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PASSAREDO

PASSAREDO

Poesias

ENTRE LINHAS

Entre um passo e outro;
Entre os sons das palavras;
Entre o amor e o ódio;
Entre a luz e as trevas;
Entre um grão de areia e outro;
Entre um piscar dos olhos;
Entre dois ideais;
Entre a vida e a morte;
Entre os pingos da chuva;
Entre as gotículas do sereno;
Entre o místico e a ciência;
Entre o ser e o homem;
Está o infinito!

APARÊNCIAS

Há os que aparentam grandeza, irradiando calor,
Aquecendo ao redor, pois se encontram,
A pouca distância.
Existem, porém, aqueles que estão,
Milhares de anos luz distantes.
Mostram pequena luminosidade, mas são tão grandes que,
Atraem para si, todos os grandes visíveis!

ERAS UMA ROSA

Eras uma rosa,
Em um imenso jardim,
Perfume pairava no ar,
Eras uma rosa.

Eras uma rosa,
Escondias-te entre folhagens,
Para que não se lhe vissem as pétalas,
Mas teu perfume, a ti denunciava.

Eras uma rosa,
Teus espinhos a ti protegiam
Para que em ti não tocassem,
Mas teu perfume burlava os espinhos.

Sim; eras uma rosa!
Encontrei-te bem no fundo,
Cortei teus espinhos, te busquei;
Sim, eras uma rosa!

05/05/l968-madrugada-

OUTRA ROSA

A ti dei uma rosa.
Rosa vermelha do amor,
Rosa colhida em meu jardim;
Jardim encantado,
De sonho formado,
Entre o sonho formado,
Entre rosas e espinhos,
Entre amor e carinho,
Colhi esta rosa,
Da cor dos teus sonhos,
Num vaso tristonho,
A rosa puseste!

Entre sonhos e promessas,
Entre a vida, amor,
Entre vaso e rosa,
A penumbra escondeu,
Entre vaso rosa e espinhos,
Entre rosa e jasmim,
Entre sonhos e amores,
Desperta meus olhos,
Os teus que me olham!

Entre rosas multicores,
Em meu encantado jardim,
Colhi esta rosa,
Entre rosa e jasmim,
No vaso repousa,
A rosa que te dei,
Quero de volta teu mundo,
Teu mundo de rosas,
Teu mundo Jardim!

ESTAVAS ALI?

Senti teu olhar; tristeza!
Senti desamparo falta de abrigo;
Olhavas-me como a um oásis,
Como ilha em vasto oceano!

A brisa tocava teu rosto,
Trazia canção angelical,
Notei vazio em tua alma,
Como a tarde que aos poucos cai!

Teus olhos vagavam ao longe,
Pensamento nem sei aonde ia!
Estavas ali? Não sei talvez;
Não olhavas, mas eu te via!

Envolta em mil sonhos, amarguras,
A brisa soprando, cabelos espalhados,
Ora alegrias, ora devaneios, torturas,
A água tocando teus pés, sonho calado!

Estavas ali?
Não sei talvez.
Eu estava e vi,
Teu rosto, tua tez!

04-06-l968-C. G.P.

O REI E A RAINHA

Caminha o sol ao poente,
O fim do dia anuncia,
Leva consigo esperança,
Deixa em seu rastro alegria!

Tinge o horizonte em ouro,
Anuncia que a noite já vem;
Segue seu caminho tranqüilo,
Tingindo de ouro também!

Não se foi ainda o rei,
No horizonte enrubescido;
Aparece no espaço à rainha,
Com lindo manto prateado,
Cobrindo o real vestido!

Seus raios serenos cativam,
Corações enamorados;
Poetas deles retiram,
Em mil frases e versos,
Todo amor encontrado!

O rei só caminha;
É forte e poderoso.
Só tem guarda a linda rainha,
Seu caminho suave e sereno,
É guardado por estrelinhas!
10-05-l969

A VIDA
A vida,
É como um pássaro sem ninho,
Voando à procura de abrigo,
Sem achar seu caminho,
Pelo espaço perdido!

Voa desde pequeno,
Até a velhice chegar,
Quando novo é forte o pequeno,
Quando velho tende a parar!

Quando novo tudo é belo,
Suas asas são potentes,
Mas vem a velhice, quebra um elo,
Arrasa tudo, faz parar o coração,
Mata tristezas, destrói toda ilusão!

Esse pássaro na juventude,
Nada teme, é forte, tenaz,
Na velhice por pouco treme,
Já de nada é capaz!

Vai voando, não olha atrás,
É novo seu rumo é longo.
Esse pássaro é a vida,
Voa firme é sagaz,
Até que a velhice chegue,
Então tudo se desfaz!

Amor, ilusão carinho,
Tudo no passado ficou,
A vida aos poucos encontra o ninho,
Que por longo tempo buscou!

Esse ninho é a morte,
Que da velhice resulta.
Não adianta fugir à sorte,
Tudo de bom passou,
Então descansa o pássaro,
Após muito tempo,
Afinal seu ninho encontrou!
C.G.P. 1969

VIAJANTE

Na longa trilha empoada,
Segue tristonho viajante,
Às costas mala pesada,
À testa o pó sufocante!

À frente o azul do horizonte,
Esperança alegria talvez;
Atrás, pedras do caminho,
A vida que fez e desfez.

O pouco de esperança que leva,
Tanto pesa quanto sua carga,
A tarde uma prece se eleva,
Uma esperança na dor amarga!

Solidão em tão longo caminho,
Dia termina, noite começa,
Estrada à frente, carga às costas,
Pássaros cantando; só!

Vez por outra, por ele cruzam,
Também viajantes sem destino talvez;
Burros de carga, por outra um cão,
Sem saber aonde vai, de onde vem!

Não param, não olham;
Por onde passa,
Nada vêem ali,
Além do ser e sua desgraça!

Até as flores, entre si,
Por onde passa,
Nada vêem ali,
Além do ser e sua desgraça!

É um viajante.
Frio, mas contagiante,
Com força, firmeza,
Lá vai o viajante!

Lá vai o viajante,
Bagagem pesada,
Olhar distante.
Muito além do horizonte!

Sai o sol chega a lua,
Vai lá o viajante,
Com capa e chapéu bandeirante,
Segue o homem de nome, viajante!

Ora tempestade, enfrenta,
Fúria dos ventos, trovões rebentam.
A beira da estrada encontra,
Abrigo sereno, o corpo descansa!

Atrás do mau tempo, esperança,
Mala às costas, lá vai o viajante,
À frente o azul do horizonte,
Atrás, tempestades tormenta!

Entre os nós do caminho,
Largo rio encontra,
Mas sempre aparece uma ponte.
Enfrenta o rio, uma afronta!

Lá vai o viajante,
À frente o azul do horizonte,
Atrás pedras, tempestades; um rio.
Mas segue em frente; é viajante!

Um dia falta-lhe o fôlego,
Fim da estrada, fim da viagem!
Entrega então toda bagagem,
Pequenino fardo!

Pequenino tão, quanto o que pegou,
Tanto tempo passou.
Um viajante chega outro parte,
Um venceu, outro vencerá?

Não sei. Quem saberá!
Dó Deus, coordenador de viajantes.
Não serão as mesmas pedras, rios e tormentas.
Fáceis? Difíceis? São instantes!

Talvez nem cheguemos a aumentar fardos,
Esperemos, o tempo dirá!
Azul no horizonte, azul anil,
Passado; nenhum ou mil.

20-l2-l970
C.G.P. - UM VIAJANTE-

RETALHOS D'ALMA

Juntei da alma retalhos,
Retalhos de uma dor.
Com eles fiz a fantasia,
De um Arlequim e seu amor.

