[Cajado]

Viramos as costas para o mundo
Viramos as costas para a cidade,
Viramos as costas para o nosso bairro.

Viramos as costas para os nossos vizinhos
Deixamos de nos importar com os problemas,
De desconhecidos, amigos e familiares.

Deixamos de querer sofrer pelo próximo,
Fingimos não ver o reflexo no espelho...
Porque nos assusta a ideia de nos vermos sem fantasias.

É mais fácil ignorar
Deixar a luz do corredor acessa,
Do que ir de encontro ao problema.

Criar barreiras invisíveis,
Para que a esperança, fique somente em nós.

Deixamos de ser luz,
Para sermos pequenos pontos, em mares não navegáveis.

[Deixamos de ser cajado
Para sermos rédeas.
Deixamos de ser poesia
Para sermos lei].

Deixamos apenas de ser
De crer, de querer, de fazer.
Deixamos,
Apenas deixamos,
De viver.

Afogamos
O que há de puro,
Escondemos o que nos faz real.

O espírito indomável
Agora segue ordens,
Em algum lugar.

[Deixamos de ser pão
Para sermos pedra...
Deixamos de ser candura
Para sermos intransigência].

Deixamos de sermos
Todos em um...
Parse sermos um,
Perante todos.

Escolhemos o lobo,
Para perdermos a face de cordeiro.
Decidimos pela malandragem...
Porque a bondade, é visto com descrença,
Em lugares dominados por tolos.

Viramos, reviramos, reinventamos...
Mas não somo capazes de preencher o vazio,
Sucumbimos ao ego e ao umbigo...
Delírios de um horizonte febril.

O corpo, vale mais que o caráter
O dinheiro, vale mais que a palavra,
O material, compra a honra...

E assim,
Vamos deixando
De ser...

Para ter.

Pablo Danielli

Submited by

Lunes, Abril 30, 2018 - 18:36

Poesia :

Sin votos aún

Pablo Gabriel

Imagen de Pablo Gabriel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 2 años 47 semanas
Integró: 05/02/2011
Posts:
Points: 2944

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Pablo Gabriel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Meditación Tempo, laços e amores. 0 802 06/01/2015 - 20:25 Portuguese
Poesia/Amor Boca 0 781 05/29/2015 - 13:38 Portuguese
Poesia/Meditación Múrmuros 0 1.159 05/08/2015 - 15:19 Portuguese
Poesia/Meditación Casa sem morada 0 665 04/27/2015 - 18:56 Portuguese
Poesia/Amor Armas e poesias 0 936 04/10/2015 - 14:38 Portuguese
Poesia/Meditación Engrenagem 0 963 03/24/2015 - 18:20 Portuguese
Poesia/Meditación Margens 0 909 03/17/2015 - 15:43 Portuguese
Críticas/Varios Apaixone-se pelo gesto e não pelo objeto! 0 1.183 03/06/2015 - 18:44 Portuguese
Poesia/Meditación Possuir 0 1.196 03/04/2015 - 15:28 Portuguese
Poesia/Meditación Pálida Noite 0 929 02/27/2015 - 15:52 Portuguese
Críticas/Varios Sobre a educação, porcos e diamantes. 0 1.018 02/20/2015 - 14:21 Portuguese
Poesia/Meditación Entretempo 0 1.365 02/19/2015 - 17:46 Portuguese
Críticas/Varios Tempo 0 2.008 02/06/2015 - 13:38 Portuguese
Críticas/Varios Boca seca 0 1.691 01/31/2015 - 13:08 Portuguese
Críticas/Varios Coito interrompido 0 1.026 01/31/2015 - 13:05 Portuguese
Poesia/Meditación Falência programada 0 1.066 09/19/2014 - 19:43 Portuguese
Fotos/Otros Silencio, inocente. 0 1.612 09/18/2014 - 13:57 Portuguese
Poesia/General Ao acaso 0 2.063 09/04/2014 - 14:10 Portuguese
Críticas/Varios anacrônico 0 1.507 09/02/2014 - 02:25 Portuguese
Críticas/Varios Sobre a eleição, sujeiras e confiança. 0 938 08/28/2014 - 16:20 Portuguese
Poesia/General Tempo? 0 1.408 08/27/2014 - 15:01 Portuguese
Críticas/Varios Desbotar 0 1.700 08/25/2014 - 22:35 Portuguese
Poesia/General Morro 0 1.065 08/19/2014 - 19:18 Portuguese
Poesia/Amor Gatuno 0 849 08/18/2014 - 15:23 Portuguese
Poesia/Meditación Pulsar 0 1.018 08/14/2014 - 13:27 Portuguese