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Maria do mar

Maria do mar

Uma menina de nome singular
Veio ao mundo para sofrer
Sua mãe a vida deu para ela nascer
Chamaram-lhe Maria do mar
Mas se sua mãe morreu ao dar á luz
Por outro lado seu pai a baptizou
Essa graça á nascença a marcou
Maria, tal como a santa mãe de Jesus
E mar pela cor do seu olhar intenso
Quiçá olhar de sofrimento. Mas lembrando o mar
Seu pai era pescador e quis o mar homenagear
Por analogia desses lindos olhos cor do mar imenso
Porém o pai de Maria do mar por coincidência,ou azar
Durante uma tempestade violenta
Numa triste manhã fria e cinzenta
Desapareceu para sempre no mar
Mar que no nome da pequena Maria ficou
E que Maria desde esse dia passou a odiar
Esse malfadado e maldito mar que seu pai acabara de levar
E os lindos olhos de Maria ficaram mar quando chorou
Anos mais tarde quando mulher se tornou
Maria perdidamente se apaixonou encontrando o amor
E casou, contudo seu marido era também um pescador
E tal como o pai de Maria do mar ,ao mar se entregou
Maria insistiu a chorar para ele ficar
Pois tinha um triste pressentimento
Mas ele lhe disse que a amava de coração e pensamento
E prometeu á jovem Maria que voltaria do mar
Assim o jovem pescador partiu
De Maria se despediu e foi embora a remar
Porém acabou por já não voltar
Tal como Maria do mar pressentiu
E os lindos olhos de Maria perderam o brilho
Estava grávida e teve um enorme desgosto e dor
Ficara sem o seu homem, seu grande amor
E anos mais tarde quis ir para o mar o seu filho
Já velhinha Maria do mar ao filho implorou
Lembrando-lhe que seu pai e seu avô tinham perecido no mar
Mas o filho de Maria a tranquilizou e foi pescar
E o mar assim ele abraçou
Mas um dia nas águas do mar revoltado entre relâmpagos no céu
As ondas a ele o abraçaram
Para as profundezas do mar o arrastaram
E a chorar lágrimas de sabor a sal, o filho de Maria do mar morreu
E nesse mar traiçoeiro ficou mais um pescador afogado
Maria do mar a chorar recorda os entes queridos seus
Á beira do mar, muitas lágrimas Maria do mar verteu
Lágrimas que tornaram esse mar maldito mais salgado
E Maria lamenta não poder dar ao seu filho afecto
Recorda por certo seu pai, seu marido e filho a soluçar
E junto a ela seu pequeno neto
Olha fascinado o mar que o parece chamar
Nos olhos de Maria do mar há lágrimas de brilho cristalino
E ela de vestido preto nesse dia cinzento
Olha triste o denso mar, e em pensamento
Lamenta transportar o nome desse mar assassino
Esse mar sem fim ao sol a brilhar
Não será salgado afinal pelas lágrimas de dor que a alma desterra?
Choradas pelas mães, filhas, filhos, esposas e noivas de pescadores
Que tal como Maria do mar, viram partir seus amores
Para o mar para nunca mais regressarem a terra.

FIM

Alex sullivan

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quinta-feira, abril 8, 2010 - 02:45

Ministério da Poesia :

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