De sonhos são os retalhos e de dor,
Que como pétalas caídas sobraram,
De uma rosa já sem vida,
Que não perdeu perfume e cor!

Hão de ser da vida pedaços,
Coloridos com pingos de amor,
Hão de serem alegres, floridos,
Sem magoas; sem dor!

Do palhaço hão de ser a vida,
De Arlequim hão de ser seu amor.
Com a alma em frangalhos, doída;
Ficou Pierrô e sua dor!

Pára a vida e com carinho,
Da-me um beijo Colombina.
Na alma uni pedaços de dor,
Fiz para ti, menina,
Fantasias com retalhos de amor!

Hão de ser pequenos pedaços,
De Pierrô tirando a cor.
Roubando as escondidas,
Também Colombina, seu amor!

Há de ser da alma o melhor,
Das lágrimas hão de ser, Pierrô;
O sorriso de Arlequim, o amor;
De Colombina que te deixou!

Leva, pois a fantasia,
Feita de retalhos felizes,
Da vida destruída,
Da cor e suas matizes,
Da alma, embora ferida,
Do abandonado Pierrô!

06-08-l988
C.G.P. - UM PIERRÔ -.

À ESPERA

Estou à espera de alguém,
Promessas de sonhos e amor,
Que feitas em noites de lua,
Fazem duvidar seu valor.

Espero até quando der,
Posso sofrer um pouco mais,
Espero até quando souber,
Que com outro tu vais!

Espero que no rastro da lua,
Esparrames teu corpo dourado,
Fazendo inveja às estrelas,
Espalhando tão doce pecado!

Estou à espera que venhas,
Deixo sempre a porta aberta,
Que dentro da alma tenhas,
Do amor a medida certa!

Espero que cavalgues sem falhas,
As nuvens suspensas no céu.
E a brisa que teu cabelo espalha,
Cubra teu rosto qual véu!

Estou à espera de alguém,
Promessas em noite de lua.
Estou à espera de alguém,
De olho no fim da rua!

Estou à espera de alguém,
Porém, bem lá dentro sei,
Talvez não venha ninguém,
Ninguém a quem tanto amei!

05-09-l989
C.G.P.

POR ENTRE AS LINHAS

Por entre as frestas da porta,
Vejo as linhas do teu corpo,
Adormecido;
Pele suave, rosada!

Vejo caminhos percorridos,
Nas noites mais amadas,
Hoje apagados, esquecidos;
Em meio a lembranças caladas.

Ouço o queixume de amor,
Partindo de o teu sussurrar,
Quando com muito ardor,
Fora do mundo, querias amar!

Ouço o passado que diz,
Procura o tempo voltar;
Mas o tempo voltar, não quis,
Que voe o tempo, para o futuro chegar!

Olho a memória e me pego,
Nas noites que vimos passar,
Por entre os dedos, como cego,
Deixamos ambos, escapar!

Recordo a fúria dos carinhos,
Que tantas vezes fizemos,
Tudo ficou pelos caminhos,
Se foi; tudo o que quisemos!

A porta aos poucos se fecha,
Resta do corpo a lembrança,
Viva; há de ser para sempre,
Dorme o amor, não a esperança!

05-09-1989 C.G.P.

PALHAÇO

Um grito rouco no ar,
Cheio de amor e cansaço,
Sem esperança, o palhaço,
Enche os olhos de lágrimas.

Sorri, pois tem que sorrir,
Pula no picadeiro a palhaçar,
Porém nos sentidos, é triste;
Acha graça, sem graça achar!

A platéia aplaude, delira!
É o conforto de quem vem confortar.
Seu sorriso faz sorrir;
Sorri para não chorar.
A mágoa é a mascara,
A dor a disfarçar!

Busca no infinito forças,
Põe em todos o olhar,
Procura além da mascara,
Quem não o queira mascarar!

Ser feliz, dançar, pular.
Gargalhadas, do povo arrancar,
Eis o porquê do palhaço;
Da vida, a vida a burlar!

Tanto remendo tenha a roupa,
Mais belo o palhaço será;
Remenda a alma aos poucos,
Busca nos remendos, SER!

Vai à explosão da alegria,
Na beleza da banda a tocar,
Pulando, o palhaço parar,
Neste momento, de pensar!

Triste, só a alma.
Alegre a mascara,
Vermelho no nariz,
Azul no olhar.

Os retalhos que cobrem o corpo,
São também da alma remendos,
Pegos aqui, ali, aquecendo,
Buscando conforto, alento.

Cada palhaço, cada ser;
Faz da vida um palco,
Até sem querer,
.Um no picadeiro,
Outro em seu dia,
Driblando a dor com magia,
Sorri para que outro sorria!
Pra encher a platéia, queria,
Que sorrisse a alma sem querer!

ATIBÁIA-AGOSTO/1989
C.G.P. - Um Palhaço -.

SÓ POR FALAR

Só por falar,
Direi que te amo.
Só por falar,
Falar sem dano!

Só por falar,
Pergunto-te: Como?
Só por falar,
Disse te amo.

Só por falar,
Pois ninguém me ouve!
Foi só por falar,
E você soube!

Só por falar,
Um dia eu disse,
Te amo sem parar,
Queria que visse!

Só por falar,
Direi que te amo,
Tente escutar,
Esse amor esparramo!

SABAÚNA-l998-
C.G.P.

UM POEMA A PENA

Fiz meus caminhos,
Do meu jeito!
Fiz meus carinhos,
Do meu jeito!

Fui às estrelas,
Voltei a terra,
Falei de amor,
Em meio à guerra!

Foi do meu jeito,
Que a vida vivi.
Foi meu grande feito,
Fui feliz, sofri.

Foi do meu jeito,
Que tudo se fez,
Não sei se perfeito,
Do meu jeito, uma vez!

Fiz minha trilha,
De luz, no escuro.
No infinito brilha,
Caminho seguro!

Fiz do meu jeito,
Fiz com carinho,
Quase perfeito.
Fiz do meu jeito!

Meu jeito de ser,
Mesmo sozinho,
Fiz por querer,
Fiz com carinho!

Todos os nãos,
Fiz virar sim!
Fiz do meu jeito,
Fiz também por mim.

Falei sem querer,
O que pude falar.
Falei por saber,
Por não querer calar!

Falei do meu jeito,
Assim tem que ser;
Fiquei satisfeito,
É meu jeito de ver.

Olhei do meu jeito,
De cima, à volta,
Tudo que vi feito,
Vida livre, solta!

É do meu jeito,
Que passo por aqui.
Sinto vazio no peito,
Quando nada ainda vi.

Quando partir;
Do meu jeito;
Quero sair,
Deixando meu feito!

Um poema a pena!
Ou um poema à pena?
Seja a pena ou à pena,
Deixo um poema!

Do meu jeito,
É meu feito.
Foi do meu jeito
Que fiz,
Um poema à pena!

SABAÚNA-l4-05-l998
C.G.P.

TARDE

Quanto tempo demorou,
Para a tarde chegar,
Com a tarde, o sol passou.
E a vida com a tarde, parar!

Silente o caminho,
Do ocaso à noite,
Caminho sozinho.
O silêncio é açoite.

Dói a alma saber,
Que a promessa da manhã foi,
Quimera, ilusão, falso querer.
A alma cala, dói!

Tão radiante o sol; quente!
Tão fresca a brisa; constante!
Desenha no sonho; ardente!
Amor desejado; carente!

O infinito azul do céu,
Falso; escuro em seu querer,
Imagens jogadas ao léu.
Olhamos o azul sem nada saber!

Quando a manhã radiante,
A madrugada deixou,
Seguindo o dia adiante,
Demorando, a tarde chegou!

