SAUDADE SÃO VESPAS NOS MEUS LÁBIOS


Olhar insone.

Visões como gruta
que me ocupam em tempestade o rosto.

Como se os meus olhos fossem fósseis
numa rolha de solidão.

O tempo como calvário do choro
em fios de luz trémula.

Santuário de insónias.

Saudade são vespas nos meus lábios.

O vazio como beijo zumbido em silêncio.

Esguios andares em teias
que aprisionam o amanhecer em chuvas iradas.

O sol sem seiva ardente,
mesclado em tristeza como veste do nada.

Silhueta em espinho,
poema ramificado em lágrima.

Como se a palavra fosse um deserto,
a vírgula uma serpente de arrepios a rastejar a pele.

Ser sem verbo,
o fogo do corpo intocado.

 

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Lunes, Julio 4, 2011 - 21:52

Poesia :

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Henrique

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