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ROMANCES DA LITERATURA BRASILEIRA - COMENTÁRIOS - A MORENINHA (JOAQUIM MANUEL DE MACEDO)

JOAQUIM MANUEL DE MACEDO (1820 – 1882)

E “A MORENINHA” O PRIMEIRO ROMANCE BRASILEIRO

A crítica direcionada à obra de Macedo (1820 - 1882) é unânime em afirmar que o romancista de A moreninha (1844) não evoluiu em nada a sua técnica literária, mesmo após um decurso de prazo de quase quarenta anos e vários romances (cerca de dezessete), ou seja, não modificou suas observações, não acompanhou a evolução dos tempos, manteve-se descritivo em relação à sociedade do seu tempo, também não evoluíram as peripécias dos seus romances (esquema básico: um casal de namorados, que por algum impedimento imediatista não pode realizar o amor, mas logo em seguida aparece uma solução e o mal entendido é desfeito e o casal, após o matrimônio, torna-se feliz para sempre, fato este constante nas atuais novelas televisivas, mostrando assim, alguma atualidade em Macedo). Nas suas tramas também há sempre um enjeitado, muitos furtos, aventuras de finais previsíveis, grandes segredos que quando revelados acabam contribuindo para um final feliz. Mesmo assim, uma parte da obra de Macedo (A moreninha, O moço loiro, A luneta mágica, Mulheres de mantilha e algum teatro) superou as barreiras do tempo, conseguiu relativa fama e notoriedade, despertando à atenção também da crítica e de um considerável número de leitores. Com romances de agradáveis leitura em que mostra alguma realidade de seu tempo e sociedade, no dizer de Antonio Candido o “pequeno realismo”, isto é, como uma sociedade mostrada sem mazelas sociais, como se tudo fosse mostrado pela fresta de uma janela “fechada”, ou seja, como se o Autor não pudesse ou não quisesse mostrar a realidade do tempo. O romance A moreninha (1844) tem a primazia de ser apontado como o primeiro romance da Literatura Brasileira, ou seja, no sentido de romance (personagens sociais, mesmo sem profundidade psicológica; história unida, amarrada, com conflitos e clímax – mesmo sendo de fácil resolução, isto é, sem caráter imaginativo; e final feliz como uma das correntes românticas, ou seja, o casamento ou a morte para as personagens principais). Por tudo que foi anotado o romance A moreninha (1844) sobrevive até os nossos dias e, ainda é considerado boa leitura, uma vez que, através dele foram fixados todos os outros, podemos considerá-lo como uma espécie de introdução para os grandes romances da literatura brasileira, uma vez que, com certeza muitos romancistas beberam nesta fonte como, por exemplo, o Machado romântico, ou seja, o da primeira fase e até, talvez, Alencar (mesmo que fosse para avaliar o que iria escrever). O cerne do romance é mais ou menos este: quatro estudantes de medicina (Fabrício, Filipe, Augusto e Fernando, fazem uma aposta de que Augusto não consegue ficar mais de quinze dias com o mesmo Amor, se perder deverá escrever um romance, vão a ilha, provavelmente a Ilha de Paquetá, onde mora a avó de um deles, lá conhecem D. Carolina – a Moreninha – que enamorada fica logo de Augusto, mas o que atrapalha o final feliz é uma promessa de ambos que os prende a outra pessoa, depois de algumas trapalhadas, fica esclarecido que ambos são os mesmos prometidos e aí, ocorre o final feliz: D. Carolina é a menina da promessa e Fabrício o rapaz, casam-se e são felizes para sempre). Essa é uma das tônicas dos romances de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882). O “romance” O filho do pescador (1843) de Antônio Manuel Teixeira e Sousa (1821 – 1891) não possui as características que definem uma obra como romance, apesar de um indicativo na capa da 2ª edição (romance brasileiro original – 1977) e por isso é considerado inacabado, pois faltam detalhes como: uma história seguida como início, meio, clímax e conclusão, isto é, falta aquela essência que aprisiona o leitor; deixando assim para o romance de Macedo esse honroso título. Dos capítulos interessantes deste pequeno-grande livro, podemos destacar o primeiro (“Aposta imprudente”) onde é narrado de como surgiu o fato que gerou o romance, ou seja, a aposta dos quatro estudantes de medicina e, o perdedor deverá escrever um romance e o passeio à Ilha de..., onde o romance é desenvolvido, temos o capítulo décimo sexto (“O sarau”) que nada mais é do que uma reunião em família realizada no século XIX, com música e dança e tem um valor social de peso, em seguida o capítulo de número vinte e três, considerado o clímax, ou seja, o ponto máximo do romance onde é revelada a identidade dos jovens enamorados e com grande tensão emocional e finalmente o epílogo, ou seja, o de número vinte e quatro, em que tudo é esclarecido, inclusive o nome do romance em questão, isto é, A moreninha.

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quarta-feira, abril 28, 2010 - 17:15

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