Vem sorrateira sem nada pedir,
Invade na porta a soleira,
Apaga o sol sem sentir,
Prenúncio de noite sem eira!
Os olhos tristes do dia,
Agarrando-se aos picos dos montes;
Lançam sombras à videira,
A luz se esconde,
A noite se anuncia!

Quanto tempo demorou,
Para a tarde chegar.
Demorou, demorou!
Para a alma apagar,
Assim o tempo chegou!

Um facho esquecido;
Memórias remotas;
Passado mui doído,
Ameaça brilhar cheio de voltas!

A tarde chegou,
A noite não vai tardar.
Com o escuro parou,
Amor que iria brotar!

Ao Deus infinito,
Dono da luz do dia,
Da noite e do grito,
Uma prece queria;

Que a tarde passasse,
Sem passar o dia.
Que o amor brotasse,
Como no princípio fazia!

Ao Deus do universo,
Que a tantos é de valia,
Peço que olhe o inverso,
Da tarde que se anuncia!

Mande a noite suave,
Para que não fique do dia,
Uma enorme saudade,
Saudade que não sentia!

Quanto tempo demorou,
Para a tarde chegar?
O dia logo passou,
Para a noite não tardar!

SABAÚNA 01-05-l999
C.G. P.

MÃE
Um dia, sol radiante,
Donzela de pele macia,
Olhava solitária o horizonte,
Beleza que uma nuvem trazia!

Sem sonhos, bela infante,
Sonhava e não sabia,
Nem o sonho garante,
O que bem no fundo queria.

Silhueta fina; era Maria.
Nem sua alma sabia,
No sonho, que sonho queria,
Nem sua alma sabia,
O que a nuvem trazia!

Vindo do céu foi surgindo,
Pontinho no horizonte,
De um sonho fugindo,
A virgem bela infante!

Sem saber o que vê,
Cabelos soltos ao vento,
No pontinho solto, crê,
Anjo do céu com ungüento.

Donzela Maria então,
Concebeu sem saber,
De Deus, filho varão,
Que na terra ia nascer.

Prometida à José,
Maria engravidou.
Virgem Maria é,
O tempo então parou.

Sem saber como explicar,
Recebe então José,
Maria para esposar,
Virgem e mãe, como é!

Quem seria o filho,
De quem o pai é José?
De Maria, virgem e Santa,
Virgem sempre Maria, o é.

Um dia, sol radiante,
Donzela de pele macia,
Esperava José adiante,
A virgem mãe, que era Maria!

Rosto doce, brilhante,
Resplandece a virgem infante,
Esperando José, carpinteiro,
Pai terrestre de um instante!

Voa ao vento, singelo semblante,
Da jovem Maria, ainda infante.
Virgem e mãe, da vida amante,
Mãe de Jesus, neste mundo ERRANTE!

SABAÚNA - 05-l999
C.G.P.

PALAVRAS

A mente decora,
Os lábios se abrem,
No ar palavras soltas,
Sem mais; sem demora.

Sonhos; palavras soltas,
Completas e simples,
Constroem em sonhos,
Idéias nelas envoltas!

Há medo no dizer,
Há vontade no fazer,
Palavras soltas, sem ver,
Envoltas nos sonhos de um ser!

Há esperança na fala,
Sempre completa a lembrança.
Palavra solta embala,
O íntimo do SER criança.

Bailam no ar,
Como plumas, sem pesar;
Enfeitam idéias,
Forçam o tempo a passar!

Palavras, só palavras!
São musicas no ar,
Sem ritmo, a bailar;
Palavras, só palavras!

SABAÚNA- AGOSTO- 1999
C.G.P.

NÓS

Pensei sermos iguais!
Pensei sermos gêmeos n'alma!
Pensei trilharmos o mesmo caminho!
Pensei termos ideais parelhos!
Pensei vivermos o mesmo tempo!
Pensei em você complemento, encontrei concorrente!
Busquei carinho, encontrei cobranças!
Não consegui saber tua procura, pois escondeste a aura!
Busquei tuas mãos, encontrei garras!
Busquei teus lábios, encontrei presas!
Jamais pude mostrar o que sou!
Sempre fui o que querias!
Descobri o que não queria;
És um animal irracional!

SABAÚNA - 05-2000

C.G.P.

>

TUDO PASSA

Olhando fixo o céu,
Sorvo momentos tristes.
Sinto o sabor do fel,
Do amor que não mais existe.

Olhando o passado distante,
Invento histórias que falam,
Do amor perfeito, galante,
Que hoje meus lábios calam.

Como pude ser tão cego,
Não ver o que claro estava!
Era jovem, não nego.
O amor, a razão cala!

Hoje,
Olhando fixo o céu,
Percebo que nunca te perdi;
Sinto o sabor do fel,
Você nunca foi minha; entendi!

Quando mais novo,
Ao te ver partir,
Senti o fel que sorvo,
Minh'alma te vi ferir.

Era jovem, chorei!
Sem rumo, sem entender,
Tua imagem nos sonhos busquei.
Nem eu sabia tanto querer.

O tempo passou sem parar,
Estranhos caminhos caminhei.
A dor ensinou-me a curar,
Dores da ausência; a dor calei!

Tudo outra vez?
Já os anos assumo,
Uma, duas, três!
Hoje Deus; perdi o rumo!

Como existe algo assim?
Tão frio, calculista, sem face,
O tempo passa, qual será o fim?
Eu peço a Deus mesmo que passe!

Seu nome?
Solidão!
Onde se esconde?
Nos cantos do coração!

O tempo passa,
Há sempre de passar,
Caçador e caça,
Até o tempo parar!

SABAÚNA l0-2000

C.G.P.

AMOR

Amar não é só dizer te amo; é atitude!
Amor não é renúncia; é busca constante.
Amor nem sempre é felicidade; pode ser dor!
Amor pode ser cego; como o de Cristo! Surdo como
o de um capitalista! Mudo como o de uma criança!
Pode ser falso, quando por sexo...

SOLIDÃO

Não significa viver só; é ser solitário!
Não é sofrimento, quando conduz à meditação!
Não é doença, quando voluntária!
Não é saudável, quando imposta!
Traz sofrimento, quando incompreendida!
É saudade, quando no meio de muitos!
É mágoa, quando advém do abandono!
É marcante, quando provocada pela distância!
É eterna, quando do espírito!
É gostosa, QUANDO COM DEUS!

CARIDADE

É um abraço amigo, quando todos já condenaram.
uma existência seja lá por qual motivo for!
É estender a mão a um irmão quando sem forças,
não consegue seguir seu rumo e todos passam
sem ao menos parar para saber o motivo!
Nem sempre, é dar um prato de comida!
Quase nunca é dar uma esmola!
Caridade é ensinar uma oração a quem.
desesperadamente, procura um porto seguro.
onde possa ancorar suas angústias!
Caridade, pode ser um simples olhar
de compreensão!
Caridade, é esconder se necessário uma
verdade, quando esta fizer sofrer a um
semelhante!
Caridade, é respeitar e compreender,
possíveis falhas de um irmão de jornada
na terra!
SABAÚNA _0l-2000
-C. G.P.

MEUS AMORES

Pode ser que daí vocês sintam,
Que as imagens da vida, mintam,
Ao mostrar que em tudo que se faz,
Sem querer, buscamos paz!

Mas podem crer, vou indo,
Vou tentando, vivendo e pedindo,
Para com ternura, em vocês renascer,
Do amor a candura, vontade de viver.

Não faço questão de ser tudo,
Mas não quero e não vou ficar mudo;
Não falar de amor a vocês,
Esquecer o passado perdido.

