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no atro rio - II

" NO ATRO RIO " - II

DE TEMPESTADE À TEMPESTADE FUI, NINGUÉM VIU.
NUM FUNAMBULISMO DESCENTRALIZADO VI
RETRATOS NUMA ESCURA GALERIA COM PARTES
EM FALTA, ( ROSTOS SEM BOCAS, BOCAS SEM ROSTOS )
FIQUEI ALERTA, MAS TOQUEI O FUNDO.
A ÚLTIMA PEÇA, UMA MÚMIA; BEM INTEIRA ATÉ COM
SEUS TRÊS MIL ANOS, EU ACHEI.
MAS O QUE CHAMOU A ATENÇÃO, PRA MIM EM TUDO,
DA MÚMIA O PENSAMENTO.
ELA PENSAVA MUITO ALTO, MAS EU NÃO ENTENDIA SEU
EGÍPCIO, ELA CHORAVA.
COMECEI MEU REGRESSO PARA DEIXAR A GALERIA, MAS
NÃO TINHA SAÍDA, EU VIA MAR, ESTAVA NUMA CARAVELA
COM DIREÇÃO ATRO RIO APONTADA. LÁ TERIA RESPOSTAS,
SABEDORIA.
A MÚMIA SE BATIA, PARECIA QUERER SE SOLTAR DAS AMARRAS.
EU VIA EM SUA FACE DE MORTE O QUE ELA DESEJAVA,
VIDA MAIS MORTE.
EU SOFRIA.
VIERAM PIRATAS, NEM SEI DA ONDE, MAS NÃO ME VIRAM.
A CHEGADA NO ATRO RIO SE DAVA, QUANDO QUATRO PIRATAS
JUNTARAM A MÚMIA AOS PRANTOS ATIRANDO-LHE NAS NEGRAS
ÁGUAS DO RIO, NESSE MESMO TEMPO, UMA EXPLOSÃO MAGNÉTICA
DE LUZ SOLAR ARREFECIDA ME TRANSPORTOU PELOS ARREBÓIS DE
CELESTE PRESSÃO, ACORDEI - (...)
O TEMPO TÁ FEIO.
VOU COMER PIPOCA.

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sábado, janeiro 16, 2010 - 01:28

Ministério da Poesia :

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poeta

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