"Sic est vulgus"



"No light, but rather darkness visible"

Dificilmente se nasce de geração espontânea,
Só eu digo claro o que penso nas minhas enigmáticas
Palavras que não têm mãe, apreciação, nem berço,
Que tanto faria terem saído do diabo ou de um penedo,

"Sic est vulgus", subordinadas à hereditariedade,
Porque não me interrogam nem me espantam,
Apenas guardam mágoa, rancor e raiva, como ninguém
Foram geradas num ventre esterilizado de frade

A cujo dorso imoral e corrupto se assemelha
Esta minha escrita que mais valia não ter nascido,
Eu próprio vivificado no oficio das paixões terrenas,
Constantemente na frente, de cruz na mão esguelha,

Nunca hei-de estar no centro, nem dentro
Das comuns, vividas pelo comum dos homens,
Não faço parte dos crentes de domingo,
Evoco os feitiços e a floresta à lua prenha,

Tal qual o cio dos lobos e as facções em luta, a rixa
Na clareira pelo domínio sobre a raça, a tribo,
A liça, a faca que cultivo porque é real e precisa,
Privilegia a permuta quando é de corpo que se muda,

Dificilmente se nasce de geração espontânea,
Todas as formas de vidas provêm de uma substância
Nobre e com regras mundanas, sem ela é impossível,
Já meu dom cresce do extremo, nasci tão blasfemo

Quanto um vulgar escarro humano ou um pelo púbico
Arrancado em pleno acto de Contrição…

Jorge Santos 11/2019
http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Miércoles, Enero 8, 2020 - 12:47

Ministério da Poesia :

Su voto: Nada Promedio: 5 (1 vote)

Joel

Imagen de Joel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 semanas 1 día
Integró: 12/20/2009
Posts:
Points: 42009

Comentarios

Imagen de Joel

Obrigado pela leitura e pelos momentos em que partilho

Obrigado pela leitura e pelos momentos em que partilho

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Joel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Ministério da Poesia/General Saudades… 0 997 02/23/2018 - 13:52 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sem glúten. 0 756 02/23/2018 - 13:49 Portuguese
Ministério da Poesia/General Quando olho não me conheço… 0 475 02/23/2018 - 13:47 Portuguese
Ministério da Poesia/General Homem Anão. 0 1.436 02/23/2018 - 13:44 Portuguese
Ministério da Poesia/General A minha validade 0 1.214 02/23/2018 - 13:39 Portuguese
Ministério da Poesia/General Fui… 0 427 02/23/2018 - 13:31 Portuguese
Ministério da Poesia/General Pouco original… 0 1.598 02/23/2018 - 13:27 Portuguese
Ministério da Poesia/General Como é possível. 0 853 02/23/2018 - 13:25 Portuguese
Ministério da Poesia/General D’autres pas. 0 884 02/23/2018 - 13:20 Portuguese
Ministério da Poesia/General Amor prisão 0 723 02/23/2018 - 13:18 Portuguese
Ministério da Poesia/General Hoje não encontrei a dor 0 441 02/23/2018 - 13:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General A tasca dos abissais… 0 1.289 02/23/2018 - 13:11 Portuguese
Ministério da Poesia/General Quanto do malho é aço… 0 847 02/23/2018 - 13:08 Portuguese
Ministério da Poesia/General Ave cantora… 0 1.253 02/23/2018 - 13:06 Portuguese
Ministério da Poesia/General A razão do tempo… 0 534 02/23/2018 - 13:00 Portuguese
Ministério da Poesia/General O desejo que morrerá comigo… 0 1.468 02/23/2018 - 12:57 Portuguese
Ministério da Poesia/General De-louco… 0 282 02/23/2018 - 12:54 Portuguese
Ministério da Poesia/General Há pessoas de linho-branco… 0 1.119 02/23/2018 - 12:25 Portuguese
Ministério da Poesia/General Zé Luís-Filho… 0 824 02/23/2018 - 12:24 Portuguese
Ministério da Poesia/General Cidade País 0 1.059 02/23/2018 - 12:07 Portuguese
Ministério da Poesia/General Rua dos sentidos orfãos 0 236 02/23/2018 - 11:54 Portuguese
Ministério da Poesia/General Os amantes suicidam-se duas vezes 0 1.690 02/23/2018 - 11:53 Portuguese
Ministério da Poesia/General David Ou… 0 468 02/23/2018 - 11:51 Portuguese
Ministério da Poesia/General Odor de lagoa Chã… 7 738 02/23/2018 - 11:43 Portuguese
Ministério da Poesia/General À vontade presa … 1 1.407 02/23/2018 - 11:40 Portuguese