Venham, sentem aqui;
Meus frutos, e, juntos,
Ouçam minha voz, já não tão forte;
Que procura ensinar o amor e seus frutos,
Que na vida,
São caros e se paga para ter!

Perdoem minha insegurança,
Não são vocês mais as crianças,
Que um dia envoltas pelo cansaço,
Em meus braços, deitavam à dormir!

Mas se o tempo cruel não perdoa,
E até vocês, marca forte;
Já cerra meu palco, e, entoa,
Canção que na vida, foi morte!

Hoje o caminho aberto em meu tempo,
Sofre mudanças, e vocês a todo o momento,
Cobram de mim, ser mais lento!
Um dia, serão como eu!

Venham, sentem-se aqui,
Ouçam as histórias que tenho,
Vejam em meus olhos, o que vi;
Voltem ao lugar de onde venho!

Ouçam, sentados à mesa,
Palavras que já saem roucas;
Procuram falar da beleza,
Que ora, são poucas!

Façam comigo o que não pude fazer,
Ter a meu lado, pra todo querer,
Quem me deu vida, todo saber!
Tenham vocês, o que não pude ter.

Mesmo o hiato vivido,
Não pode manter separado,
O que foi muito doído.
Rasgo de vida; hoje ligado!

Venham, sintam meu sonho,
Outrora impossível,
Quase desfeito.
Vibrem a vitória sobre o passado,
Tristonho.
Alargando o caminho,
Ora estreito!

SABAÚNA 11- l999
C.G.P.

BELA MANHÃ

Lá está o verde do morro;
Lá, brilha o sol!
Flocos de algodão, enfeitam o azul,
Bailam, desafiando o frio passado!

Corre o dia em busca do horizonte,
Oposto ao do nascer.
A bela corrida esconde,
Um grande e bom querer!

O dia nascente renova,
Pela manhã, esperanças,
O sol, se pensa, caminha.
Escolte ao poente; lembranças!

Mas caminha o sol?
Ou nós, todo o dia,
Vamos em frente, dele a fugir.
Pela manhã, nos encontra a luzir!

Lá está o verde do morro,
Lá, brilha o sol.
Descobre os muitos segredos,
No morro, escondidos por nós!

SABAÚNA 12 - l999
C.G.P.

<23>

AMOR

Amor!
Sentimento único,
Aperta o coração sem dó,
Invade os caminhos da alma,
Perfumando os sonhos!

Amor!
Das flores; pétalas!
Ao leve balançar, com vento,
Vai ao chão; é lamento!

Amor!
Machuca; dói; magoa!
Pode ser só dor à-toa,
Sem querer, seu canto entoa!

Amor!
Entre os dedos escapa,
Quanto mais firme se pega.
Deixa um vazio grande,
Quando dele, muito se espera!

Amor!
Ah o amor!
Por ele se perde a razão,
Se vive uma grande ilusão !

Amor!
À frente uma saudade,
Por traz uma ilusão,
No meio, uma paixão!

Amor!
Ah o amor!
Quando se vive um então;

Os pés, não tocam o chão.
Andamos nas nuvens,
Perdemos a calma,
Tocamos o céu,
Com os dedos da alma!

Quando chega o amor,
Cala-se o mundo;
Não faz frio ou calor,
Vai ao peito, fundo!

Quando chega o amor,
Estrelas bailam no céu.
Saem da alma, como da flor,
Lembranças doces; mel!

Amor!
Ah o amor!
Dele tudo vem.
Feliz, quem o amor,
O tem!

SABÚNA- janeiro- 2000
C.G.P.

RODA MOINHO

Na lembrança, uma saudade!
No tempo, uma solidão.
Perco a serenidade,
Lembrando aquela paixão.

Enquanto o tempo corre,
Levando lembrança amarga,
Aos poucos na alma morre,
Pesada e dolorosa carga.

Um suplício inesperado,
Nas figuras das nuvens do céu.
Um grande amor do passado,
Aos poucos coberto com véu!

Ouço o sibilar da lembrança,
A tocar forte o sentimento,
Enche a alma de esperança,
Revive então um momento!

O bailar das gotas do sereno,
Pela manhã nas pétalas da flor;
São gotas de forte veneno,
Matando lembranças de amor.

Penetram na alma,
Sufocam lembranças,
Roubam a calma,
Destroem esperanças.

Agora sob a luz do luar,
Por testemunha, estrelas do céu.
Juro não mais lembrar,
O tempo de mel ou de fel.

São pontos pequenos marcados,
No fundo, com raras lembranças,
Antigos sonhos ora apagados,
Amargos, relembrando vinganças.

Pisar o tempo,
Tocar com os dedos o céu,
Soltar os cabelos ao vento,
Sentir do amor, o mel!

Na vida, em raros momentos,
A saudade ganha sabor,
As lembranças dos sentimentos,
Que na solidão, geram amor!

Uma doce amargura que é dor,
Que nunca morre na alma,
Quando se perde um amor,
Ela, que nunca se acalma!

Pisar o tempo,
Tocar com os dedos o céu,
Soltar os cabelos ao vento,
Sentir do amor o mel,
e o fel!

SABAÚNA - janeiro- 2000
C.G.P.

QUEM É ?

Aparece o dia,
No céu, o dourado do sol,
Faz aquecer a noite fria,
Tal como no oceano, um farol !

Nos serve de guia,
Navegantes errantes.
Sem ele, o que seria
De nós, perdidos infantes !

Do pensamento ao céu,
Corre distâncias em segundos,
Bordando vidas ao léu,
Criando infinitos mundos.

É tão bela a terra,
O mundo em que vivemos,
Nela o princípio encerra,
Do universo que queremos !

Quando se põe o sol,
Aos poucos percebemos,
Nesse imenso caracol,
Quanto somos pequenos !

No céu, apaga-se o farol;
Pequenas lanternas no infinito,
Algumas maiores que o sol,
Tornam nossa certeza, um conflito!

Nossa vontade é pegar,
Cada ponto luminoso, e;
Com eles iluminar, brilhar,
Tudo; mesmo sem saber o que !

Mas olhando as pequeninas,
Quase em total perfeição,
Surgem perguntas felinas,
Quem seria o artesão ?

Não se vê, não se sente,
Não se toca com a mão,
Trazemos gravado na mente,
Bem no centro do coração !

Esse arquiteto, ou maestro,
Com divina inspiração,
Exercendo um poder destro,
Rege a infinita construção !

Beleza e amor, são dotes seus,
Ao criar as cores da bela pintura;
Só poderia ser mestre, é DEUS;
Autor de tanta candura !

SABAÚNA - agosto- 2000
C.G.P.

SHINDLER NA TV

Não chorar ?
Como é possível,
Só se o tempo parar.
Mas o tempo é invencível !

Olho a tela da TV,
Um filme passa aos olhos,
Mostra o que não se vê,
Humanos ou imbróglios ?

A lista de Shindler,
Poesia sem rima.
A lista de Shindler,
Morte, ruína.

Existe humano assim ?
Como Hitler queria ser,
Pássaro negro, Tuim,
Que a tudo queria ter.

Quanto sofrimento judeu,
Vi em "Shindler na TV”,
Hitler era ateu ?
Um louco, que só nele crê ?

Que sina do "povo de Deus”,
Que em Jesus nada vê.
Que tão bem cuida dos seus,
E quem nele crê !

Chorar ?
Não sei por quê.
São marcas do "povo de Deus";
A errância do seu viver !

Olhando a TV,
Choro, por tanta vingança,
Feliz quem não vê !
Há no homem esperança ?

Shindler, uma lista.
De um homem piedoso,
Alemão de alma mista,
Coração piedoso.

Certo estou que o povo,
Junto a Deus estar .
Corpo morto, espírito novo,
Para a terra não mais voltar .

