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A TERRA

 

A Terra revolta lavrada já não é com suor, sangue ou lágrimas mas, sim com a força da tecnologia que o homem inventa que, por sua vez, esta é lavrada com a força da sua inteligência que, também é usada para fazer a guerra que mata e destrói a inteligência que a inventa e esta se renova noutras que hão - de nascer e também continuarão a fazer a guerra, desenhando um círculo vicioso, como uma nora que tira e põe a água na mesma terra e mata a cede de todos os seres vivos, fazendo vivê - los para que novamente a guerra os destrua.

A guerra das inteligências transportada para construir o grandioso edifício do bem e da dignidade, é sempre bem vinda mas, logo também é usada para ambicionar demasiado e matar, provocando os excessos de produção de maldade que se mistura com o bem, e daqui nasce outra vez a guerra que, nem um nem outro saem derrotados mas, sim toda a humanidade, inclusive aqueles que fazem as guerras.

Deve - se usar sempre em primeiro lugar a força dos argumentos e não os argumentos da força e estes são sempre  usados quando se perde a razão mas, a esta nem sempre é a mais forte, pois a força da inteligência muitas vezes faz sucumbir a força da razão, pelos argumentos da força, quando a força da inteligência não tem razão.

Acontece, porém, que a força da inteligência, aliada aos argumentos da força, pode subjugar a liberdade de um povo, quando ele tem razão; no entanto, nem a força da inteligência nem os argumentos da força, por mais fortes que sejam, não conseguem cerrar os lábios da consciência e a esta, só a morte consegue calar para sempre mas, muitas outras nascerão, para continuar a força da consciência que, também pode ser boa ou má, no entanto, nada acontece se não lhe dermos voz ou acção.

Se um dia pudesse fazer uma viagem pelas consciências dos outros que surpresas é que iria ter? Como eu gostaria de o fazer para poder conhecer a fundo o mundo enigmático, desse mundo desconhecido que, ninguém até hoje viu ou conhece.

Cada mente é um mundo que vê o mundo dos outros à sua maneira mas, não vê o seu próprio mundo e age como se ele fosse o melhor de todos e a tendência de cada um é  chamar os outros para ver o mundo à sua maneira, como se fosse o único mundo do mundo.

Ao penetrar no mundo secreto dos outros, não sei se de alguns mundos sairia com vida, porque possivelmente iria encontrar muito bem escondida, a força da violência ou os argumentos da força, existente na mente de todos os seres humanos. Portanto, ainda bem que esses mundos são impenetráveis, ou donos do impossível, porque senão encontraria muita maldade feita e por fazer, assim como todas as virtudes e defeitos que, poderiam até envergonhar a vergonha e os próprios animais irracionais que, não usam da premeditação, para actuar quando lhes convém, como o ser humano o faz.

Quando se gera a mente humana, penso que ela já vem programada, daquilo que cada ser humano será ao longo da sua vida e se vai desenvolvendo e descodificando, à medida que a inteligência se vai aperfeiçoando e abrindo para o mundo que nos cerca.

Não sou psicólogo ou filósofo mas, a minha mente está constantemente a interrogar - se sobre a complexidade desta máquina maravilhosa pensante, onde armazena tantos dados, distinguindo as cores, o bem do mal, a alegria da tristeza; ter ambição ou auto estima, dar ordens aos músculos, para andar, comer, agredir, para afagar, enfim todas as reacções características de um ser humano, além das emoções que nos distinguem dos outros animais mas, em contra partida estes não matam por prazer, como fazem os humanos mas, apenas por necessidade de defesa ou de sobrevivência.

Interrogo - me também, como é possível um pequeníssimo espermatozóide que não se vê à vista desarmada provocar numa fêmea tamanha complexidade de emoções, de inteligência, programar, dividir, matar sofrer, etc, etc. ...? Eu sei como é que se forma e se gera um ser novo mas, a sua complexidade e um pequeno coração trabalhar tantos anos sem descansar é que me dá que pensar e julgo que nenhum homem é capaz de fazer uma máquina com as mesmas potencialidades deste coração para trabalhar tantos anos.

Por muito que pense nada consigo pensar e julgar, como isto tudo se forma quase do nada, transformando - se em muitos casos em génios ou monstros.

Este é o mundo que conheço poucos anos depois de nascer; o do passado anterior à minha existência, por aquilo que leio  e do que conheço por algumas provas documentais, parece - me que o mundo ainda era pior quando ao aspecto social mas, têm muitas coisas em comum mas, destaco a guerra pelo dinheiro e pelo poder que, continuará até o mundo se acabar.

O poder, ai o poder, o que não se faz para o atingir? Aqui o ser humano não tem limites para o alcançar, pois alguns seres humanos até são capazes de matar os próprios pais que lhe deram o ser, para fazer uma ponte, só para o poder atingir e mais grave é que é que nunca se arrependerá, é uma glória atingir o cume do poder por mais alto que ele seja, o que é preciso é lá chegar.

Até consegue aliciar e arrastar os outros, prometendo o mundo que não é dele mas, depois de o alcançar com a ajuda dos mesmos outros, despreza os seus semelhantes e as promessas que fez.

Na guerra quando se matam muitos humanos, somos classificados como heróis e fora dela quando apenas se mata um, somos classificados como criminosos com castigo merecido; não sei onde a sociedade foi encontrar o conceito de criminoso; isto se faz pelo poder, fazendo dos humanos máquinas de matar tudo que mexe, em estado de guerra, para apenas uns quantos privilegiados o tomarem e simultaneamente esquecem as máquinas de guerra ou de matar, depois de se servirem delas, atirando - as para o mundo à sua sorte, como se fossem animais atirados à selva depois de libertados da selva do poder, impreparados para viver na selva da sobrevivência humana.

E o que não se faz pelo poder da sobrevivência? O poder da vida é outra guerra que os seres humanos travam para terem alguns anos de existência em que uns têm hesito e outros falham e, estes é que passam a viver na verdadeira selva social deste planeta.

 

 

 

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quarta-feira, março 16, 2016 - 10:51

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José Custódio Estêvão

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