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Vida social

Indago-me se minha compreensão é assim tão limitada a ponto de não compreender o que se passa a minha volta.

Livros e mais livros são escritos.

Estão expostos nas livrarias e combatem a mediocridade, mas de nada resolvem. O povo continua caminhando como ovelhas ao matadouro. São vitimas fatais do sistema que os sugam sem piedade.

Não tenho uma vida social.

Não tenho amigos. Tenho mais facilidade em fazer amizade com as mulheres. No entanto, por duas razões não compartilho minha amizade com elas. Primeiro porque quando me sinto atraído não hesito em conquistá-las. Por outro lado, em respeito à pessoa que esta ao meu lado, não posso fazer isso. Tenho uma ética que me persegue e controlo meus impulsos. Os homens só pensam em farrear, beber e zuar a mulherada. Não se preocupam com a construção de uma vida mais digna. Detesto esse modelo de vida centrado no hoje.

Gostaria de ser um boêmio. Sair à noite sentar-me em um bar. Beber uma cerveja e olhar o ambiente. Mas isso me irrita. Contemplo muita mediocridade nisso. Pessoas completamente desinteressantes ocupam esses ambientes. Outras vezes gostaria de ser um ermitão. Sentar-me solitário no meio da floresta e observar os pássaros e insetos na sua constante rotina. Mas isso também me irrita.

Sou feliz. Por mais que as coisas estejam fora de controle e parecem desabar não me incomodo. Amanha será um novo dia. A cor verde da esperança me acompanha. Não temo a morte e nem o perigo. Afinal, que graça teria a vida se a morte não nos espreitasse a todo instante e em todas as esquinas?

Sou a voz que clama na solidão.

Seu lindo olhar me fascina a todo instante. Apaixono-me todas as vezes que os vejo e sinto saudades quando não os contemplo. O brilho deles ilumina meu caminhar.

Sentei-me na praça e observei as pessoas caminhar. No horizonte distante o sol se esconde atrás das nuvens e apresenta um lindo entardecer. Vejo as pessoas sentadas no calçadão à espera de mais uma noite de diversão. Um ancião solitário. Uma criança a correr solto ao vento. Um dia aquele ancião correu como aquela criança. Um dia aquela criança estará solitária como aquele ancião. O inverno passou. Não sinto mais frio.

Vida social. Isso não é para mim.

 

Odair José

Poeta e Escritor Cacerense

 

http://cinehistoriaojs.blogspot.com


 

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quarta-feira, fevereiro 9, 2011 - 12:37

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