A Jesus, e sua imensa misericórdia,
Peço luz nesse instante:
Ponha nos homens concórdia,
Em seus corações, um brilhante .

Para que o que agora vejo,
Nunca mais, em nenhum instante,
Aconteça !
Aos nossos irmãos, na face um beijo,
Não a morte humilhante.

Sei que Deus não os deixou,
Sozinhos, perdidos.
Para junto de si os levou,
Onde lembram os momentos vividos.

Shindler; e ele?
Deus, é certo, reservou,
No infinito, lugar seguro,
Creio, tal prêmio levou !

Piedade, DEUS
A seu filho Jesus, mandou;
E a todos nós, ensinou;
Ter por quem nos castiga.
Assim seus algozes; perdoou !

Sim,
Certamente na TV,
Não aparece, perdão!
Mas aos olhos que não vêem,
Perdoaram os judeus, com o coração,
Aos alemães, que não os tem !

Que Deus em sua infinita bondade,
Os tenha no coração;
Que seja a estada coberta por luz,
Onde aprendam o amor e o perdão !

Hitler, nunca mais,
Shindler, também não.
Que haja sempre paz,
Sem lutas ;só amor e perdão !

SABAÜNA - 2.000- DC
- C.G.P.

VOLTE MESTRE

Olhai os lírios do campo,
Tentou explicar Jesus;
Nem Salomão ou algum santo,
A tal beleza fez jus !

Olhai os pássaros do céu,
Tentou ainda mostrar,
Não trabalham, a vida é mel,
Que somente Deus pode dar !

Mas se tantos exemplos falou,
Tantas belezas tentou mostrar,
Parece que ao homem só ficou,
Seu nome; nada mais a lembrar.

Há porém na multidão,
Em quem o ensino vingou,
Jesus continua vivo, são,
Seu amor nasceu, germinou !

Falou do mundo mais belo,
De onde veio, para onde foi,
Além deste, de ódio e flagelo,
Onde amar ao próximo, dói !

Não só falou, exemplificou;
Deixou em seus atos marcado,
O amor, de que tanto falou,
Rogou, ver o algoz perdoado !

O tempo passa tão lento,
Chega a hora d'Ele voltar,
Cremos, esperamos o momento,
De o Mestre poder olhar !

Falar de Jesus, pudera;
Emociona até quem não crê,
Ver o Mestre eu quisera,
Pois só se sente, não se vê !

Temos na vida um destino,
Planos do reino celeste,
Jesus, nosso elo divino,
Liga o reino, ao terrestre !

Quando veio morreu na cruz,
Desenho da prova de amor.
Nós outrora, matamos Jesus,
Em meio à imensa dor !

Ao voltar, não resgatará ,
Quem não modificou seu ser.
Só aos escolhidos levará ,
Para a eterna vida viver !

Falem o que quiserem,
Todos os sábios da terra.
Somos loucos,e, os que vierem,
Saibam, Jesus tudo encerra !

VOLTE MESTRE, MUITOS TE ESPERAM !

SABAÚNA - 2.000 - DC
-C.G.P.

<29>

LUZ SOLITÁRIA

Sou uma luz solitária,
Vivo no universo, só;
Traçando rota unitária,
Desvendando da vida o nó !

Sou um brilho no espaço,
Sem sentir o reflexo,
Sem sentir o cansaço,
Sem sentir o regresso.

Vim sem ser visto,
Sou do tudo, o que havia.
Sem ser ao menos bem quisto,
Sou o que ser, não sabia !

Tenho nos olhos, o ser,
Tenho na alma o amor,
Tenho no dito, o querer,
Tenho o cansaço, a dor !

Sou um brilho solitário,
Ouvindo a canção dos ventos,
Sou brilho primário,
Com os sentidos atentos !

SOU SÓ !
TENHO, SÓ !
VIVO SÓ !
ANDO SÓ !
SÓ; SÓ !

SABAÚNA 20-05-2.000
- C.G.P.

SORRIA !

Sorria;
Quando o mundo,
Ao te olhar,
Te disser não !

Sorria;
Quando a vida,
Lhe negar a dignidade;
Lhe disser não !

Sorria;
Quando os sonhos,
Parecerem pesadelos,
E o amanhecer disser não !

Sorria;
Quando todos ao redor,
Choram as mágoas criadas,
Pelos nãos da vida !

Sorria,
Quando poesia sem rima,
Mas com carinho,
Vos traz um pouco de vida !

Sorria,
Quando alguém vos ensina,
A dizer não à tristeza;
Quando vos ensina o amor !

Sorria,
Pois sorrir é estar são,
Sorrir é estar com Deus,
Sorrir, é ser bom !

Sorria,
Quando a vida aos tropeços,
Parece terminar;
É um sorriso feito NÃO !

Sorrir,
É um jeito bonito,
Jeito fácil de amar !
Sorrir é ter,
O diferente modo de olhar,
Os modos comuns de viver !

SABAÚNA - JULHO 2.000-
- C.G.P.- NANTALIS -

AMOR VIVO

De que vale a vida,
Sem que seja amor ?
De que vale a vida,
Sem que seja de amor ?

Não vale viver sem amar,
Não vale o amor, sem o viver.
Só vale viver para amar.
Só vale amar , vale viver !

Não há no mundo que existe,
Sentimento maior que o amor.
A palavra de Cristo exige,
Da vida em conjunto, AMOR !

Não há no mundo sentimento,
Mais sublime que amar;
Não há no mundo sofrimento,
Que com amor, não possa parar !

Ah! Meu irmão AME !
Tenha na alma o sentimento,
Tenha da vida o exame,
Na vida tenha o momento !

Ame meu irmão, ame a si,
Não se envergonhe de ser;
Tenha na alma, em ti,
O amor; o sonho; o bem querer !

SABAÚNA - l9-06-2.000 -
-C. G.P. -

SENTIMENTO

Que sentimento é esse?
Que cala fundo na alma,
Sente o amor que aparece,
Adormece o ser, acalma!

Que sentimento é esse ?
Faz borbulhas no sangue,
Invade sonhos, aparece;
Incertezas da alma bane !

Que sentimento é esse ?
Faz ferver os segredos,
Movimenta, ensandece !
Cria e tira os medos !-

Quem é ? O que é ?Quem fala ?
Que dentro do ser alarma,
Borbulha, sorve, nos cala.
Traz à tona nosso carma !

Sabe o que é irmão ?
Sabe o que fala ?
É DEUS; é amor então!
É invisível, a fala cala !

Tão pequeno e tão grande,
Depende do coração !
O amor por tudo, expande,
Não há como dizer não !

SABAÚNA -19-06-2.000 -
- C.G.P.

ERRANTES

Passar pelo espaço,
Que espaço ?
O espaço virtual,
O espaço do tempo !

Poesia sem rima.
Passar pelo espaço;
Eu e o Bingo,
Dois errantes !

Passar pelo espaço !
Passar sem rumo,
Passar sem sentido,
Só passar pelo espaço.

Passar pelo espaço !
Todos nos vêem,
Todos nos sentem,
Todos nos ouvem !

Passar pelo espaço !
Entre pessoas,
Entre seres,
Entre construções.

Passamos sem passar,
Voamos nas brechas,
Voamos onde nos deixar.
Voamos pelo espaço !

Somos errantes eternos,
Somos pedaços de estrela;
Sem órbita, sem rumo.
Apenas brilhamos no espaço !

Espaço dos outros,
Pequenos espaços,
Como nós pequenos;
Pequenos, precisos, só !

Do nosso espaço,
Olhamos o mundo.
Todos à conquista de espaço,
Brigando, lutando.

