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Entrevistado do mês de Abril de 2011: Patrícia Taz

Entrevistado do mês de Abril de 2011: Patrícia Taz

 

A entrevistada deste mês é a nossa querida Patrícia Taz. Uma amiga, uma poeta, um sorriso, uma voz, uma flor...

 

 O que pensas deste novo "WAF"?

Sofreu uma mudança radical para melhor. Muito melhor!

Como a perfeição é difícil de atingir, existem alguns pontos a corrigir mas nada que me faça fugir. Estou fixa ao Waf a pedra e cal!

 

És uma das pessoas mais carismáticas desta comunidade. Como foi a primeira vez que conheceste pessoalmente alguns dos membros do WAF?

Se sou carismática ou não, não sei. Sei é que tenho muito prazer em ajudar sempre que me solicitam o que muitas vezes acontece. Só não entendi ainda bem porquê. A primeira vez que me reuni com Waffers foi uma situação muito caricata. Desloquei-me ao Porto para o lançamento do meu livro, em Junho de 2009, sem sequer conhecer pessoalmente o editor (as novas tecnologias têm este lado maravilhoso de nos transportar para todo o lado sem sair do mesmo sítio e de criar laços com pessoas que nunca vimos).

Embora já comunicasse com alguns membros desta comunidade, através da troca de comentários e parcas conservas telefónicas, não conhecia ninguém. As fotos dos perfis também não eram muito esclarecedoras das fisionomias e eu senti-me meio perdida. Até que olhei para uma vaporosa louraça e reconheci a Isabel Reis. Foi ela que me apresentou ao Ex e ao Giraldoff e estes à Adriana e a mais alguns membros desta larga família. A empatia que sentia tornou-se maior e hoje, posso afirmar, tenho bons amigos aqui no Waf.

 

Quem te já ouviu a declamar sabe do que falo. Como é isso de ter esse vozeirão e essa queda natural para a declamação de Poesia?

Sempre tive este vozeirão, muito embora haja pessoas que pensem que ela se tornou assim por causa do tabaco, o que não é verdade. Quem me conhece desde pequena sabe disso.

Tenho por hábito ler em voz alta o que faz com que saiba respirar e utilizar a 100% a nossa caixa de ressonância. Esta prática permite igualmente uma melhor compreensão do conteúdo lido. Com o surgimento da poesia em mim, essa experiência tornou-se uma mais valia.

A minha poesia é, quase na sua totalidade, rimada e procuro dar-lhe musicalidade através de uma escolha criteriosa de palavras pois, como escreveu o poeta José Fanha no prefácio do meu livro, “… o poema habita a velha tradição dos Cancioneiros e pede a festa da voz porque é para a voz que a poesia deve ser feita”.

Porém, ainda há um longo caminho a percorrer e nada melhor do que praticar para aperfeiçoar a fórmula sem deixar morrer a vontade.

 

O que te levou à escrita?

Em pequena perdi o sonho, por acidente. Já mulher feita foi a doença que o trouxe, ressuscitando-me.

A nossa vida é mágica embora a maior parte das pessoas não se apercebam disso. A minha não foge à regra.

Para encurtar a história, - toda ela recheada de mágicos acontecimentos - comecei a escrever desenfreadamente de um dia para o outro, no início de Novembro de 2008 e, ao fim de quatro meses, tinha já composto 140 poemas. Daqui até onde me encontro hoje foram uma sucessão de circunstâncias encantantes.

Não posso deixar de referir mais uma afirmação que o meu amigo poeta José Fanha inseriu no prefácio, “… é fundamental entender a poesia como um processo, um caminho, talvez com princípio, seguramente sem fim”.

Decididamente a poesia nunca morrerá em mim.

 

Fala-nos dos teus projectos futuros...

Estou neste momento a desenvolver um projecto para um recital com a minha poesia. A médio prazo pretendo lançar-me na prosa e terminar um livro de contos, entre muitos. A longo prazo, ir ganhando rodagem e depois arranjar coragem para escrever um romance. Sem esquecer muitos outros que estão no segredo dos Deuses (e alguns na gaveta).

-Obras Marcantes:

Desde pequena que me foi incutida a prática da leitura mas, sem dúvida, a obra que me despertou para a literatura foi O Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Existem autores por quem nutro um carinho muito especial como Mia Couto e Maria Teresa Horta, sem esquecer Fernando Pessoa e Eça de Queirós.

Gosto particularmente de duas correntes estéticas: o Surrealismo e o Absurdo.

Por Henry Miller e Anais Nin existe uma estreita metafórico/sensório/linguístico/encefálico/telúrica relação. Desde jovem que sinto esta atracção e agora, com a poesia, tudo se vai tornando mais claro.

-Fonte de Inspiração:

Ultimamente a minha inspiração provêm, a maior parte das vezes, da leitura de poemas de outros poetas desta casa. Ainda há dias li um aqui no Waf, que foca precisamente esse "vampirismo" saudável, que nos leva a beber das palavras de outros poetas

SORVO POÉTICO

Tenho na casa encantada

as mais preciosas areias

os meus musos e sereias

Tenho o pé numa estrada

que me fervilha nas veias


 

Pelas portas abertas

chegam o riso e o choro

Em certas horas incertas

surgem ideias que afloro

por gavetas entreabertas


 

Penetram pelas janelas

várias almas endiabradas

e saem das vozes delas

belas frases apaixonadas

que bebo à luz das velas


 

Trago na mão a vontade

o campo, o mar, a cidade

todo o ser significante

E poetas de verdade

que me levam adiante

Como resultado surgem outros poemas, não raras vezes, bem distintos dos que lemos.

