Vozes da Alma

Os sons que se ouvem sentindo
A dor de suspirar sorrindo...
Parecem entoar a música
Dos boêmios sem ética...
Que mais uivam seus prantos
Do que louvam de sua musa o encanto...

Enquanto correm os navios
E a maresia o ferro corrói...
Dançam as luzes dos faróis
Diante dum corpo esguio...
A dançarem belas camareiras
Ao som do canto das sereias...

Mas não é a voz do vate
Que incoercível anuncia!?
“Eis meus versos em arte
Cantados pela musa vadia... ”
Então, conclui a virgem arredia:
“Choras em meu peito que me arrepias...”

Mas a eterna musa, singela melodia,
Que em jogo aberto canta a fantasia...
“São as vozes da alma dos poetas
Que se sucedem em literária orquestra...
São as mágoas dos amantes de meus lábios
Que parecem recitar os versos ébrios... “