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Ontem
Ontem passei à tua porta. Eram 23 horas e 12 minutos. Pensei bater. Não. É melhor não. “Já não me conhece”. É que o tempo evapora as imagens que ressoam dentro de nós.
Hesitei.
A vontade de te ver fervilhou dentro de mim. Saí do carro, acendi um cigarro e fui á tua porta. Perdi o tempo que um cigarro leva a fumar. Instintivamente relembrei o dia em que me deixaste sair sem quereres que eu saísse. Revisitei os teus olhos de amêndoa torrada, naquela noite. As súplicas de mais um momento moravam neles, mas a tua boca mantinha-se silenciosa…
Relembrei que fui rio no teu leito e que navegaste em mim como um suspiro de desprende da garganta… selvagem!
Ontem passei à tua porta. Eram 23 horas e 12 minutos.
Perdi o tempo que um cigarro leva a fumar.
Perdi-me numa eternidade de lamentos.
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octaviodacunha
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Comentários
Re: Ontem
Parabéns pelo belo texto.
Um abraço,
Roberto
Re: Ontem
QUERIDO AMIGO, QUE BOM TE ENCONTRAR AQUI TAMBÉM! TEM VÁRIOS DUETOS NOSSOS AQUI PUBLICADOS, SABIA?
CONTINUA LENDO NO MEU BLOG?
ESPERO Q SIM...
TE DEIXO UM BEIJO DE BOAS VINDAS!
Re: Ontem
Amiga Fátima é bom saber que também estás por aqui.
Não, não sabia que já cá estava... antes de estar; também é bom saber.
E sim!... Continuo a ler (e reler) o teu blog.
Beijo.
Re: Ontem
Olá Octávio
Gostei que viesses bater também a esta porta.
Esta é uma casa aberta a poetas como tu; pessoas que escrevem como falam e amam como escrevem, através de tonalidades raras que emprestam às palavras
Iniciaste com um texto que me prendeu e me fez voltar atrás.Olhei as horas e passaram só cerca de duas dezenas de minutos depois das 23 horas em que resolvo vir até aqui dar-te as boas vindas..
Obrigada pela partilha deste magnífico texto
Beijo
Matilde D'Ônix
Re: Ontem
Olá Matilde.
Obrigado pelas tuas palavras; gentis e muito provavelmente imerecidas.
Beijo
Octávio da Cunha