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HAIKAI D'ESTRELA POENTE

1.
Quarta não pode
Vou ao gramado
Antes do bote.

2.
Só a falsa me assalta
Na falha de tempo
Um segundo me falta.

3.
Invisto no inverno
Para ver o verão
Sinistro inferno.

4.
Varo madrugada
Flores dormem
Erva danada.

5.
Mando flores
Não sabia
Dos outros amores.

6.
A música das rosas
Os espinhos rezam
Vento e prosa.

7.
A noite e o luar
Ascendo a fogueira
Estou a embriagar.

8.
Cemitério e a morte
Vou correndo
Floricultura ao Norte.

9.
Espero e fito
Madrugada
Porra de mosquito!

10.
O beco bebe bêbado
A selva sussurra sorrindo
A dádiva do domingo.

11.
Chapado na Chapada
É verão
Cachoeira e domingão.

12.
O cuspe das luas
Atravessa os campos
E pára nas ruas.

13.
Maré alta
Praia das flores
Areia salta.

14.
Toda terra molhada
Sonha em ser
Uma argila seca.

15.
Autuaram a erva
Porque ela é
Daninha.

16.
As flores escrevem
Um dia de primavera
Para os espinhos.

17.
O campo goza
Em seu leito
Verso e rosa.

18.
Algumas pedras
Pensam que são
Um monte de areia.

19.
Algumas pérolas
Gostam de sair
Das suas ostras.

20.
Preserve a Vaca!
E aproveite
O seu leite.

21.
Que descaradas!
Essas flores sem espinhos
E tão depravadas!

22.
Que encanto!
A natureza nua
Em seu recanto.

23.
Sexo é uma brincadeira
Em que uma rosa branca
Torna-se vermelha.

24.
O girassol dormindo
Agora é a hora
Pois a lua já vem vindo.

25.
Chama da realeza
E mistérios:
Vida burguesa.

26.
Acorda de boa
Encosta na árvore
Contempla a lagoa.

27.
Deita fissurado
Capota na cama
Dorme parado.

28.
Sessenta pra supor
Oitenta não repor
Mas setenta incidir.

29.
Trava em jornada
Busca o poleiro
Nasce madrugada.

30.
Haikai da noite
Das cinzas
Do sol poente.

31.
Haikai das horas
Do domingo
E das rosas.

32.
Dias tardes
Entre noites
Um alvitre.

33.
Sentinela na natureza:
Uma pétala acaba
De partir sua beleza.

34.
Largado no chão
Um pedaço de história
E um de algodão.

35.
Milênios de pensamentos
Eternos símbolos
Etéreos sentimentos.

36.
Olhos tardes
Um convite pronuncia:
Hora da metade.

37.
Olha a parada
Uma notícia
Veio demorada.

38.
Toda favela
Tem um pouco
De Quilombo.

39.
Toda rotina
Tem um tanto
De estratégia.

40.
Toda esquina
Tem um pouco
De menina.

41.
Toda comédia
Tem um pouco
De raiva.

42.
Toda mulher
Tem um pouco
De café.

43.
Toda usina
Sonha em ter
Sua gasolina.

44.
Crepúsculo sombrio
Um meteoro
Veio tardio.

45.
Aquele cometa
Está dando em cima
Do nosso planeta.

46.
Bonita a queda?
Não senhor!
Foi uma merda.

47.
Mano velho, se liga!
Quando a rosa não quer
O cravo não briga!

48.
Sistema de Cota?
Isso na verdade
É a maior chacota.

49.
Isto aqui
Por um tempo
Não ali.

50.
Espera a rapaziada
Descola um vinho
Vara a madrugada.

51.
A flor e seu lema:
Ela acaba de
Agilizar seu esquema.

52.
Não admite a verdade
Caça o rebate
E busca a religiosidade.

53.
Vai vendo malandro,
O senhor é esse
Que vive vivendo.

54.
Algoz ineficaz
Convite e pérolas:
Sempre sentinelas.

55.
Compro tolo
Ouro de cigano:
Conversa de fulano.

56.
Passado sempre
Se diz Presente
De aprendiz.

57.
Bota pilha
Nessa filha
De Brasília.

58.
Senta o dedo
Cuspa o rumo
Caia fora.

59.
Com gozo surgiu
Por sentimento ao campo:
A pura que te pariu.

60.
Era um texto pequeno,
Tão safado e ridículo:
