Somente o amor subsiste!

Dança a espuma na névoa espessa das ondas do vento.

Vem para cobrir a terra no seu uniforme existir. Branco que absorve pelo denso manto. Fumaça que engole silhuetas e oculta as sombras.

Emerge o silêncio à superfície, desenrola-se como uma onda de um mar tranquilo, mas que reclama o seu espaço. Sopro silencioso, pesadas lágrimas que se elevam, nostálgica túnica que se quer vestida...

Vidro gerado por um sopro de gelados cristais, mantém, em falsa suspensão, a superfície vítrea.

Esquecemo-nos, por momentos, do que lá existiu, o que existe e o que deveria existir...

Quando tudo esquecemos, voltamo-nos para a Origem. Chama de essência fetal que abriga, apenas para nos obrigar a partir, num Movimento modular e ascendente.

Ainda que a dança nebulosa nos entorpeça os sentidos, ainda que a escuridão seja necessária para que consigamos enxergar... Leve o tempo que levar, quem é da Luz tem assinalada presença!

Deixa então que a tua luz dance nas ondas do vento. Esquece o que te é imposto! Ergue as asas como um rouxinol no canto que canta... Envolve-te, mima e cuida...

No fim, quando o véu te for retirado e o Céu desvendado, apenas o Amor subsiste.

Nada mais realmente existe!

Publicado em Broken Wings e na PEAPAZ