Vitral.


Haja fôlego para içar  velas e manter perene as chama...
Ladrilhar  passos  e  não deslizar o abismo da noite...
Mastigar  palavras doces que perecem no amaro da boca...
Cuspir  fora o que o  céu  dela  retrai...
Engolir intrincados de arames,  arranhando a garganta...
Haja fôlego para soltar  meu canto, e  partilhar meus versos...
Rasgo-me aguda,  disseminada em  partículas sutis..
Ora sou!  Lânguida, e afiada! Tal qual a flamejante lua cheia...
Num interminável namoro de feixes seduzo  olhos...
Ora, vou,  no pavio do barbante!
Num único risco, traço... Me recolho... Me desfaço

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Lunes, Marzo 11, 2013 - 19:35

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

§elê

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Comentarios

Imagen de Bruno Sanctus

Se desfaz, para reconstuir,

Se desfaz, para reconstuir, para voltar a ser. Para esculpir-se ao seu próprio modo. O vitral se faz aríete quando o mundo é barricada.

Gosto da sutileza com que lida com as palavras. Torna o texto gostoso de ser lido. Parabéns.

Imagen de JPAnunciação

Cara Selê, Neste Vitral

Cara Selê,
Neste Vitral escreve com um cristal, este poema que rasga o desejo e seduz o nosso olhar.
"Haja fôlego para soltar meu canto, e partilhar meus versos..." e haja fôlego para lhe confessar tudo o que me faz sentir neste seu poema que flameja.
Este Vitra é sem dúvida um "interminável namoro" que nos deixa "Num único risco, traço... Me recolho... Me desfaço"
Fico rendido a esta latejante sedução de palavras que nos deixa de velas içadas e em chama.

Um beijo,
JP

Imagen de §elê

Caro JP.

O que é um poema? Senão, sempre a última gota?
O talismã que incessantemente rasga as entranhas do Poeta!
Beijos!

Imagen de §elê

Nuno!

Prazer em tê-lo leitor.
Obrigada querido, seja sempre bem vindo!
Beijos!

Imagen de Nuno Lago

Vitral.

Colorido e estilizado. A ilustração também é enigmática. Gostei §elê!!

Beijo

Nuno

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