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Quatro penas ao sabor do vento...

E agora que tudo passou o que resta de mim? Não consigo encontrar respostas… preciso de ti, desse teu calor, dessa paz que nunca te recusaste a dar…salva-me de um sofrimento que não quero ter_ salva-te a ti próprio. Faz-me perceber porque teima a vida em separar a perfeição de um amor que jamais verá o fim…que jamais será terreno, ele é intemporal, é real, não é um simples sonho…E era nosso.

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Porquê? _ pergunto-te. Manténs-te em silêncio…esse silêncio cortante que agora caracteriza as nossas conversas e me sufoca por não me deixar ver o que realmente és. E tu foges, evitas um contacto que me daria a vida de novo … Não recuperas o que perdeste. Tudo o que não quiseste ressuscitar é agora fragmento remanescente, irrecuperável, do que um dia fomos.

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A dor que sinto quando sei que te estou a perder faz-me desejar nunca ter vivido, chorado, construído, sorrido…ao teu lado. Não é justo? Talvez seja…porque esta dor é legítima. E infelizmente incontrolável. Chorar noite após noite ao tentar adormecer sem efeito…acordar com uma angústia no peito que só se deseja ao pior dos seres… em nome de uma felicidade real mas transitória…terá valido a pena? Um dia quando não sofrer mais por isto talvez entenda que sim, que valeu a pena…agora simplesmente não consigo reagir…a dor consome-me, as dúvidas inquietam-me…sem que possa fazer nada contra isso…sinto-me incrivelmente impotente perante isto… pensei, ou sonhei, que um dia poderia ser feliz…forcei-me a esquecer que nunca poderia acontecer contigo…e agora, a cada dia que passa, luto contra o arrependimento, procurando que a razão me mostre que deveria ter feito tudo assim…mas a verdade é que, neste momento, já não sei nada…tudo o que tinha, no meu esquecimento deliberado, como certo, está a diluir-se pelas minhas mãos, escapando à minha vontade, à minha força de poder impedi-lo…a verdade é que não tenho mais força para lidar com isto…e nada mais consigo fazer por agora do que render-me…

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Tantas vezes me perguntei sem nunca obter resposta… tanto tempo pensei que motivo me poderia ter levado a este ponto… A isto que criei contigo. Este sentimento ímpar que reconheço como meu e teu, só nosso e me recuso a aceitar que algum dia alguém que amou possa ter amado de forma diferente, porque não consigo imaginar duas almas juntas que não partilhassem o amor que sempre partilhámos…tal facto para mim denunciaria um falso amor, um falso sentir porque quem não amou como nós amámos jamais amou. Porém, que amor é este que não se mostra suficiente para travar uma batalha por si próprio? Como pode ser a preocupação e o amor pelos outros maior que este amor que acredito ser o maior da minha vida? Será que me recuso a ver que ele não é tão forte como eu queria que fosse? Ou é tão forte que sentimos que não o podemos partilhar com ninguém, sendo preferível mantê-lo à margem dos outros? Não encontro respostas…tu tens respostas para me dar? É para ti que escrevo. E como te consigo magoar assim? E como me consegues magoar tanto? Como foi possível chegar a isto? Foste a única pessoa que me aceitou como eu era, pelo menos o suficiente para me conseguires amar… Foi a amizade que nos levou a esta união? Foi por amor? É o amor uma força que ninguém pode controlar? Foi essa força que nos juntou? O que foi? Porquê? É verdadeiro? E se é, porque não se assume? Porquê? Sei que como eu, não tens resposta para isto. Acho que no fim só nos restam as recordações do que vivemos. Magoar-te mais, nunca. Esquecer-te, nunca. Amar-te, sempre. Adeus…

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quinta-feira, fevereiro 10, 2011 - 14:57

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Apex cordis

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