CHAMA POR TI

Chama por ti

 

Se alguma vez no teu silêncio uma voz chamar por ti,

Não será chuva, não será vento, sou eu que estou aqui.

Sou a voz da tua alma, na inquietude da tua mudez,

Sou a tua consciência que tu sentes e a desprezas,

Que reclama que lhe dês vida dentro das tuas incertezas,

Para que deixes para sempre essa tua pequenez.

 

Só pode ser grande, quem grande desejar ser,

Nas palavras e nos seus actos desde que o faça merecer,

O direito de ser grande sem pisar a alma alheia,

Por isso chama por ti, neste teu silêncio forte,

Acorda, olha e pensa, só o trabalho é que dá sorte,

Só pode colher frutos quem a terra lavra e semeia.

 

Ouve o sibilar do vento nas frestas das tuas janelas,

Olha bem para a rua, nem sempre vês coisas belas,

O teu silêncio de pedra até te pode ser mordaz,

Se o virares contra ti, a tua alma pode voar,

Pensa em silêncio sim, se ainda puderes sonhar,

Pensa de ti para ti, de ti próprio, se és capaz.

 

No recrudescer do teu silêncio, chama por ti, o mundo está lá fora,

Não deixes que a tua alma enfraqueça, se vá embora,

Grita que és capaz de mostrar aos outros que tens dignidade,

Deixa o teu silêncio morrer, abraça – te, de ti não tenhas pena,

Se alguém assim pensa a si próprio se condena,

Volta para ti, ama – te, afasta o silêncio, mostra a tua vaidade.

 

Flores mortas não exalam perfume, vida só há uma, nada mais acontece,

Não deites fora o tempo que a própria vida te oferece,

O tempo passado só traz recordações, vida não traz nunca mais,

Devemos abraçar o tempo de vida sem ódios mas com amor,

Como a beleza e a vaidade como nasce qualquer flor,

E não com pensamentos negros que só nos trazem lamentos e ais.

 

Nos labirintos da nossa memória, encontra – se o nosso destino,

Que se começa a desenhar logo de muito cedo, desde pequenino,

Puxando pela nossa inteligência, ela mostra o que queremos ser,

Com a vontade e a perseverança até onde queremos chegar,

Com derrotas e com vitórias, sempre com vontade de abraçar,

O nada ou muita coisa, com ou sem vontade de vencer.

 

 

Tavira, 8 de Julho de 2009 - Estêvão

 

 

 

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Miércoles, Diciembre 19, 2012 - 09:53

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José Custódio Estêvão

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