Compêndio narrativo de um peregrino em uma vila de antigamente

A gente é honrada
Os homens são trabalhadores
Saem cedo para a roça e só voltam com o entardecer
Enquanto as mulheres cuidam das crianças
Algumas descem ao rio
Com suas bacias na cabeça
Batem as roupas nas pedras
Enquanto conversam animadamente
As crianças brincam nas águas do rio
Elas ignoram a lenda do minhocão
Afinal, quem acredita em uma história dessas?

Há homens já idosos Sessenta, setenta e alguns até com oitenta anos
Eles contam causos de antigamente
Da época em que chegavam nos barcos
A mercadoria para o armazém
E as notícias do mundo europeu
Enquanto ali nas janelas
As mulheres trocavam informações
Sobre o belo moço que estava no baile do fim de semana
As crianças brincam nas calçadas
Fazendo grande algazarras.

Alguns dos homens devem muito réis
Nas casas de prazeres
E a dona de um deles vivem ameaçando-lhes
Para pavor das donas de casa
Enquanto as crianças correm para pegar as mangas
Espalhadas pelo chão depois do vento forte
E a chuva que caiu na vila.

Tudo é tão monótono
Parece que o mundo só existe por aqui
Onde as pessoas são felizes
Nas margens deste caudaloso rio
Uma vida inteira poderia viver
Desfilam as moças pela praça
Vestidos de veludos e tecidos coloridos
Enquanto as mulheres são muito mulheres e não muito devotas
Os homens se encantam com as donzelas
Protegidas por seus senhores imponentes em seus cavalos.

O por do sol revela o encanto de uma iluminura
Que parece ter sido pintada pelo maior artista do mundo
Uma beleza tão magnífica que nunca irá sair da minha mente
Enquanto as crianças brincam pelos campinhos de terra
Eu me despeço silenciosamente deste lugar
E sigo minha viagem
Paro por alguns minutos para registrar as minhas impressões
No compêndio da minha existência.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Domingo, Marzo 27, 2022 - 22:11

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 12 horas 3 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 15287

Comentarios

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Meditación A trágica paixão de Sansão 6 125 04/18/2024 - 20:34 Portuguese
Poesia/Desilusión A parte fraca do coração 6 146 04/17/2024 - 00:43 Portuguese
Poesia/Desilusión O lamento do sofrer 6 135 04/16/2024 - 11:40 Portuguese
Poesia/Meditación O fim do mundo bate à porta 6 154 04/15/2024 - 23:38 Portuguese
Poesia/Meditación Eu posso dizer não! 6 150 04/15/2024 - 11:29 Portuguese
Poesia/Meditación A angústia de Caim 7 258 04/15/2024 - 00:52 Portuguese
Poesia/Amor Não era brincadeira 6 161 04/13/2024 - 14:09 Portuguese
Poesia/Amor Fascinante 6 574 04/10/2024 - 20:11 Portuguese
Poesia/Amor Em cada pétala de rosa 7 376 04/10/2024 - 02:31 Portuguese
Poesia/Meditación A Mulher Samaritana 6 943 04/08/2024 - 23:06 Portuguese
Poesia/Intervención Contra o racismo 6 290 04/07/2024 - 14:06 Portuguese
Poesia/Desilusión Do amor não correspondido 6 515 04/06/2024 - 14:18 Portuguese
Poesia/Intervención Contra o bullying 6 461 04/05/2024 - 22:58 Portuguese
Poesia/Amor Impossível ignorar 6 559 04/05/2024 - 02:43 Portuguese
Poesia/Desilusión Não posso te esquecer 6 825 04/04/2024 - 02:54 Portuguese
Poesia/Desilusión Seu prisioneiro 6 427 04/02/2024 - 11:51 Portuguese
Poesia/Amor Um poema sem palavras 6 497 04/01/2024 - 19:33 Portuguese
Poesia/Desilusión Quando não se pode evitar 6 444 03/30/2024 - 13:27 Portuguese
Poesia/Pensamientos Observação 6 975 03/27/2024 - 22:12 Portuguese
Poesia/Desilusión Agora o coração reclama 6 416 03/26/2024 - 20:13 Portuguese
Poesia/Intervención A insensatez da guerra 6 448 03/25/2024 - 19:49 Portuguese
Poesia/Intervención Senso crítico nebuloso 6 504 03/24/2024 - 13:39 Portuguese
Poesia/Desilusión Entre as sombras da noite 6 771 03/23/2024 - 14:32 Portuguese
Poesia/Intervención O espelho da realidade 6 473 03/22/2024 - 13:17 Portuguese
Poesia/Dedicada À beleza do verso 6 1.045 03/21/2024 - 20:00 Portuguese