PALAVRAS COMO NÓS


Lágrimas sós,
soletradas num vale de ausências.

O poema
como face de um rio,
de boca em boca pavio.

Onde nasce a manhã.

Onde o existir desentende a natureza.

Rosas bravas como borrão na paisagem.

Árvores como realidades
contumazes no labirinto dos tempos.

No papel os olhos como insectos.

Bichos de zunido ilusório.

Pensar em flor como século extenso.

O instante que passa súbito.

A alma em desencontro
sobre as ruínas de que o corpo é feito.

De mais gestos do que vozes.

De mais brilhos do que luzes.

De mais nada do que carne e ossos.

O verbo continua prisioneiro da liberdade.

Palavras como nós.

Curvas que nos atam à abstracção.
 

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Miércoles, Julio 6, 2011 - 17:03

Poesia :

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Henrique

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