CEPO ONDE O AMOR DECEPA O SEU PESCOÇO


Na sombra que passa,
lá vou eu como convento de passados.

Calvário de águas
gargalhadas de lágrimas mortas.

Na lentidão do sol vai meu peito.

Onde vai tudo calado,
como vitral de saudades outrora choro.

Ódios outrora chão,
vermes como estrelas do destino.

Pelos abrolhos do vento,
voam magras as minhas mãos.

Altar de sexos frios,
corpos de mármore entardecidos
na boca de um beijo como afago infinito.

Cardos como terra, desertos como céu.

Dentro das pedras
estão os meus braços de imortalidade.

Atalho em vão dos olhos,
sepultados no ar que já não sei respirar.

Vão nas garras em voo os meus fantasmas.

Tristeza que ri e canta,
a luz da própria luz que murmura
vaguear tudo quanto já não importa.

Luz que fende a porta do tempo.

Momento de sofrimento,
onde a cor se descolora em palidez,
onde o fogo se apaga como asas presas à queda.

E eu cepo onde o amor decepa o seu pescoço.
 

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Martes, Julio 19, 2011 - 20:00

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Henrique

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