Era a porra d’um textículo.

61.
O inverno se vai
Acuado em pétalas:
Merece um haikai.

62.
Este verso é haikai
Trova é uma ova!
Estrofe é a prova.

63.
Barítonos penetram
Os eucaliptos
Que também arrotam.

64.
Inervo e inverno
Verme que me leve
Brasília tem neve.

65.
Oh! Ruas que
Vomitam Outdoors:
Dei-nos avenida.

66.
Nessas avenidas
Tão bonitas!
Trafegam sangue.

67.
Traficante de versos
Filho
Do absurdo.

68.
Filho dos sonhos
Do cúmulo
Do desemprego.

69.
Perdido no incenso
Do Contra-senso
Da fertilidade.

70.
Perdido no gosto
Da Contra-ditadura
Da intolerância.

71.
Perdido na morte
Criada pelo seu
Próprio ego.

72.
Espera nas ilusões
Desperta entre
Algemas de sonhos.

73.
Os tempos deuses
Libertam-nos
Crianças índigo.

74.
És o cajado
Cortando tempos
E pétalas.

75.
És a sombra
Guardando sonhos
E rosas.

76.
És a fúria
Rasgando mares
E versos.

77.
És o martelo
Surdo, dos juízes
E dos sonhos.

78.
És gelo
Poeira-cósmica
Do abstrato.

79.
És crepúsculo
Da sombra névoa
Da anã amarela.

80.
És dilúvio
De emoções flores
Tão sexo quanto.

81.
Sois metáfora
Tão próximo
Ao julgamento.

82.
Bizarro talvez
Estilo tão
Quanto se fez.

83.
Quando a rosa
Perde seu espinho
Liberta sua vida.

84.
Sangue plasma
E também
Sua aura.

85.
Alma que me vai
Pra Pequim,
Um novo haikai.

86.
Flor soltando
Maga pipa:
Haikai de Floripa.

87.
Pra morrer se enterra
O homem.
Pra viver, a semente.

88.
OH Céus!
A Semente
Já terra!

89.
És tão cedo e tarde
Quanto flores e medo
Ainda que lhe arde.

90.
Flores tanto
Poesias em pranto
Por enquanto.

91.
Reitor de empate
Chifre rolante
Engenharia precoce.

92.
Túmulo seco
Abutre composto
Senta o dedo.

93.
Árvore morna
Tele-tempestade
Raio de vaidade.

94.
Cofre psicológico
Grana psicodélica
Metal antropomórfico.

95.
Dinheiro do re-furto
Razões do re-médio
E morre de tédio.

96.
Vigário ovíparo
Condena geral
Ninguém paga pau.

97.
Ingênuo herói
Pensa o que se constrói
Não dói?

98.
Pára o anteontem
Enxerga na praça
Convida madrugada.

99.
Astuto covarde
Te espera na metade
E ainda sim lhe arde.

100.
Palpite nas pétalas
Elas estão sempre
Bem libélulas.

101.
Trapo de algodão:
Tu é mar feio
Que briga de anão.

102.
Ri agora
Pra esquecer
Do destino (Severino).

103.
Chora cedo
Como agora
Não chove.

104.
Algo de algodão
Dão em câmbio de
Porção de pão.

105.
De tudo que lhes convém
Além, não mais Belém.
Bote alma diga amém.

106.
Jure cedo
Volta e meia
Paz é tarde.

107.
Tanto faz
Entra logo
Flor singela.

108.
Alma além
Nas estrelas
Têm também.

109.
Cápsula antiga
Ouro uniatômico
Promessa de vida.

110.
Atinge agora
Estrela sincera
Haikai da primavera.

111.
Cega cedo
Toma um rumo
Não demora.

112.
Bate o dedo
Cheio de assunto
Vai embora.

113.
Tanto faz
Entretanto
Nada feito.

114.
Salve outono
Flor caída
Verso posiciono.

115.
Qual que é a cola
Haikai da escola
Verso da aurora.

116.
Universo
Cidade
Verso da idade.

117.
Santa de sexta
Planta, gorjeta
Santa ninfeta.

118.
Santo do acaso
Pranto, e descaso
Pronto pr'o abalo.

119.
Chove e tarde
Prove e demore
Um gole e parte.

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quarta-feira, dezembro 16, 2009 - 20:21

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tiagoornellas

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