Do nosso espaço,
Que nosso sempre será;
Olhamos com dó,
A luta inglória,
Que luta terá?

Luta pelo espaço,
Que a mim e ao Bingo,
DEUS sempre dará.
Temos espaço, assim será!

Prometi sem rima,
D'o espaço falar.
Isso, lá em cima !
Continuo a tentar.

Somos errantes,
O Bingo não fala,
Mas somos falantes,
Só o povo cala!

Temos espaço,
Pequeno espaço.
Entre as pessoas,
Somos espaço !

A física diz,
Um; não cabe dois.
É nosso espaço,
Nosso pequeno espaço,
Nosso mundo-espaço !

Como uma pedra,
Rolando no infinito.
Refletimos o brilho do sol,
Somos estrelas pequenas.

Somos como meteoro,
Passamos pela atmosfera;
Brilhando, azuis pelo ozônio,
Negros quando no solo !

Negros, com muito espaço !
Conquistado à custa do corpo,
Queimado, mas com espaço;
Só nosso, nosso espaço; NOSSO !

MAIRIPORÃ - l994- C.G.P.

BOLINHA DE SABÃO

Brilham na rua pequenos infantes,
Pulam, Gritam; estrelas falantes
Estrelas que brilham, falam !
Param só por instantes.

Uns, com costumes constantes,
Outros, constroem nos brinquedos,
Com energia; por vezes falantes,
A vida futura, em meio a folguedos !

São bolhas de sabão,
Eternas no ar,
Multicolores serão,
Eternas a voar !

São bolinhas que tocam,
Com os dedinhos as nuvens,
Levando alegria,e, levam,
O adulto a pensar.

São bolinhas alegres,
Que sem esperar,
Sobem ao céu,
Tentando a DEUS tocar.

Esperam caladas,
Um dia crescer,
As coisas do mundo,
Sozinhas aprender.

São bolhas formosas,
No espaço a brilhar,
Pequenas, airosas;
Na rua a brincar.

Há quem não entenda,
Ser criança, encantar,
Trocar a contenda,
Por sonhar e brincar !

Há no infinito,
Um sonho de ser,
Adulto criança,
Nunca crescer !

Há na alma a vontade,
De voar pelo céu,
Como bolinha de sabão,
Andar pelo mundo ao léu !

É o sonho de todos,
Pular sobre as nuvens, crescer !
Mas na alma, no coração,
Criança permanecer !

MAIRIPORÃ -07-1994- C.G.P.

BATE OUTRA VEZ

Bate outra vez !
Pois é da vida e do coração,
Os sonhos, o sabor da ilusão;
A vez.

Bate outra vez !
Vou sonhando com o coração,
Vou vivendo entre sonhos, a paixão;
De vez.

Bate bem forte,
Enche o peito batendo;
Sinto do amor o porte,
Sinto que estou vivendo.

Bate outra vez !
Pois é da vida e do coração,
Os sonhos, o sabor da ilusão;
A vez.

Mas não me iludes,
Com teu bater inconstante,
Se minha alma acendes,
Podes parar num instante !

. - MAIRIPORÃ - 07-l994 - C.G.P.

PRÁ VOCÊ

Há muito tempo passado,
Buscando um ponto no escuro,
Encontrei o procurado.
Pensei no meio do nada, ter tudo !

Olhei um prado florido,
E na visão que aparecia,
Pensei na hora ser amado,
Mas de amor, pouco sabia.

Quem na vida vive à procura,
De um bem que nunca teve,
Quando vê o primeiro, segura;
Pode não ser dele, ser breve !

No centro da alma vibra,
Emoção do raro achado.
Possuído com garra, fibra;
Quero o tempo da vida parado.

Onde andavas, anjo dourado ?
Que sonhos povoavas ?
Miríade de estrelas, anjo amado;
Anjo por mim esperado.

Chegou de manso, sorrateiro;
Tomou conta de mim inteiro.
Vi nascer horizonte faceiro,
Vi o sol, brilhante luzeiro.

O tempo passou num repente,
O ponto que era brilhante,
Aos poucos ficou diferente,
Já não era o sonho, infante.

Tudo mudou; A realidade,
Dura, diferente, crua; apareceu.
O sonho, antes de felicidade,
Entre soluços e tropeços; feneceu.

Não fui talvez teu sonho.
Só ancora em mar revolto,
À espera de futuro risonho,
No rés do horizonte; um ponto solto.

Duro, implacável mas real.
Vibrei ao te encontrar,
Pensei se você meu sinal,
Ao acordar, não pude parar !

Entre sonhos e planos, a verdade.
Fomos flanando em busca do mel,
Longe do mundo, da realidade,
Fizemos sonhando, nossa lua de fel !

Pensei ao vislumbre de te encontrar,
Um ponto de volta seguro, construir.
Mas a verdade, nunca pude falar;
Sem querer aos poucos, aprendi a mentir.

Menti, aos meus olhos fechar,
Quando a linda visão mudou.
A verdade fiz,e, quis calar;
Mas o conjunto não calou.

Você, um anjo de paz,
Que tanto me encantou,
Mostrou a realidade o que faz.
Com a ilusão, a alma calou.

Picou em pequenos pedaços,
Quando de amor não falou.
Mentiu quando não disse,
Que nunca, nunca me amou.

Com o vagar do tempo,
Frutos do sonho vingou.
Como folhas soltas ao vento,
O amor que nele havia, espigou.

Percebi que todo meu saber,
Aos poucos perdido no tempo,
Não conquistaram teu querer,
Então o sonho, virou tormento.

Três flores lindas haviam,
Já nascidas naquele jardim.
Sem jardineiro talvez seriam,
Flores soltas, com triste fim.

Mas, o roda-moinho crescido,
A mudez e mentira sem fim,
Tragaram sonhos nascidos,
Em vôo suave d'algum querubim .

Veio a tormenta, o engano,
O mundo belo, desmoronou.
Fim de um doce sonho ufano;
Pouco tempo,ou nada durou.

Três pequenas estrelas brilhavam,
Por entre nuvens de uma noite escura.
Querendo a liberdade viver; bailavam,
Como de carinho e amor à procura.

Ledo engano, triste engano.
A farsa termina, ou para,
Como sonhos cobertos a pano,
Pondo nas sombras, virtude rara.

Como num passe de mágica,
A visão do anjo dourado,
Gerou realidade feia, trágica,
No espaço; figuras do passado.

Perdido, sem rumo,
Sem ponto de volta;
Pelo espaço sem prumo,
Sem amor; só revolta.

Caminhei pela vida,
Entre sonhos, pesadelos;
Querendo a alma querida,
Guardada com desvelo.

Restavam no céu escuro,
Três pequenas estrelas;
Fruto do amor doce, imaturo.
Restava a alegria de vê-las.

O tempo passou sem aviso,
Turvou a memória, não a dor.
Rolaram lágrimas do siso,
Calaram a grita do doce amor.

Sem ter volta ao passado,
Sem saber com quem contar,
Segui meu rumo só; parado !
Queria ao antigo sonho voltar.

Inventando saudade,
Sem perceber do que,
Até com maldade;
Tentei esquecer você !

Voei pra bem distante,
Sorvi com intensidade,
O carinho de uma amante,
Que não era de verdade.

Da vida, às entranhas desci.
Parei no caminho sem ter,
Você; amor que jamais esqueci.
Quis te odiar, só fiz te querer.

Amargo banquete, vinho com fel.
Sorvi o alimento sem sentir.
Tua distância vivi; fui fiel,
Ao sonho passado, sonho porvir.

Em meio a voraz tormenta,
Aos poucos um portal se abriu,
Uma luz; a esperança aumenta,
Em meio a luz, ELE surgiu.

