NOIVO DE APALPOS EM SOLIDÃO


Penumbras aias
como manto de ninguém.

Vintém desfocado.

Aresta aquém do tempo. Desfragmentado.

Vestem de negro
as luzes no decote triste do rosto.

Avental de ladeiras sujas.

Cordas vespas
que atacam o corpo. Arpoado à distância.

Brumas de ânsia
como céu aberto às cruzes do meu deserto.

Noivo de apalpos em solidão.

Templos em cinza pagã.

Silêncio que se lança em gesto.

Aceno sem palavra,
fogueira sem movimento.

Lua vã,
poente perdido
num poema de nuncas.

Nunca lido.

Vento parido
de ufanos murmúrios
em asas imóveis sobre as pálpebras do ar.

 

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Miércoles, Julio 20, 2011 - 19:29

Poesia :

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Henrique

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