ENTRELINHAS ONDE O DIZER SE DIZ E SE CALA

A poesia é um namoro poligâmico
entre os estrondos do sentir e o silêncio do fingir…

Enlace imperfeito dos tempos…

É o coito entre os poetas e as musas
onde as palavras emprenham as palavras de sentidos…

Entrelinhas onde o dizer se diz e se cala…

Papel onde a escrita
se reescreve e esconde à visão desmontada…

Tinta onde a cor se mutila e muta…

Cadência onde o verso se inversa e se reinventa…

Quem a lê são mãos
onde os olhos dão à luz linguagens
a que só as pernas da alma dão embalo no berço do ser…

Vozes que só o vento sabe falar como sombra
de serpente que se passeia pelo labirinto do pensamento…