Deixem

Deixem
Viver
O meu sonho,
Deixem
Que tenha
Alguma coisa
Para quando
Morrer
Deixem
Que a vida
Seja
A minha razão
De nascer.

Deixem
Que os invernos
Que passei
Sejam
Primaveras
Renascidas
Acontecidas
No forno brando
Do meu sonhar.
Deixem
Que seja
O que quero ser
E escrever
O que não posso ter.

Razão
Que o coração
Tantas vezes
Desconhece,
Mas tantas
Vezes
Apetece
Acabar
O que ainda
Não se começou!
Deixem
Que seja
O que sou
Porque a hora
Ainda não chegou
E eu sinto
Que a vida,
Por muito vivida
Ainda não terminou

Deixem
Que minh’alma
Se espraie
Na maré
Do meu sonhar
Pois
Quando morrer
Haverei
De o fazer,
Calmamente
E de pé!