não aprenderam que a vida é que dá cor às Primaveras cheias de flores, mas as Primaveras também desistiram, para não verem a tirania dos homens que, se consumiram por si próprios, com tantas oportunidades de vida que tiveram e até as ondas do mar desistiram de erguer - se para o céu e agora tudo faz parte do nada e nada mais existe, tudo por culpa dos homens que não aprenderam as lições de vida  que a vida lhes deu; o nada tomou conta do mundo que agora é incolor e por isso já não se vê.

Um novo mundo nasceu, matou o nada e um novo homem surgiu mas, estes homens já não são iguais aos outros que já não existem por culpa própria; são calmos, cheios de vida e de esperança, com um sorriso franco e cheio de amor. As ondas do mar tornam a erguer – se para o céu que o abraçam de saudades, saudando o novo homem que já não usa armas de matar, o poder a guerra e o dinheiro para se evidenciar, e as Primaveras agora são mais coloridas, cheias de flores mais viçosas que amam verdadeiramente os homens que desconhecem os argumentos da força da guerra, do poder e do dinheiro.

As árvores cresceram tanto que tocam os céus, dando abraços às ondas do mar, festejando o novo mundo, onde a luz é constante, os caminhos não têm espinhos e os homens caminham livremente no novo mundo, porque todos os caminhos chegam à nova Primavera que sorri. Que lindo que é agora o novo mundo, onde não existem diferenças e a sociedade é agora unicolor, da cor da nova paz, onde mora o amor entre todos.

Agora sim, eu gosto deste mundo, é bonito, harmonioso, onde a alegria espalha música bela em todos os corações  que batem sem cessar anunciando a felicidade.

As crianças brincam, os passarinhos cantam e todos os outros animais correm com alegria e sem medo dos homens.

Agora só existem Primaveras que exalam um perfume constante de amor e felicidade; desapareceu o medo, a vida sorri a todos e até a música é outra que, transborda em todos os corações.

Acordo de um longo sono, onde o sonho era lindo e agora vejo que nada do que vi, senti e vivi no meu sonho é real como todos os sonhos do sono; fico triste e fecho os meus olhos e obrigo – os a dormir para continuar o mesmo sonho mas, eles não obedecem e dizem – me para acordar e viver a realidade, com medos, com a força das guerras, do  poder e com Primaveras tristes, onde o dinheiro continua a ser rei e senhor que tudo compra e manda, até os ideais dos homens.

Tenho de acordar definitivamente e viver a realidade mas, não vou desistir de contribuir para que o mundo seja o mundo que eu sonhei, embora não passe de um sonho mas, enquanto sonho, vivo melhor e procuro ver o mundo, com os meus olhos, com Primaveras coloridas, embora carregadas de utopias que são autênticas miragens, em cujas ilusões mora o nada, o autêntico buraco negro, feito de nada e pelo homem mas, onde há – de entrar a sua vida cheia de nada e mesmo assim não aprendem as lições, pelas ondas do mar que sussurram aos seus ouvidos mas, a sua surdez é mais forte que a vontade de aprender as boas lições que abrilhantam a vida como as luzes das estrelas o Universo.

Perante a grandeza do Universo não somos nada mas, o homem julga – se o centro dele e que tudo pode gravitar à sua volta, quando na realidade, ele é como um grão de areia que deambula no Planeta que espreita através da sua ciência e tecnologia que não pára de avançar mas, pensa que vê mas não vê nada, embora tenha olhos para ver; a grandeza do Universo esconde enigmas que todos os olhos de todos os homens juntos nunca conseguirão descobrir.

A água e o vento são dois elementos da natureza essenciais à vida e ambos conseguem penetrar nos lugares  onde nenhum homem consegue entrar mas, não conseguem  fazê – lo nas suas mentes; apenas os fazem pensar como retê – los e apropriar – se, podendo apenas fazê – lo com a água mas com o vento nunca o poderão fazer por mais que lutem. Ele existe como um fantasma que nos cerca e nos faz viver mas, o homem como recompensa, conspurca – o cada vez mais com uma avidez insaciável e o vai respirando, com ou sem qualidade, interferindo na qualidade da sua saúde e de dos restantes seres vivos que nada fizeram para merecer este castigo, pagando o justo pelo pecador.

Se a água e o ar quisessem acabavam com a vida de todos os seres vivos num abrir e fechar de olhos mas, eles têm uma paciência infinita, perante tamanhas agressões que sofrem da parte do homem que, apenas vê à sua frente, o poder, a guerra e o dinheiro, esquecendo - se que estes dois elementos fundamentais à vida, podem acabar com as guerras, o poder e o dinheiro, instalando o nada mas, o homem não aprende as lições da natureza e age como se fosse o dono e senhor dela, sem dar valor ao ar que respira e á água que bebe, o que denota uma grande falta de inteligência e um grande desprezo por estes elementos da natureza, como se tivessem alternativas para continuar a usufruir do maior milagre da natureza que é a vida.

A inteligência é forte mas as atitudes são muito fracas e a vida de cada ser vivo é só uma e por isso, causa  - me espanto e a maior perplexidade, como é que o homem não pára para pensar e ver o mal que está a fazer à natureza e consequentemente à sua própria vida; se esta retribuísse, isto é, se fosse vingativa, já há muito tempo que o homem tinha deixado de existir da face da Terra mas, no entanto, pensando melhor, a natureza se vai vingando lentamente, obrigando o homem a um esforço maior para continuar a vida mas, ele não aprende as lições que a natureza lhe tem dado e, no entanto, continua com a sua teimosia em agredi - la cada vez mais, com os argumentos da guerra, do poder e do dinheiro, em lugar de amá - la, acariciá - la, como se fosse a própria mãe mas, nem por ela tem respeito, o que vai fazer com que a natureza qualquer dia, quanto menos espera, se revolte de vez, e, nessa altura ele já não consegue recuar e parar para pensar, porque o tempo se esgotou e já nem sequer tem tempo para se arrepender, do mal que fez ao tempo.

Estas atitudes fazem lembrar que, o homem só se lembra verdadeiramente da sua morte, quando acompanha um amigo ou um ente querido ao destino da vida, dizendo: aqui acaba - se tudo, para que serão tantas guerras, poder e dinheiro, se tudo acaba aqui e o nada toma conta de nós? Mas, por outro lado, assim que sai das portas do nada, recomeça tudo de novo, com as guerras, com o poder e com o dinheiro; não aprende as lições que a natureza lhe dá e continua a fazer o mal, como se ele, o homem, fosse eterno, só a vida dos outros é que morrem.

 

 

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quarta-feira, abril 27, 2016 - 08:49

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José Custódio Estêvão

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