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Uma simples mas controversa forma de contar...

Deitado na cama, meu corpo rebola inquieto num movimento que denota alguma aflição (como se ele estivesse aprisionado) e acordo, o meu esfregar de olhos matinal revela mais um dia sombrio lá fora e, pelo que me é dado a perceber, também no meu próprio intrínseco. Estendo o meu braço e procuro de imediato o teu Ser para o abraçar. Assim, meu medo desvanece e em teu abraço encontro a paz e a esperança de que não só amanheci mais um dia ao lado de quem amo, mas também de que há mais um dia (por certo diferente do anterior) que juntas vamos vivenciar.
È estranho por vezes o meu despertar! Lembro fragmentos de sonhos que percorreram o meu imaginário durante a noite e, apesar de alguns deles perturbarem o meu sono frequentemente relembro-os, tento como que encadeá-los para que façam um qualquer sentido; para que traduzam uma qualquer mensagem (...)
Feliz ou infelizmente não tenho um grande círculo de amizades e, não posso negar, que dou por mim a tentar encontrar uma razão para a solidão que me assombra em determinadas alturas. Tenho uma excelente companheira: a grande e mais bela mulher à face da Terra; a amiga que me escuta sem cobrar nada, sempre atenta a tudo o que me possa preocupar. Poderia dizer que sou uma mulher de sorte por ter ao meu lado alguém que me sabe ouvir, mas essa sorte tão depressa começa, que no instante seguinte acaba! Desabafo, falo sem parar durante uma eternidade; choro as lágrimas que armazenei não sei precisar em que local; por fim, olho-a nos olhos e o seu brilhar revela a tristeza de uma mulher que ouve e que absorve com o seu silêncio a intensidade do meu sofrer, que não tardará será mais um pedaço de sofrimento que digere como se de uma refeição magnífica se tratasse.
A relação entre duas pessoas nada tem de simples, senão a forma como nos olhamos directamente e achamos que um mais um é sempre igual a dois, mas toda a regra tem a sua excepção: a união de dois seres (independentemente do seu sexo, raça e idade) deve sempre ser representada e sentida como um redondo e grande número um. Porquê?! É esta a questão que permanece inquietando a cabeça de várias pessoas e que, sem sequer se aperceberem, têm dentro de si a resposta, mas a realidade não é para todos os indivíduos a melhor ilustração de si mesma. Dito assim parece confuso e contraditório mas vejamos: a realidade de um ser é apresentada fielmente dentro de si e a forma como ele a transpõe para o seu exterior nem sempre é a mais pura e clara.
Vendo numa relação amorosa ou de um outro cariz qualquer uma simples soma de fácil resolução (o tal um mais um é igual a dois), o Ser Humano está já à partida a sentenciar uma má conduta no seio da mesma. Isto porque cada Ser tem um historial de vida e, somente no momento em que cada um partilha o seu verdadeiro “Eu” com o outro através da mais nítida sinceridade, chegam ao patamar do resultado correcto da soma, o número um e a unidade que este representa.
Neste momento sinto a necessidade de expandir ainda mais a multiplicidade de somas de palavras que têm como finalidade a obtenção desse número fantástico e enigmático. Para trás ficou um passado marcado pelo sofrer em silêncio que foi e ainda será por uns bons tempos o meu melhor conselheiro.
Hoje, o meu despertar é mais suave, diferente do anterior: abraço a mulher com quem tenho o privilégio de compartilhar todos os meus medos e receios e num beijo surdo e mudo agradeço mais um dia!
O ontem já passou, o hoje estou a vivê-lo intensamente e o amanhã, se ele vier, será pela certa um dia diferente, porque ao invés de duas pessoas construindo projectos de realização individual, somos duas pessoas nitidamente, mas com um só projecto definido e assimilado por ambas de forma igual!

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sábado, março 29, 2008 - 19:28

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ARTESCRITA

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Comentários

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Re: Uma simples mas controversa forma de contar...

gostei muito este texto. beijo

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Re: Uma simples mas controversa forma de contar...

estranhamente pessoal e no entanto, tao presente em todos nos... lindo trabalho

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