COMBUSTÃO

O inverno desbotou filetes de sangue meus
E o frio engelhou minha pele já tão rubra,
Petiscos de arrepios também de cor púrpura
Atearam em mim meneios de despedida: adeus!

Meio encarnado, o corpo parecia uma escultura
Trabalhada por artistas com índole de fariseus,
Os órgãos saltitavam dentro de mim tão hebreus
Que urdia em brasa como fogo fátuo de sepultura.

Minhas hemácias circundavam as veias, atônitas!
Festival plasmático consumia das cadeias iônicas
Do esqueleto, a química que pudesse conter vida...

O inverno destoou um complexo grupo sanguíneo
E trouxe à vertente da existência um aspecto ígneo
Donde as cinzas são cicatrizes da carcaça desnutrida!

DE  Ivan de Oliveira Melo

Submited by

Domingo, Febrero 23, 2020 - 01:56

Poesia :

Sin votos aún

imelo

Imagen de imelo
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 3 años 17 semanas
Integró: 09/09/2009
Posts:
Points: 1659

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of imelo

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor Amor Delinquente 2 1.440 09/16/2009 - 02:04 Portuguese
Poesia/Amor Desejos os desejos 1 915 09/14/2009 - 19:43 Portuguese
Poesia/General Ansiedade 1 989 09/14/2009 - 19:28 Portuguese
Poesia/Amor Pontos Estratégicos ( Alicerces do Amor ) 1 1.783 09/14/2009 - 19:19 Portuguese
Poesia/Aforismo Sentença Inevitável 1 1.090 09/12/2009 - 20:40 Portuguese
Poesia/General Alegorias Letais 1 1.248 09/09/2009 - 21:55 Portuguese