Sonho

Madrugada fria. Desperto e interrompo um sonho bom. Não, jamais queria que acabasse, era daqueles sonhos que prendem, fascinam, daqueles que parecem reais. Como um filme sem ensaios, sem zoom, sem tomadas. Sentei na cama e fiquei a pensar no sonho de a pouco, pode parecer prolixo, definitivamente foi um sonho real. Mas, infelizmente, acordei antes do emocionante desfecho, à la Hollywood.
Percebi que deixara a luz acesa do quarto e levantei para apagar, na volta vim tateando o nada para achar a cama que estava bem próxima. Queria voltar depressa e continuar mais um capítulo daquele sonho. Deito e solicito ao meu subconsciente a continuidade da parte mais linda de um sonho perfeito, mas antes...
Penso.
Não há como não comparar, nem tampouco, transportar tal realidade onírica em fato, porém, não por falta de vontade. Às vezes, momentos da vida imitam o sonho, a partir de seus encantadores momentos de alegrias e amor. Já amou alguém a ponto de sonhar com essa pessoa quase todas as noites? Sim, isso é muito comum, assim como restringir esse amor em sonho por medo de que ele se torne realidade. Em sonho bom, o medo nasce quando sonho parece acabar na melhor parte, e no sonho real do amor, o medo nasce justamente quando ele começa. Confuso não?
Não para covardes. O amor é como um bebê. Ele nasce e, a partir daí, precisa de cuidados para que viva e sobreviva. Com esses cuidados a tendência será o de crescimento forte e saudável, com longevidade em dias e atuações. Se o amor nascer, como cuidará dele? O que fazer se o temor surgir? Qual a melhor arma a usar? O silêncio? Talvez sim, talvez não. Pensei.
Dizem que o que é nosso vem na nossa mão, há quem diga também que não há fórmulas perfeitas, há pessoas de atitude. Ou seja, mesmo que o que seja seu exista, ele (a) ou você precisa transformar isso em atitude. Isso significa ter uma meta e fazer com que o que seja seu realmente venha e não estacione no tempo e no silêncio. Talvez pela falta de uma atitude, todo um futuro seja desperdiçado.
Virei de lado na cama, olhos fixos no nada, em devaneios. Imagino que não estou preparada para cuidar do amor, e também, não terei o orgulho que esta bênção me trará.
Fecho os olhos, essa angústia me provoca. Deito e durmo, talvez o sonho me ensine a encarar a mais temida e linda das realidades, o amor.