CIO QUE INCENDEIA AS MARÉS

Madrugadas.
Gargalhadas que trincam
os bagos inocentes da nudez a dois.

Taça de néctar infinito. Poesia
de sabor a mulher qual barco à deriva.

Pelos sonhos.
Noites. Sexos que fecundam
os oceanos com seivas de beijos sôfregos.

Luares mártires do desejo.

Mar. Cio que incendeia
as marés vivas dos pensamentos.

Sorrisos. Cata-ventos
onde se rasga o norte no brilho das estrelas.

Olhares a dois que ardem para a eternidade.

Tronco esculpido em pranto
como rocha imortal embrulhada pela lua.

Lágrimas. Flores
que rebentam selvagens na alma.