É uma alquimia de tons, um lençol de emoções. Das palavras, o poder mais verdadeiro.

- Filme Preferido: Eu não tenho um filme preferido, tenho paixão por cinema. Independente, claro.

Pela sua excelência, sou fã de realizadores como, Jim Jarmush, Peter Greenaway, Terry Gillian, Luis Buñuel, Cédric Kaplish, Tim Burton, Woddy Allen, Roberto Beninni (entre outros).

- Canção de Eleição: Não consigo nomear uma.

Não concebo a vida sem música. Faz-me falta. É-me parte integrante. Latente em mim nas mais variadas vertentes consoante o tempo, o espaço, o vento, o compasso com que eu a danço ou que o meu par dá o passo. E eu valso, sacudo-me ou dou ao rabo, numa espiral musical que vai desde a erudição à mais vanguardista criação, desde que me toque o coração.

- A Imagem que Valeu Mil Palavras: A que ainda não foi criada

- Uma palavra que te descreva: Apaixonada

- O Jantar Perfeito: Ter o namorado ideal, num espaço ideal, num tempo concreto e ir directo para a sobremesa. Tornear o prato, fugir da faca, balançar no garfo, derrapar no guardanapo, não esquecer os copos (cheios) e terminá-la no quarto. 

 

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Comentários

imagem de Henrique

carismática pois sim

"Ultimamente a minha inspiração provêm, a maior parte das vezes, da leitura de poemas de outros poetas desta casa. Ainda há dias li um aqui no Waf, que foca precisamente esse "vampirismo" saudável, que nos leva a beber das palavras de outros poetas".

 

Parabéns Patricia!!!

Bela entrevista, a nudez da alma com que sempre aqui  nos saciaste a sede poética!!!

 

Abraço

 

imagem de Odete Ferreira

Tão bom...

Tão bom ler-te...

Um dia uma tal de PatríciaTaz , deixou um comentário numa poesia minha. Fiquei algo surpreendida pelo comentário (não me tenho assim em tão boa conta) . Involuntáriamente, fixei a sua imagem da foto e fiquei com a ideia de uma senhora madura, serena; contudo, com vontade de conhecer...

Veio o aniversário da WAF e li um seu pedido, relativo a uma boleia, em verso, com piada... Ainda fiquei mais curiosa...

Chegou o dia: descobri, de imediato, uma PESSOA, bem diferente do que estava no meu imaginário (evito repetir o que já foi dito por outros, antes de mim, pois subscrevo...). Foi um divertimento!

Andava para ler a entrevista há uns tempos, mas ainda não me tinha sido possível. Ver, em papel, o reflexo do que és, deu-me um enorme prazer. No meu quotidiano, prefiro a alma humana à da natureza...

Obrigada pela tua excelente entrevista e pelo entusiasmo que pude observar pessoalmente, se bem que este se infira das tuas palavras...

Bjos e sucessos!

imagem de jrs

Como sou nova por aqui pude

Como sou nova por aqui pude assim conhecer um pouco de você e você tem talento de sobra.

Parabéns por sua entrevista e por sua arte.

Abraços.

imagem de MEYRE

Uma entrevista muito

Uma entrevista muito interessante,apreciei devéras.É sempre bom conhecer melhor nossos amigos;seu jeito seus gostos e nisso consegui ver uma pessoa centrada,mas também sonhadora com muita vontade de aprender.;e a simpatia brilha em teus olhos. Considero-te Patricia uma anfitriã nesse site,uma amiga e companheira com um dom de poetar maravilhoso.

Seja sempre assim verdadeira e amiga.abraços

meyre

imagem de Antero

Tantas vezes olho sem

Tantas vezes olho sem ver

As palavras de entrevistados

E sem saber o que estou a perder

Deixo-os ir, sem colher seus legados

Hoje porém, abri os olhos...

Não sei bem, o que vi...

Mas gostei, muito, do que li!

 

Abraço

Antero

imagem de Patrícia Taz

Caro Antero,

 

Ainda bem que as minhas palavras te serviram para alguma coisa, wink

Gostei muito de ter ter inspirado para escreveres esta tua verdade em verso.

É um bom exercício para a evolução poética.

Fiquei bastante lisonjeada.

Bjos.

 

PaTaz

imagem de Patrícia Taz

Caro Alex,

 

Será que foi no teu poema "Onde" ou noutro poema teu? Não tenho a certeza...

Agradeço a leitura e as tuas palavras francas. Eu sou mesmo assim, smiley

Bjos

 

PaTaz

imagem de André Alves

Pois bem.

É uma entrevista interessante. Parabéns.

imagem de Patrícia Taz

Caro André Alves,

 

Gosto que tenhas gostado

Obrigado por teres comentado, wink

Bjo

 

PaTaz

imagem de Alcantra

Parlavras que levam o ser à

Parlavras que levam o ser à poesia.

Parabéns,

Alcantra