31 de Março

Quantos dos nossos, agora estão contigo,
doce guerreira?
Ainda doem as feridas que te feriram
e a dignidade que te roubaram?
Ainda tens o mesmo o brilho nos olhos
de quando fazíamos o Brasil livre
e a esperança de que se vive?
Tuas mãos ainda guardam os carinhos
que te eram fartos e generosos
e ainda é a mesma
a coragem com que tu empunhavas
a bandeira da brava gente?
Tu ainda cantas os Cantos de independência
e ainda ouve o choro dos desvalidos?
Ainda insistes para que se ergam
e espantem a besta-fera
que prende, tortura e mata?

Aqui, minha doce guerreira,
ainda há muito que caminhar.
Ainda há tanto porque lutar,
mas eu sinto, companheira,
que alguma semente se pôs a germinar.
É preciso que a tua doce bravura
não nos falte,
pois bem sabemos
que o justo não se abate.
Por ti, por Miraflores, por Carlos,
por Maurício, por Lavínia e
por tantos e tantas,
creia,
todas as lutas serão santas.
Sempre se revestirão da pureza
dos bem intencionados,
do vigor dos determinados
e da revolta dos injustiçados.
Tua luta será sempre viva
e tua chama sempre renovada.
A liberdade que te custou a vida
não haverá nunca de ser esquecida.

Por isso, companheira, aquiete a alma
e descanse do Mundo. Descanse dos homens.
O chão do Brasil te abriga.
Que a tua dor adube a terra manchada.
Dela, nascerão novos tempos
e, neles, o justo esquecimento
daquela noite de tanto tormento.

                     Para Bete. Saudades.

Submited by

Viernes, Marzo 29, 2013 - 13:33

Poesia :

Sin votos aún

fabiovillela

Imagen de fabiovillela
Desconectado
Título: Moderador Poesia
Last seen: Hace 8 años 10 semanas
Integró: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of fabiovillela

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Tristeza A Canção de Alepo 0 6.769 10/01/2016 - 21:17 Portuguese
Poesia/Meditación Nada 0 5.910 07/07/2016 - 15:34 Portuguese
Poesia/Amor As Manhãs 0 5.320 07/02/2016 - 13:49 Portuguese
Poesia/General A Ave de Arribação 0 5.867 06/20/2016 - 17:10 Portuguese
Poesia/Amor BETH e a REVOLUÇÃO DE VERDADE 0 6.832 06/06/2016 - 18:30 Portuguese
Prosas/Otros A Dialética 0 11.304 04/19/2016 - 20:44 Portuguese
Poesia/Desilusión OS FINS 0 6.407 04/17/2016 - 11:28 Portuguese
Poesia/Dedicada O Camareiro 0 7.420 03/16/2016 - 21:28 Portuguese
Poesia/Amor O Fim 1 5.796 03/04/2016 - 21:54 Portuguese
Poesia/Amor Rio, de 451 Janeiros 1 10.687 03/04/2016 - 21:19 Portuguese
Prosas/Otros Rostos e Livros 0 8.117 02/18/2016 - 19:14 Portuguese
Poesia/Amor A Nova Enseada 0 6.010 02/17/2016 - 14:52 Portuguese
Poesia/Amor O Voo de Papillon 0 5.590 02/02/2016 - 17:43 Portuguese
Poesia/Meditación O Avião 0 5.887 01/24/2016 - 15:25 Portuguese
Poesia/Amor Amores e Realejos 0 7.447 01/23/2016 - 15:38 Portuguese
Poesia/Dedicada Os Lusos Poetas 0 5.978 01/17/2016 - 20:16 Portuguese
Poesia/Amor O Voo 0 5.628 01/08/2016 - 17:53 Portuguese
Prosas/Otros Schopenhauer e o Pessimismo Filosófico 0 9.091 01/07/2016 - 19:31 Portuguese
Poesia/Amor Revellion em Copacabana 0 5.533 12/31/2015 - 14:19 Portuguese
Poesia/General Porque é Natal, sejamos Quixotes 0 5.992 12/23/2015 - 17:07 Portuguese
Poesia/General A Cena 0 6.480 12/21/2015 - 12:55 Portuguese
Prosas/Otros Jihadismo: contra os Muçulmanos e contra o Ocidente. 0 10.000 12/20/2015 - 18:17 Portuguese
Poesia/Amor Os Vazios 0 8.689 12/18/2015 - 19:59 Portuguese
Prosas/Otros O impeachment e a Impopularidade Carta aberta ao Senhor Deputado Ivan Valente – Psol. 0 7.256 12/15/2015 - 13:59 Portuguese
Poesia/Amor A Hora 0 8.743 12/12/2015 - 15:54 Portuguese