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A queda in...verteu-se
A queda
Sonhava que estava a caír...
Um abismo que se eternizava e não encontrava chão.
O medo sepultava qualquer outro sentimento.
(deformava tanto o sonho, tal e qual como deforma a percepção da realidade...seja a dormir ou acordado)
O medo caía em pânico...
coração ofegante, olhos gritantes injectados de horror...
- a ausência de controlo sobre o desconhecido. A impotência do inevitável impacto. - iminência da dor que se prolonga em tortura num sofrimento constante de apenas ver o fim sem nada mais... para lá de si.
Calhei de sentir que nada mais era que um sonho.
A forma: o eterno peso - O Pesadelo.
De consciência adquirida (- nada mais que um pesado sonho caído em pânico por tudo quanto pesa no corpo e na alma -), extraí do onírico suco subconsciente, a capacidade de mudar a ilusão que se afigurava: transformei a forma, pela percepção - deixei de caír.
E aquele vento infernizante que sentia sobre o toda a face ventral desapareceu. A gravidade já não me fazia caír para lado algum.
----- Comecei a pairar e sobre o meu dorso, sem que asas me nascessem, soprou um vacuo que me sugava para cima - a queda mudou de rumo. "Eu" mudei o rumo da queda!
E essa sucção puxava-me para cima - pois então, estava a voar, melhor ainda a «Elevar-me» de costas voltadas para cima.
Podia atrever-me e olhar para trás, mas não quis... pois já não sentia medo.
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