Amor e Quixote

Amores distantes,
como o do fidalgo de Cervantes.
Cavaleiro sobejo,
misto de sonho e desejo.

(Quase no meio do Brasil
esse quarto me sufoca . . . )

Queria, moça do Rio,
misto de sonho e desvario,
outro Rocinante
para que tu não me ficasse tão distante.

Queria te escrever,
ter outra vida para viver;
chamar-te,
meu misto de paixão e arte.

(Esse hotel não me agasalha . . .)

Eu quero, moça,
que feche os olhos e ouça:
vou te contar
o quanto é bonito te amar . . .

Mas agora Cecilia me diz que já há outro evento.
Inútil dizer-lhe que não aguento,
que preciso doutro unguento,
que preciso rever-te (meu primeiro argumento).

Mas e o contrato, Fabio?
Não te percas. Use o Astrolábio.
Vamos! Logo terá acabado.
Mas eu sei do outro lado:

professoras tristonhas,
palestras enfadonhas,
uma criança que toca violão,
outra que discursa contra a poluiçao
(enquanto disfarço o bocejo,
logo prevejo
que outras as repetirão.
A cada nova geração).
são o que me esperam.
São o que me desesperam.

Por agora
resta essa tristeza que me devora.
E a certeza
de que te preciso sem demora.

Moça do Rio,
eu só queria massagear teus ombros,
acariciar teus seios
e te falar dos meus anseios
(dos meus receios).

Contar-te dessas viagens,
contar-te dessas paragens
e do quanto dói esse Moinho
que se chama de "Sozinho".

Por fim, Lilian, dizer
que você é
meu motivo de viver.

(Cecilia, um beijo)

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Jueves, Julio 16, 2009 - 15:33

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fabiovillela

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Comentarios

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Re: Amor e Quixote

chamar-te,
meu misto de paixão e arte.

Bom poema!!!

:-)

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Re: Amor e Quixote

"Contar-te dessas viagens,
contar-te dessas paragens
e do quanto dói esse Moinho
que se chama de "Sozinho"."

Ficou muito bom

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