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A Noite
Escurecendo...
O sol desapareceu precocemente por causa das montanhas. Elas escondem muitas coisas; eclipsam horizontes, mordem constelações. Não nos deixam enxergar tão distante. E não adianta escalar, porque de lá veremos outras montanhas eclipsando horizontes, mordendo constelações.
Escurecendo...
Tranquei a casa, mas a noite entra pelas frestas, por debaixo da porta, tal qual pesado nevoeiro. Vejo seu toque negro deslizando pelos vales, avançando e escurecendo, deixando um rastro como uma inominável lesma negra. O que pode detê-la? Seu toque enegrece até o céu, e as estrelas nos espiam com um brilho piedoso e impotente. Parece que têm pena de nós.
Escurecendo...
e a cidade, tão precavida, se acende. Há poesia nas luzes da cidade, você poderia me dizer, e eu concordaria com você, mas é uma poesia triste.
Escurecendo...
Espio o negror cada vez mais denso tingir o mundo lá fora, e então tranco a janela. Mas ele entra aqui, passa pelas gretas como um gás mortal e invade o meu quarto zombando da lâmpada elétrica que agora brilha sobre mim. Ele sabe que a lâmpada não vai ficar acesa o tempo todo, que depois de certa hora será apagada e então poderá vaguear por aqui tão livre, lento e pegajoso quanto uma medusa, e tudo será apenas sombra.
Escurecendo...
E alguma coisa me incomoda.
Acho que sei o que é:
Medo.
Escurencendo...
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