Os Alexandre

Isabel e Viviana foram para aula também Alexa entrou, quando tocou para fora Alexa saiu apressadamente, Isabel e Viviana saíram logo a seguir, e á porta do pavilhão C viram o Hugo ela parou para o fitar, ele disse-lhe alguma coisa em voz baixa e ela afastou-se, Isabel sentiu um nó no estômago quando após passar por ele ouviu a sua sensual voz a chamar pelo seu nome, virou-se ainda confusa.
- Isabel… Tudo bem? – Perguntou ele educadamente.
- Tudo e contigo? – Perguntou ela sorrindo, desejando a todo o custo não estar a corar ou algo do género.
- Também, eu estive a ver o questionário de sociologia, e pensei que talvez hoje antes da aula tu pudesses vir até aqui ou até um café para irmos adiantando o trabalho…
- Hum… – Tentou parecer pensativa como se tivesse uma agenda muito ocupada, depois olhou-o ele estava a observa-la e a estuda-la numa tentativa de descobrir a sua resposta. – Tenho a tarde livro só cá venho para sociologia, por isso se esse horário te der jeito…
- Dá. – Sorriu ele. – Onde queres marcar?
- Eu ainda não conheço bem a cidade… – Disse ela, descobrindo que tanto ela como ele caminhavam pelo recinto escolar. – Era bom que indicasses um sitio…
- Se não conheces a cidade também não conheces os caminhos mais correctos para os melhor sítios… E se depois do almoço, sei lá, por volta das duas e meia nos encontrássemos aqui… Íamos no meu carro até um café que eu conheço que é bastante agradável…
- No teu carro? – Perguntou ela desconfiada.
- Preferes ir no teu ou nos transportes públicos? Estou apenas a ser simpático… – Disse ele incomodado com a interrogação dela.
- Desculpa não te queria insultar… – Apreçou-se ela a dizer percebendo-se que estava completamente gelada e corada.
- Como se eu te fosse raptar… – Sugeriu ele sorrindo.
- Não foi isso que sugeriste ontem á tarde em sociologia…
- Ei!!! Nada de conclusões menina… A culpa do meu temperamento não é tua… podes ter sido a rainha do baile, mas nem tudo gira á tua volta…. – Disse ele enquanto caminhava ao lado dela, Isabel deteve-se desta vez petrificada.
- Como é que sabes?
- Sei o quê?
- Que fui rainha do baile…
- Bem ou estás a ser modesta, ou idiota ou então não deves ter muita consciência daquilo que és, tens uma expressão nata de rainha de bailes de liceu… Mas não te lisonjeies, que não passas disso, não vou ser o idiota que te vai abrir o caminho na multidão…
- Estás a assustar-me!!! – Afirmou a Isabel abrindo a mochila para tirar um cigarro. – A não ser que tenhas uma estranha e idiota tendência para me irritares, tens então uma capacidade devastadora de violares os meus pensamentos… – Acabada a frase, Isabel sentiu-se idiota. Ele começou a rir.
- Não te violei a mente, nem te estou a tentar irritar, apenas sou observador… – refutou ele, depois sorrindo. – Estou mesmo a irritar-te?
- Define irritar… – Pediu ela com sarcasmo, depois finalmente acendeu o seu cigarro.
- Será que me podes arranjar um cigarro? – Pediu ele sorrindo, Isabel olhou para o sorriso perfeito, como poderia dizer que não? Sorriu e estendeu-lhe um cigarro, ele tinha as mãos quentes e o choque com as mãos gélidas dela foi como se causassem um choque entre ambos. – Credo rapariga estás morta!!! – Exclamou ele.
- Desculpa. – Disse Isabel. – Eu tenho sempre o corpo gelado, nunca percebi porquê, mas o meu estado normal é assim…
- Já fico avisado para a próxima vez… – Disse ele olhando em volta a campainha tocou. – Vou para a aula, estamos combinados então para logo?
- Porque é que não lês o meu pensamento? – Perguntou ela com sarcasmo mas mesmo assim com um sorriso.
- Hum… - Ele fez um ar pensativo. – Acho que sim… Até logo rainha.
- Não me chames isso! – Exclamou ela virando costas e indo para a sua aula.