Rebelde que sou, rebelde só,
Busquei nessa luz, explicação.
Resposta segura, à vida de Jô,
Recebi dessa luz, consolação.

Mas a ELE ousei pedir,
Que o sonho você, voltasse.
Aos poucos, suave sem sentir,
Novo sonho a alma encontrasse.

Não sei o que daqui virá ,
A ELE meu sonho entreguei.
O que ELE querer, será ;
O que de mim fizer, serei.

Vieram também três estrelas,
Hoje maiores, mais brilhantes.
Pude ver, sentir quão são belas;
Três pedaços de mim, três infantes.

Não sei o que Dele virá ,
Uma bolha do sonho voltou.
Até onde esse lindo sonho irá ?
Até onde nesse lindo sonho, vou ?

Guardado no armário da vida,
Está um elo importante, perdido;
Da felicidade há muito escondida,
De um sonho, antes do sonho vivido.

Hoje, já com o peso dos anos,
Posso entender do erro, o tino;
Errei sem saber, causei danos;
Vivi sem ver ou saber; um destino !

A solidão preenche lacunas,
Abertas em busca do irreal.
Você anjo dourado, nas dunas,
Uma miragem quase fatal.

Agora, depois de muito esperar,
O enigma você, tento entender !
Anjo que vi, criei e desejei amar,
E o destino só me deixou querer !

SABAÚNA - fevereiro- 2.000 DC
-C.G.P.

“O amor é uma delicada flor, que para viver”,
precisa ter raízes profundas !”“.

“O passado é o alicerce do presente, o presente”.
as paredes, e, o futuro poder ser o telhado.”“.

É PRECISO

É preciso ver o vento,
É preciso ouvir estrelas;
É preciso ser atento,
É preciso entendê-las.

É preciso sentir saudade,
É preciso ouvir solidão,
É preciso ver a idade,
É preciso ter coração.

É preciso ser humilde,
É preciso saber o amor,
É preciso ver caridade,
É preciso ouvir a dor.

É preciso a saudade,
Ter lugar no coração.
Ouvir o som da vontade,
Falar à luz da emoção.

SABAÚNA - 2.000 DC -
- C.G.P.

UM DIA

Um dia,
Uma imensa solidão;
Jazia,
Num pequeno coração!

Um dia,
Um vazio imenso;
Fazia,
Uma alma perder o senso !

Um dia,
Uma grande saudade;
Trazia,
Dor à alma; maldade !

Um dia!
Somente um, se for !
Queria,
Um dia de amor !

SABAÚNA - fevereiro-2.000
- C.G.P.

VERDADE

A verdade, é sempre relativa.
É uma construção sólida, para quem a emite;
uma dúvida para quem a ouve, uma mentira
talvez, para quem seja o objeto de sua emissão !

SABAÚNA - agosto - l999
- C.G.P.

ESTRELA

É tão fácil de olhar,
No céu pequenos pontos,
Azuis, no escuro a brilhar,
Qual vaga-lumes; tantos !

Querer seu brilho roubar,
Trazer à alma, num salto;
De astro à estrela passar,
De baixo, saltar ao alto.

Viajar sem olhar ao lado,
Esperando anjos encontrar;
Nesse caminho azul pontilhado,
Sem com eles conversar.

É mudo seu encanto,
Só aos olhos podem enfeitar,
Na alma, em qualquer canto,
Grandes marcas vão deixar.

Piscam sem tempo certo,
Como em código a falar;
Doce poesia a céu aberto,
Com poetas à escutar.

Entre os sonhos de todo o ser,
Está é certo; talvez algum dia,
Entre estrelas brilhar, aparecer !
Aprender o amor que não sabia .

SABAÚNA - fevereiro- 2.000
- C.G.P.

MENTIRA

A mentira, como a verdade, também é relativa.
É uma sórdida distorção da realidade, para os
sofrem suas conseqüências.
Uma dúvida, para quem a ouve !
Uma tentativa de correção da realidade individual,
uma fuga da realidade à volta e principalmente, uma
sólida verdade para quem a emite !

SABAÚNA - agosto - l.999
- C.G.P.

CANTOS E CAMINHOS

Uns cantos, nos cantos;
Ciscos por limpar.
Caminhos de encantos,
Sem ter o que encantar.

Uns cantos, no caminho;
Pedras por agastar.
Que seja com carinho,
Para nele caminhar.

Uns cantos, pela vida;
Sem que se possa duvidar,
Que cantos são saídas,
Por onde não se pode entrar !

Mas há nos cantos, canto;
Que impedem o caminhar.
É canto sonoro, de acalanto.
São cantos onde se pode parar !

SABAÚNA - 06-08-l.999
- C.G.P.

PASSAREDO

Um dia, pairando no ar,
Uma esperança a voar,
Como plumas soltas ao vento,
Sem ter ao certo onde parar.

Vivendo o momento inútil,
Sabendo o tormento de ser,
Vazio, sem sonhos; fútil,
Pensando nada ter ou querer.

Querendo que o sonho de ser,
Volte à mente ao despertar.
Dormir, voltar a sonhar e ter,
A sensação de o sonho continuar.

Nada acontece, pairando no ar.
Uma esperança se vai a voar,
Como plumas soltas ao vento,
Sem ter ao certo onde parar.

Um dia, pairando no ar,
Quando o sonho, recordo latente,
Sonho só; sonha sem parar,
Para o sonho, sem nunca voltar.

Envolto em imagens fantasmas,
A alma solta, banindo a dor,
De o sonho, não imagens soltas;
Voltar num repente, sem ar ou cor.

Um dia, pairando no ar,
Envolto em névoa, o tempo;
Passando o sonho, viu calar,
No silêncio da noite, o vento.

Não há no vento segredos,
Escondidos no farfalhar
Das folhas, de sonhos ledos
Enganos escondem, o sonhar.

Um dia, pairando no ar,
Uma esperança se vai a voar,
Como plumas soltas ao vento,
Sem ter ao certo onde parar.

Só no sonho, a construção,
Que do vento pode tirar,
O poder, o vigor e a pretensão,
De os caminhos de a natureza mudar.

Um dia, pairando no ar,
Como em um palco à bailar,
Os sonhos iludem a ilusão,
Constroem castelos no coração.

Um dia, pairando no ar,
Uma esperança se vai a voar,
Como plumas soltas ao vento,
Sem ter ao certo onde parar.
Um dia, pairando no ar !

SABAÚNA - 10-10-1.999 -
- C.G.P.

TOQUINHO DE GENTE

Ouço no ar,
Um hino gostoso.
Crianças a tocar,
Um sonho grandioso.

Violinos e violas,
Em mãos angelicais,
Trocados por bolas,
Criam sonhos geniais.

Que anjo ensinou?
Tanta arte e magia.
Em que estrela buscou?
O sonho que a arte trazia!

Toquinhos de gente,
Crescendo com o som;
Em um mundo diferente,
Agora, um mundo bom.

Toquinhos de alma,
Nascidos da morte,
Que a música salva,
Com a arte da sorte.

Príncipes esquecidos,
Entre ruelas, barracos.
Tristes momentos vividos,
Pulando com sonhos, buracos!

Surge um mago do céu,
Com varinha de condão,
Talha a alma com cinzel,
Tira-lhes os pés do chão.

Sobe o som, música divina;
Vinda da alma, som vibrante.
Pequena orquestra menina,
Augusta música infante!

Olhinhos brilhantes, lindos,
No futuro, antes errante,
Ao som que fazem, ouvindo;
A beleza, o futuro garante!

Meninos de São Paulo, um CD.
Toquinhos de gente, pequenos;
Vivendo um sonho que se vê!
Felizes agora veremos.

