A Quarta
O cetim dos lençóis
está fresco. Estão frios.
São mármores
em que me deito.
O jantar ainda repousa intacto,
como se fome, no Mundo, não houvesse.
Tampouco a Lua iluminou a noite
como se breu na vida não houvesse.
Essa insônia deveria ser seguida
por alguma esperança aturdida.
Mas está vazia a madrugada recém nascida
e por isso eu sei que o Catamarã não aportará.
Disseram-me que se perdeu no caminho.
E que talvez só chegue tarde demais.
Talvez até, nem siga a esperada via.
Que eu busque outra estrela-guia.
Indiferente, a maré seguirá seu movimento
e o cotidiano sufocará todo sentimento.
Restarão apenas as Cinzas da Quarta,
que ficaram em testamento.
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Miércoles, Febrero 20, 2013 - 13:07
Poesia :
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