Tocam hinos, tocam sonhos,
Flautins, violinos, trompete.
Antes tristes, agora risonhos,
De uma orquestra, maquete!

Toquem em paz,
Toquinhos de gente.
Magia que mago faz,
Magia de ser diferente!

SABAÚNA - setembro-2.000 -
- C.G.P. - NANTALIS –

SER CRIANÇA

Ser criança,
Como uma pequena chama,
Guarda em um sonho a esperança,
Que a vida de adulto inflama !

Ser criança,
É voar em sonhos perenes,
Em uma pequena balança,
Pelo espaço; vôos solenes.

Ser criança,
É brincar com a vida,
Com verdades e sonhos,
Sem saudades doídas.

Ser criança,
É tocar o universo,
Com o encanto da alma,
Da tristeza, o inverso!

Ser criança,
É ser pequeno,
No tamanho, só ser!
É não ter na alma, veneno.

Ser criança,
Esperar não crescer.
Ser dentro da vida,
Um anjo, só ser!

GUARAÚ - outubro- l.994 Carlos G. Pires.

BEM VINDO

Quando entrar nesta casa, seja bem-vindo.
Deixe do lado de fora, o rancor, o ódio, e, principalmente a ganância, a ambição desmesurada, a vontade de posse.
Tenho a lhe oferecer, o amor de irmão, meu semelhante. O amor de companheiro nesta curta viagem que fazemos pelo solo deste planeta.
Tenho a lhe oferecer, a renúncia aos bens materiais que são de posse passageira em nossa existência; são propriedade da terra, morada a nós cedida por um Poder Superior, que sentimos mas quase nunca
entendemos e que nos cede com amor, a despeito do mau uso que fazemos do que nos é oferecido.
Tenho neste abrigo, que ELE me assegura, o consolo deixado pelas palavras e pelos exemplos que aprendi, ao ler sobre a vida iluminada de um de SEUS enviados, aqui conhecido como FILHO DE DEUS, ponto máximo do poder conhecido, CRISTO.
Te ofereço algumas coisas que aprendi com CRISTO, e, que por meios não conhecidos, senti na alma; - "Amai-vos uns aos outros (como a si próprios), como EU vos amo.” -
Ao entrar neste abrigo, desarme seu espírito, sou seu irmão antes de qualquer coisa. Não entre nesta casa com pedras nas palavras, somos seres humanos, eu e você ! Te peço que me corrija, se um erro meu afetar teu equilíbrio; o mesmo farei se houver de tua parte alguma falha. Somos irmãos e este abrigo, ser tanto meu quanto teu, ou de qualquer outro companheiro de viagem, desde que venha em paz, disposto a crescer rumo à verdadeira evolução, rumo à DEUS !
Se for Cristão, Budista ou seguidor de qualquer outra filosofia de vida, siga a lição de amor nelas contidas. Ao entrar nesta casa, sempre ensinará algo que não sei e aprenderá algo sobre o qual não tens conhecimento. Se trouxeres amor, ganharemos; se trouxeres caridade,
multiplicaremos; seremos neste mundo conturbado, dois seres a caminho da transformação para melhor, da comunidade onde vivemos e onde estamos hospedados nesta curta passagem pelos ares desta colônia.
Ao entrar assim nesta casa, estarás levando ao sair, um pouquinho mais de amor, compreensão, caridade, humildade e a paz que a bondade vinda do Poder Superior, DEUS, nos oferece!
Que a paz de DEUS e de CRISTO te acompanhe no restante da tua passagem por aqui. Estando em paz aqui, certamente serão de paz teus passos no mundo SUPERIOR, onde te esperam nossos irmãos mais iluminados, aguardando com muito amor nosso retorno.
Muita paz, muito amor e que o Poder Superior, DEUS, esteja com todos nós!

C.G.P. l.999

HOMENAGEM A LENON

I M A G I N E L E N O N

Imagine o povo;
Imagine o céu.
O mundo novo,
Imagine TÉO!

Imagine sem guerra!
Imagine sem fome.
Imagine a terra,
Do homem sem nome!

Imagine Lenon,
Semente tão pura,
Imagine John;
Tanta candura!

Imagine a criança,
Brincando sadia;
Com muita esperança,
Tendo tudo que queria.

Imagine Lenon,
Um idoso feliz;
Imagine John,
Tendo ele o que quis!

Imagine a luz do sol,
Aquecendo o verde,
Pra natureza um farol,
Que a visão perde!

Imagine Lenon,
Tal utopia;
Imagine John,
O quanto você queria!

Imagine o que ficou,
Senão só sua voz;
Que muito lutou,
Por um mundo menos feroz!

Imagine; Só imagine.
Não diga mais nada!
Morreste com um sonho sublime,
Ver a paz a tanto pregada!

Imagine o povo,
Imagine; só imagine.
Tudo de novo,
Imagine; Só imagine!

A LENON

SABAÚNA - 09-09-2.000 D.C.
- C.G.P.

- PASSAREDO -

Poemas, crônicas, pensamentos; são palavras soltas pela imaginação em um céu que só pode ser visto, por olhos já livres das travas postas neles pela ambição, pelo materialismo e a maldade que enegrecem a alma do ser humano.
Um poeta ou quem tenha o dom de transformar sonhos em palavras, é certamente um privilegiado pelo Poder Superior; é um devedor para com seus semelhantes na contabilidade da evolução. Sua dívida tem que ser paga com valores expressos nos versos, crônicas ou nas palavras que transformam até os momentos mais tristes, em sonhos que fazem rolar lágrimas dolorosas mas sem ódio. As palavras que saem da imaginação de um poeta, tem esse dom; transformar ódio em amor mesmo que a dor continue presente na alma.
Poemas e tudo o que é escrito pelos privilegiados escultores da palavra, são como os pássaros na natureza; livres. Alguns tentam inventar regras, números, métricas e outras barreiras impeditivas para a expressão do que há de belo na alma humana; são seres humanos, cheios de conflitos interiores buscando a perfeição divina, talvez tentando subir uma escada imaginária que os leve a ser o próprio DEUS. Tentam criar regras, que são cópias das barreiras que os impedem de assimilar o belo existente no mais simples; tentam impor aos simples, sua incapacidade de dizer "te amo", dizendo te amo ! Procuram encontrar defeitos no simples, impondo regras complicadas geradas pelas complicações guardadas nas gavetas escondidas de seus enormes EGOS INTELECTUALIZADOS. Poemas, crônicas, são a expressão mais autentica da liberdade de um ser livre; voam pelos ares soltos, sem regras a obedecer, senão a de bater asas, somente parando ao encontrar alguma árvore onde possam descansar; poemas são pássaros, as cabeças dos seres humanos, são árvores;
algumas tem folhas, nelas os pássaros fazem seus ninhos e moram por muito tempo, outras tem galhos secos, servem apenas para um rápido descanso; talvez suas folhas tenham caído para fugir da solidão causada pelos nãos, guardados no interior do tronco para o qual pensar livre, falar de amor ou expressar o lado sonhador dos galhos e folhas, representa sinais de fraqueza.
Mais que os poemas, os poetas representam pássaros; pássaros grandes que geram pequenos, e juntos enfeitam o céu nem sempre azul da imaginação humana, que ainda os prendem em gaiolas para ouvir seus cantos, que quando presos, são lamentos; soltos formam um coral cujas vozes não obedecem qualquer regra e nem por isso deixam de ser encantadoras, cheias de vida; assim são os poetas, livres sem regras; são um PASSAREDO !

F I M!
SABAÚNA - 22-04-2.001 d.C.
Carlos Gomes Pires -

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segunda-feira, março 8, 2010 - 23:26

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